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José Cícero Marchezine

 

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Ocultismo
Ocultismo

 

 

O CAIBALION

O CAIBALION

Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia

INTRODUÇ Ã O.

Temos grande prazer em apresentar aos estudantes e investigadores da Doutrina Secreta esta pequena obra baseada nos Preceitos herméticos do mundo antigo. Existem poucos escritos sobre este assunto apesar das inúmeras referências feitas pelos ocultistas aos Preceitos que expomos, de modo que por isso esperamos que os investigadores dos Arcanos da Verdade saberã o dar bom acolhimento ao livro que agora aparece.

O fim desta obra nã o é a enunciaç ã o de uma filosofia ou doutrina especial, mas sim

fornecer aos estudantes uma exposiç ã o da

Verdade que servirápara

reconciliar os

fragmentos do conhecimento

oculto que

adquiriram, mas que sã o

aparentemente

opostos uns aos outros e que só

servem para desanimar édesgostar o principiante neste

estudo. O nosso intento nã o é construir um novo Templo de Conhecimento, mas sim colocar nas mã os do estudante uma Chave− Mestra com que possa abrir todas as portas internas que conduzem ao Templo do Mistério cujos portais jáentrou.

Nenhum fragmento dos conhecimentos ocultos possuídos pelo mundo foi tã o zelosamente guardado como os fragmentos dos Preceitos herméticos que chegaram − até nó s através dos séculos passados desde o tempo do seu grande estabelecedor, Hermes Trismegisto, o mensageiro dos deuses, que viveu no antigo Egito quando a atual raç a humana estava em sua infâ ncia. Contemporâ neo de Abraã o e se for verdadeira a lenda, instrutor deste venerável sábio, Hermes foi e éo Grande Sol Central do Ocultismo, cujos raios têm iluminado todos os ensinamentos que foram publicados desde o seu tempo. Todos os preceitos fundamentais e básicos introduzidos nos ensinos esotéricos de cada raç a foram formulados por Hermes. Mesmo os mais antigos preceitos da índia tiveram indubítavelmente a sua fonte nos Preceitos herméticos originais.

Da terra do Ganges muitos mestres avanç ados se dirigiram para o país do Egito para se prostrarem aos pés do Mestre. Dele obtiveram a Chave− Mestra que explicava e reconciliava os seus diferentes pontos de vista, e assim a Doutrina Secreta ficou firmemente estabelecida. De outros países também vieram muitos sábios, que consideravam Hermes como o Mestre dos Mestres; e a sua influência foi tã o grande que, apesar dos numerosos desvios de caminho de centenas de instrutores desses diferentes países, ainda se pode facilmente encontrar uma certa semelhanç a e correspondência nas muitas e divergentes teorias admitidas e combatidas pelos ocultistas de diferentes países atuais. Os estudantes de Religiõ es comparadas compreenderã o facilmente a influência dos Preceitos herméticos em qualquer religiã o merecedora deste nome, quer seja uma religiã o apenas conhecida atualmente, quer seja uma religiã o morta, ou uma religiã o cheia de vida no nosso pró prio tempo. Existe sempre uma correspondência entre elas, apesar das aparências contraditó rias, e os Preceitos herméticos sã o como que o seu grande Conciliador.

A obra de Hermes parece ter sido feita com o fim de plantar a grande Verdade− Semente que se desenvolveu e germinou em tantas formas estranhas, mais depressa do que se teria estabelecido uma escola de filosofia que dominasse o pensamento do mundo. Todavia as verdades originais ensinadas por ele foram conservadas intatas na sua pureza original, por um pequeno número de homens, que, recusando grande parte de estudantes e discípulos pouco desenvolvidos, seguiram o costume hermético e reservaram as suas verdades para os poucos que estavam preparados para compreendê− las e dirigi− Ias. Dos

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O CAIBALION

lábios aos Ouvidos a verdade tem sido transmitida entre esses poucos. Sempre existiram, em cada geraç ã o e em vários países da terra, alguns Iniciados que conservaram viva a sagrada chama dos Preceitos herméticos, e sempre empregaram as suas lâ mpadas para reacender as lâ mpadas menores do mundo profano, quando a luz da verdade começ ava a escurecer e a apagar− se por causa da sua negligência, e os seus pavios ficavam embaraç ados com substâ ncias estranhas. Existiu sempre um punhado de homens Para cuidar do altar da Verdade, em que mantiveram sempre acesa a Lâ mpada Perpétua da Sabedoria. Estes homens dedicaram a sua vida a esse trabalho de amor que o poeta muito bem descreveu nestas linhas:

"Oh! nã o deixeis apagar a chama! Mantida De século em século Nesta escura caverna,Neste templo sagrado!Sustentada por puros ministros do amor! Nã o deixeis apagar esta divina chama!"

Estes homens nunca procuraram a aprovaç ã o popular, nem grande número de prosélitos. Sã o indiferentes a estas coisas, porque sabem quã o poucos de cada geraç ã o estã o preparados para a verdade, ou podem reconhecê− la se ela Ihes for apresentada. Reservam a carne para os homens feitos, enquanto outros dã o o leite à s crianç as. Reservam suas pérolas de sabedoria para os poucos que conhecem o seu valor e sabem trazê− las nas suas coroas, em vez de as lanç ar ao porco vulgar, que enterrá− las− ia na lama e as Misturaria com o seu desagradável alimento mental. Mas esses poucos nã o esqueceram nem desprezaram os preceitos originais de Hermes, que tratam da transmissã o das palavras da verdade aos que estã o preparados para recebê− la, a respeito dos quais diz o Caibalion:"Em qualquer lugar que se achem os vestígios do Mestre, os ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber o seu Ensinamento se abrirã o, completamente. " E ainda: "Quando os ouvidos do discípulo estã o preparados para ouvir, entã o vêm os lábios para enchê− los com sabedoria. " Mas a sua atitude habitual sempre esteve estritamente de acordo com outro aforismo hermético também do Caibalion: "Os lábios da Sabedoria estã o fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento."

Os que nã o podem compreender sã o os que criticaram esta atitude dos Hermetistas e clamaram que eles nã o manifestavam o verdadeiro espírito dos seus ensinamentos nas astuciosas reservas e reticências que faziam. Porém um rápido olhar retrospectivo nas páginas da histó ria mostraráa sabedoria dos Mestres, que conheciam que era uma loucura pretender ensinar ao mundo o que ele nã o desejava saber, nem estava preparado para isso. Os Hermetistas nunca quiseram ser mártires; antes pelo contrário, ficaram silenciosamente retirados com um sorriso de piedade nos seus fechados lábios enquanto os bárbaros se enfureciam contra eles nos seus costumeiros divertimentos de levar à

morte e à tortura os honestos mas desencaminhados entusiastas, que

julgavam

ser

possível obrigar uma raç a de bárbaros a admitir a verdade, que

só pode

ser

compreendida pelo eleito jábastante avanç ado no Caminho.

 

 

E o espírito de perseguiç ã o ainda nã o desapareceu da terra.

 

 

Há certos preceitos herméticos que, se fossem divulgados, atrairiam contra os divulgadores uma gritaria de desprezo e de ó dio por parte da multidã o, que tornaria a gritar: "Crucificai− os! Crucificai− os!

Nesta obra nó s nos esforç amos por vos oferecer uma idéia dos preceitos fundamentais do Caibalion, procurando dar os Princípios acionantes e vos deixando o trabalho de os estudar, em vez de tratarmos detalhadamente dos seus ensinamentos. Se fordes verdadeiros estudantes podereis compreender e aplicar estes Princípios; se o nã o fordes

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O CAIBALION

deveis vos desenvolver, porque de outra maneira os Preceitos herméticos serã o para vó s

somente palavras, palavras, palavras!!! ...

Os TRÊ S INICIADOS

A FILOSOFIA HERMÉ TICA

 

"Os lábios da sabedoria estã o fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento." −

O

CAIBALION −

 

Do velho Egito saíram os preceitos fundamentais esotéricos e ocultos que

tã o

fortemente têm influenciado as filosofias de todas as raç as, naç õ es e povos, por vários milhares de anos. O Egito, a terra das Pirâ mides e da Esfinge, foi a pátria da Sabedoria secreta e dos Ensinamentos místicos. Todas as naç õ es receberam dele a Doutrina secreta. A índia, a Pérsia, a,Caldéia, a Média, a China, o Japã o, a Assíria, a antiga Grécia e Roma e outros países antigos aproveitaram lautamente dos fatos do conhecimento, que os hierofantes e Mestres da Terra de Isis tã o francamente ministravam aos que estavam preparados para participar da grande abundâ ncia de preceitos místicos e ocultos, que as mentes superiores deste antigo país tinham continuamente condensado.

No antigo Egito viveram os grandes Adeptos e Mestres que nunca mais foram avantajados, e raras vezes foram igualados, nos séculos que se passaram desde o tempo do grande Hermes. No Egito estava estabelecida a maior das Lojas dos Místicos. Pelas portas dos seus Templos entraram os Neó fitos que mais tarde, como Híerofantes, Adeptos e Mestres, se espalharam por todas as partes da terra, levando consigo o precioso conhecimento que possuíam, ansiosos e desejosos de ensiná− lo à queles que estivessem preparados para recebê− lo. Todos os estudantes do Oculto conhecem a dívida que têm para com os veneráveis Mestres deste antigo país.

Mas entre estes Grandes Mestres do antigo Egito, existiu um que eles proclamavam como o Mestre dos Mestres. Este homem, se é que foi verdadeiramente um homem, viveu no Egito na mais remota antiguidade. Ele foi conhecido sob o nome de Hermes Trismegisto. Foi o pai da Ciência Oculta, o fundador da Astrologia, o descobridor da Alquimia. Os detalhes da sua vida se perderam devido ao imenso espaç o de tempo, que éde milhares de anos, e apesar de muitos países antigos disputarem entre si a honra de ter sido a sua pátria. A data da sua existência no Egito, na sua última encarnaç ã o neste planeta, nã o éconhecida agora mas foi fixada nos primeiros tempos das mais remotas dinastias do Egito, muito antes do tempo de Moisés. As melhores autoridades consideram− no como contemporâ neo de Abraã o, e algumas tradiç õ es judaicas dizem claramente que Abraã o adquiriu uma parte do seu conhecimento místico do pró prio Hermes.

Depois de ter passado muitos anos da sua partida deste plano de existência (a tradiç ã o afirma que viveu trezentos anos) os egípcios deificaram Hermes e fizeram dele um dos seus deuses sob o nome de Thoth. Anos depois os povos da Antiga Grécia também o deificaram com o nome de "Hermes, o Deus da Sabedoria". Os egípcios reverenciaram por muitos séculos a sua memó ria, denominando− o o mensageiro dos Deuses, e ajuntando− lhe como distintivo o seu antigo título "Trismegisto", que significa o três vezes grande, o grande entre os grandes.

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O CAIBALION

Em todos os países antigos, o nome de Hermes Trismegisto foi reverenciado, sendo esse nome considerado como sinô nimo de "Fonte de Sabedoria".

Ainda em nossos dias empregamos o termo hermético no sentido de secreto, fechado de tal maneira que nada escapa, etc., pela razã o que os discípulos de Hermes sempre observaram o princípio do segredo nos seus preceitos. Eles ignoravam aquele nã o lanç ar as pérolas aos porcos, mas conservavam o preceito de dar leite à s crianç as, e carne aos homens feitos, máximas que sã o familiares a todos os leitores das Escrituras Cristã s, mas que jáeram usadas pelos egípcios, muitos séculos antes da era cristã . Os Preceitos herméticos estã o espalhados em tocos os países e em todas as religiõ es, mas nã o pertencem a nenhuma seita religiosa particular. Isto acontece por causa das advertências feitas pelos antigos instrutores com o fim de evitar que a Doutrina Secreta fosse cristalizada em um credo. A sabedoria desta precauç ã o éclara para todos os estudantes de histó ria. O antigo ocultismo da índia e da Pérsia degenerou− se e perdeu− se completamente, porque os seus instrutores tornaram− se padres, e misturaram a teologia com a filosofia, vindo a ser, por conseqü ência, o ocultismo da índia e da Pérsia, gradualmente perdido no meio das massas de religiõ es, superstiç õ es, cultos, credos e deuses. O mesmo aconteceu com a antiga Grécia e Roma e também com os Preceitos herméticos dos Gnó sticos e Cristã os primitivos, que se perderam no tempo de Constantino, e que sufocaram a filosofia com o manto da teologia, fazendo assim a Igreja perder aquilo que era a sua verdadeira essência e espírito, e andar à s cegas durante vários séculos, antes de tomar o seu verdadeiro caminho; porque todos os bons observadores deste vigésimo século dizem que a Igreja estálutando para voltar aos seus antigos ensinamentos místicos.

Apesar de tudo isso sempre existiram algumas almas fiéis que mantiveram viva a Chama, alimentando− a cuidadosamente e nã o deixando a sua luz se extinguir. E graç as a estes firmes coraç õ es e intrépidas mentes, temos ainda conosco a verdade. Mas a maior parte desta nã o se acha nos livros. Tem sido transmitida de Mestre a Discípulo, de Iniciado a Hierofante, dos lábios aos ouvidos. Ainda que esteja escrita em toda parte, foi propositalmente velada com termos de alquimia e astrologia, de modo que só os que possuem a chave podem− na ler bem. Isto era necessário para evitar as perseguiç õ es dos teó logos da Idade Média que combatiam a Doutrina Secreta a ferro, fogo, pelourinho, forca e cruz.

Ainda atualmente só encontramos alguns valiosos livros de Filosofia hermética, apesar das numerosas referências feitas a ela nos vários livros escritos sobre diversas fases do Ocultismo. Contudo, a Filosofia hermética é a única Chave− Mestra que pode abrir todas as portas dos Ensinamentos Ocultos!

Nos primeiros tempos existiu uma compilaç ã o de certas Doutrinas básicas do Hermetismo, transmitida de mestre a discípulo, a qual era conhecida sob o nome de "Caibalion", cuja significaç ã o exata se perdeu durante vários séculos. Este ensinamento é, contudo, conhecido por vários homens a quem foi transmitido dos lábios aos ouvidos, desde muitos séculos.

Estes preceitos nunca foram escritos ou impressos até chegarem ao nosso conhecimento. Eram simplesmente uma coleç ã o de máximas, preceitos e axiomas, nã o inteligíveis aos profanos, mas que eram prontamente entendidos pelos estudantes; e além disso, eram depois explicados e ampliados pelos Iniciados hermetistas aos seus Neó fitos. Estes preceitos constituíam realmente os princípios básicos da Arte da Alquimia Hermética que, contrariamente ao que geralmente se crê, baseia− se no domínio das Forç as Mentais, em vez de no domínio dos Elementos materiais; na

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O CAIBALION

Transmutaç ã o das Vibraç õ es mentais em outras, em vez de na mudanç a de uma espécie de metal em outra. As lendas da Pedra Filosofal, que transformava qualquer metal em ouro, eram alegorias da Filosofia hermética perfeitamente entendidas por todos os estudantes do verdadeiro Hermetismo.

Neste livro, cuja primeira liç ã o é esta, convidamos os estudantes a examinar os Preceitos herméticos tal como sã o expostos no Caibalion e explicados por nó s, humildes estudantes desses Preceitos' que, apesar de termos o título de Iniciados, somos simples estudantes aos pés de Hermes, o Mestre. Nó s lhes oferecemos muitos axiomas, máximas e preceitos do Caibalion, acompanhados de explicaç õ es e comentários, que cremos servir para tornar os seus preceitos mais compreensíveis ao estudante moderno, principalmente porque o texto original évelado de propó sito com termos obscuros.

As máximas, os axiomas e preceitos originais do Caíbalíon sã o impressos em tipo diferente do tipo geral da nossa obra. Esperamos que os estudantes a quem oferecemos esta obra, como possam tirar muito proveito do estudo das suas páginas como tiraram outros que passaram antes pelo Caminho do Adeptado, nos séculos decorridos desde o tempo de Hermes Trismegisto, o Mestre dos Mestres, o Três Vezes Grande.

Diz o Caibalion:

"Em qualquer lugar que estejam os vestígios do Mestre, os ouvidos daquele que estiver preparado para receber o seu Ensinamento se abrirã o completamente".

"Quando os ouvidos do discípulo estã o preparados para ouvir, entã o vêm os lábios para os encher com Sabedoria."

De modo que, de acordo com o indicado, só daráatenç ã o a este livro aquele que tiver uma preparaç ã o especial para receber os Preceitos que ele transmite. E, reciprocamente, quando o estudante estiver preparado para receber a verdade, também este livro lhe aparecerá. Esta éa Lei. O Princípio hermético de Causa e Efeito, no seu aspecto de Lei de Atraç ã o, levaráos ouvidos para junto dos lábios e o livro para junto do discípulo. Assim sã o os átomos!

CAPÍTULO ll

OS SETE PRINCÍPIOS HERMÉ TICOS

"Os Princípios da Verdade sã o Sete; aquele que os conhece perfeitamente, possui a Chave Mágica com a qual todas as Portas do Templo podem ser abertas completamente." − O CAIBALION−

Os Sete Princípios em que se baseia toda a Filosofia hermética sã o os seguintes: I. O Princípio de Mentalismo.

II. O Princípio de Correspondência. III. O Princípio de Vibraç ã o.

IV. O Princípio de Polaridade. V. O Princípio de Ritmo.

VI. O Princípio de Causa e Eleito. VII . O Princípio de Gênero.

Estes Sete Princípios podem ser explicados e explanados, como vamos fazer nesta liç ã o. Uma pequena explanaç ã o de cada um deles pode ser feita agora, e éo que vamos fazer.

I. O Principio de Mentalismo

"O TODO éMENTE; o Universo éMental." − O CAIBALION −

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O CAIBALION

Este Princípio contém a verdade que Tudo é Mente. Explica que O TODO (que,é a Realidade substancial que se oculta em todas as manifestaç õ es e aparências que conhecemos sob o nome de Universo Material, Fenô menos da Vida, Matéria, Energia, numa palavra, sob tudo o que tem aparência aos nossos sentidos materiais) é ESPÍRITO, é INCOGNOSCíVEL e INDÈ FINFVEL em si mesmo, mas pode ser considerado como uma MENTE VIVENTE INFINITA e UNIVERSAL. Ensina também que todo o mundo fenomenal ou universo ésimplesmente uma Criaç ã o Mental do TODO, sujeita à s Leis das Coisas criadas, e que o universo, como um todo, em suas partes ou unidades, tem sua existência na mente do TODO, em cuja Mente vivemos, movemos e temos a nossa existência. Este Princípio, estabelecendo a Natureza Mental do Universo, explica todos os fenô menos mentais e psíquicos que ocupam grande parte da atenç ã o pública, e que, sem tal explicaç ã o, seriam ininteligíveis e desafiariam o exame científico.

A compreensã o deste Princípio hermético do Mentalismo habilita o indivíduo a abarcar prontamente as leis do Universo Mental e a aplicar o mesmo Princípio para a sua felicidade e adiantamento. O estudante hermetista ainda nã o sabe aplicar inteligentemente a grande Lei Mental, apesar de empregá− la de maneira casual.

Com a Chave− Mestra em seu poder, o estudante poderáabrir as diversas portas do templo psíquico e mental do conhecimento e entrar por elas livre e inteligentemente. Este Princípio explica a verdadeira natureza da Forç a, da Energia e da Matéria, como e por que todas elas sã o subordinadas ao Domínio da Mente. Um velho Mestre hermético escreveu, hámuito tempo: "Aquele que compreende a verdade da Natureza Mental do Universo estábem avanç ado no Caminho do Domínio." E estas palavras sã o tã o verdadeiras hoje, como no tempo em que foram escritas. Sem esta Chave− Mestra, o Domínio éimpossível, e o estudante bateráem vã o nas diversas portas do Templo.

II. O Principio de Correspondência

"O que estáem cima écomo o que estáembaixo, e o que estáembaixo écomo o que estáem cima." − O CAIBALION −

Este Princípio contém a verdade que existe uma correspondência entre as leis e os fenô menos dos diversos planos da Existência e da Vida. O velho axioma hermético diz estas palavras: "O que estáem cima écomo o que estáembaixo, e o que estáembaixo é como o que estáem cima.' A compreensã o deste Princípio dáao homem os meios de explicar muitos paradoxos obscuros e segredos da Natureza. Existem planos fora dos nossos conhecimentos, mas quando lhes aplicamos o Princípio de Correspondência chegamos a compreender muita coisa que de outro modo nos seria impossível compreender. Este Princípio é de aplicaç ã o e manifestaç ã o universal nos diversos planos do universo material, mental e espiritual: éuma Lei Universal.

Os antigos Hermetistas consideravam este Princípio como um dos mais importantes instrumentos mentais, por meio dos quais o homem pode ver além dos obstáculos que encobrem à vista o Desconhecido. O seu uso constante rasgava aos poucos o véu de Isis e um vislumbre da face da deusa podia ser percebido. Justamente do mesmo modo que o conhecimento dos Princípios da Geometria habilita o homem, enquanto estiver no seu observató rio, a medir só is longínquos, assim também o conhecimento do Princípio de Correspondência habilita o Homem a raciocinar inteligentemente,do Conhecido ao Desconhecido. Estudando a mô nada, ele chega a compreender o arcanjo.

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O CAIBALION

III. O Princípio de Vibraç ã o

"Nada estáparado; tudo se move;tudo vibra." − O CAIBALION −

Este Princípio encerra a verdade que tudo estáem moviirento: tudo vibra; nada está parado; fato que a Ciência moderna observa, e que cada nova descoberta científica tende a confirmar. E contudo este Princípio hermético foi enunciado hámilhares de anos pelos Mestres do antigo Egito.

Este Princípio explica que as diferenç as entre as diversas manifestaç õ es de Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibraç ã o. Desde O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria, tudo estáem vibraç ã o; quanto mais elevada for a vibraç ã o, tanto mais elevada seráa posiç ã o na escala. A vibraç ã o do Espírito éde uma intensidade e rapidez tã o infinitas que praticamente ele estáparado, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar parada.

Na extremidade inferior da escala estã o as grosseiras formas da matéria, cujas vibraç õ es sã o tã o vagarosas que parecem estar paradas. Entre estes pó los existem milhõ es e milhõ es de graus diferentes de vibraç ã o. Desde o corpúsculo e o elétron, desde o átomo e a molécula, até os mundos e universos, tudo estáem movimento vibrató rio. Isto é verdade nos planos da energia e da forç a (que também variam em graus de vibraç ã o); nos planos mentais (cujos estados dependem das vibraç õ es), e também nos planos espirituais.

O conhecimento deste Princípio,' com as fó rmulas apropriadas, permite ao estudante hermetista conhecer as suas vibraç õ es mentais, assim como também a dos outros. Só os Mestres podem aplicar este Princípio para a conquista dos Fenô menos Naturais, por diversos meios. "Aquele que compreende o Princípio de vibraç ã o alcanç ou o cetro do poder", diz um escritor antigo.

IV. O Principio de Polaridade

"Tudo éDuplo; tudo tem pó los; tudo tem o seu oposto;o igual e o desigual sã o a mesma coisa; os opostos sã o idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades sã o meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados." − O CAIBALION −

Este Princípio encerra a verdade: tudo éDuplo; tudo tem dois pó los; tudo tem o seu oposto, que formava um velho axioma hermético. Ele explica os velhos paradoxos, que deixaram muitos homens perplexos, e que foram estabelecidos assim: A Tese e a Antítese sã o idênticas em natureza, mas diferentes em grau; os opostos sã o a mesma coisa, diferindo somente em grau; os pares de opostos podem ser reconciliados; os extremos se tocam; tudo existe e nã o existe ao mesmo tempo; todas as verdades sã o meias− verdades; toda verdade émeio− falsa; hádois lados em tudo, etc., etc.

Ele explica que em tudo hádois pó los ou aspectos opostos, e que os opostos sã o simplesmente os dois extremos da mesma coisa, consistindo a diferenç a em variaç ã o de graus. Por exemplo: o Calor e o Frio, ainda que sejam; opostos, sã o a mesma coisa, e a diferenç a que háentre eles consiste simplesmente na variaç ã o de graus dessa mesma coisa.

Olhai para o vosso termô metro e vede se podereis descobrir onde termina o calar e começ a o frio! Nã o hácoisa de calor absoluto ou de frio absoluto; os dois termos calor e frio indicam somente a variaç ã o de grau da mesma coisa, e que essa mesma coisa que se manifesta como calor e frio nada mais é que uma forma, variedade e ordem de Vibraç ã o.

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O CAIBALION

Assim o calor e o frio sã o unicamente os dois pó los daquilo que chamamos Calor; e os fenô menos que daí decorrem sã o manifestaç õ es do Princípio de Polaridade. O mesmo Princípio se manifesta no caso da Luz e da Obscuridade, que sã o a mesma coisa, consistindo a diferenç a simplesmente nas variaç õ es de graus entre os dois pó los do fenô meno Onde cessa a obscuridade e começ a a luz? Qual éa diferenç a entre o grande e o pequeno? Entre o forte e o fraco? Entre o branco e o preto? Entre o perspicaz e o néscio? Entre o alto e o baixo? Entre o positivo e o negativo.

O Princípio de Polaridade explica estes paradoxos e nenhum outro Princípio pode excedê− lo. O mesmo Princípio opera no Plano mental. Permítiu− nos tomar um exemplo extremo: o do Amor e o ó dio, dois estados mentais em aparência totalmente diferentes. E, apesar disso, existem graus de ó dio e graus de Amor, e um ponto médio em que usamos dos termos Igual ou Desigual, que se encobrem mutuamente de modo tã o gradual que à s vezes temos dificuldades em conhecer o que nos éigual, desigual ou nem um nem outro. E todos sã o simplesmente graus da mesma coisa, como compreendereis se meditardes um momento. E mais do que isto (coisa que os Hermetistas consideram de máxima importâ ncia), épossível mudar as vibraç õ es de ó dio em vibraç õ es de Amor, na pró pria mente de cada um de nó s e nas mentes dos outros.

Muitos de vó s, que ledes estas linhas, tiveram experiências pessoais da transformaç ã o do Amor em ó dio ou do inverso, quer isso se desse com eles mesmos, quer com outros. Podeis pois tornar possível a sua realizaç ã o, exercitando o uso da vossa Vontade por meio das fó rmulas herméticas. Deus e o Diabo, sã o, pois, os pó los da mesma coisa, e o Hermetista entende a arte de transmutar o Diabo em Deus, por meio da aplicaç ã o do Princípio de Polaridade. Em resumo, a Arte de Polaridade fica sendo uma fase da Alquimia Mental, conhecida e praticada pelos antigos e modernos Mestres hermetistas. O conhecimento do Princípio habilitaráo discípulo a mudar a sua pró pria Polaridade, assim como a dos outros, se ele consagrar o tempo e o estudo necessário para obter o domínio da arte.

V. O Principio de Ritmo

"Tudo tem fluxo e refluxo; tudo ,em suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilaç õ es compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo éa compensaç ã o." − O CAIBALION −

Este Princípio contém a verdade que em tudo se manifesta um movimento para diante e para trás, um fluxo e refluxo, um movimento de atraç ã o e repulsã o, um movimento semelhante ao do pêndulo, uma maréenchente e uma marévazante, uma maré− alta e uma marébaixa, entre os dois pó los, que existem, conforme o Princípio de Polaridade de que tratamos hápouco. Existe sempre uma aç ã o e uma reaç ã o, uma marcha e uma retirada, uma subida e uma descida. Isto acontece nas coisas do Universo, nos só is, nos mundos, nos homens, nos animais, na mente, na energia e na matéria.

Esta lei émanifesta na criaç ã o e destruiç ã o dos mundos, na elevaç ã o e na queda das naç õ es, na vida de todas as coisas, e finalmente nos estados mentais do I− Iomem (e é com estes últimos que os Hermetistas reconhecem a compreensã o do Princípio mais importante). Os Hermetistas compreenderam este Princípio, reconhecendo a sua aplicaç ã o universal, e descobriram também certos meios de dominar os seus efeitos no pró prio ente com o emprego de fó rmulas e métodos apropriados. Eles aplicam a Lei mental de Neutralizaç ã o. Eles nã o podem anular o Princípio ou impedir as suas operaç õ es, mas aprenderam como se escapa dos seus efeitos na pró pria pessoa, atéum certo grau que depende do Domínio deste Princípio. Aprenderam como empregá− lo, em vez de serem empregados por ele.

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O CAIBALION

Neste e noutros métodos consiste a Arte dos Hermetistas. O Mestre dos Hermetistas polarizasse atéo ponto em que desejar, e entã o neutraliza a Oscilaç ã o Rítmica pendular que tenderia a arrastá− lo ao outro pó lo.

Todos os indivíduos que atingiram qualquer grau de Domínio pró prio executam isto até um certo grau, mais ou menos inconscientemente, mas o Mestre o faz conscientemente e com o uso da sua Vontade, atingindo um grau de Equilíbrio e Firmeza mental quase impossível de ser acreditado pelas massas populares que vã o para diante e para trás como um pêndulo. Este Princípio e o da Polaridade foram estudados secretamente pelos Hermetistas, e os métodos de impedi− los, neutralizá− los e empregá− los formam uma parte importante da Alquimia Mental do Hermetismo.

VI. O Principio de Causa e Efeito

"Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso ésimplesmente um nome dado a uma Lei nã o reconhecida; hámuitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei." − O CAIBALION −

Este princípio contém a verdade que háuma Causa para todo o Efeito e um Efeito para toda a Causa. Explica que: Tudo acontece de acordo com a Lei, nada acontece sem razã o, nã o hácoisa que seja casual; que, no entanto, existem vários planos de Causa e Efeito, os planos superiores dominando os planos inferiores, nada podendo escapar completamente da Lei.

Os Hermetistas conhecem a arte e os métodos de elevar− se do plano ordinário de Causa e Efeito, a um certo grau, e por meio da elevaç ã o mental a um plano superior tomam− se Causadores em vez de Efeitos.

As massas do povo sã o levadas para a frente; os desejos e as vontades dos outros sã o mais fortes que as vontades delas; a hereditariedade, a sugestã o e outras causas exteriores movem− nas como se fossem peõ es no tabuleiro de xadrez da Vida. Mas os Mestres, elevando− se ao plano superior, dominam o seu gênio. cara 'ter, suas qualidades, poderes, tã o bem como os que o cercam e tornam− se Motores em vez de peõ es. Eles ajudam a jogar a criaç ã o, quer física, quer mental ou espiritual, épossível sem partida da vida, em vez de serem jogados e movidos por outras vontades e influências. Empregam o Princípio em lugar de serem seus instrumentos. Os Mestres obedecem à Causalidade do plano superior, mas ajudam a governar o nosso plano.

Neste preceito estácondensado um tesouro do Conhecimento hermético: aprenda− o quem quiser.

VII. O Principio de Gênero

"O Genero estáem tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos." − O CAIBALION −

Este princípio encerra a verdade que o gênero émanifestado em tudo; que

o princípio masculino e o princípio feminino sempre estã o em aç ã o. Isto écerto nã o só no Plano físico, mas também nos Planos mental e espiritual. No Plano físico este Princípio se manifesta como sexo, nos planos superiores toma formas superiores, mas é sempre o mesmo Princípio.

Nenhuma criaç ã o, quer física, quer mental ou espiritual, épossível sern este Princípio, A compreensã o das suas leis poderáesclarecer muitos assuntos que deixaram perplexas as mentes dos homens.

O Princípio de

Gênero

opera

sempre na direç ã o da

geraç ã o, regeneraç ã o e

criaç ã o'.Todas as

coisas e

todas

as pessoas contêm em si

os dois Elementos deste

grande Princípio.

 

 

 

 

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O CAIBALION

Todas as coisas machos têm também o Elemento feminino; todas as coisas fêmeas têm

o Elemento

masculino. Se compreenderdes a filosofia da Criaç ã o, Geraç ã o e

Regeneraç ã o

mentais, podereis estudar e compreender este Princípio hermético. Ele

contém a soluç ã o de muitos mistérios da Vida. Nó s vos advertimos que este Princípio nã o tem relaç ã o alguma com as teorias e práticas luxuriosas, perniciosas e degradantes, que têm títulos empolgantes e fantásticos, e que nada mais sã o do que a prostituiç ã o do grande princípio natural de Gênero. Tais teorias, baseadas nas antigas formas infamantes do Falicismo, tendem a arruinar a mente, o corpo e a alma; e a Filosofia hermética sempre publicou notas severas contra estes preceitos que tendem à luxúria, depravaç ã o e perversã o dos princípios do Natureza.

Se desejais tais ensinamentos podeis procurá− los noutra parte: o Hermetismo nada contém nestas linhas que sirva para vás. Para aquele que é puro, todas as coisas sã o puras; para os vis, todas as coisas sã o vis e baixas.

CAPÍTULO III

A TRANSMUTAÇ Ã O MENTAL

"A Mente (tã o bem como os metais e os elementos) pode ser transmutada de estado em estado, de grau em grau, de condiç ã o em condiç ã o, de pó lo em pó lo, de vibraç ã o em vibraç ã o. A verdadeira transmutaç ã o hermética éuma Arte Mental." − O CAIBALION

Como dissemos, os Hermetistas eram os antigos alquimistas, astró logos e psicologistas, tendo sido Hermes o fundador destas escolas de pensamento. Da astrologia nasceu a moderna astronomia; da alquimia nasceu a moderna química; da psicologia mística nasceu a moderna psicologia das escolas. Mas nã o se pode supor que os antigos ignoravam aquilo que as escolas modernas pretendem ser sua propriedade exclusiva e especial. As memó rias gravadas nas pedras do Antigo Egito mostram claramente que os antigos tinham um grande conhecimento de astronomia, a verdadeira construç ã o das Pirâ mides representando a relaç ã o entre o seu desenho e o estudo da ciência astronô mica. Nã o ignoravam a Química, porque os fragmentos dos antigos escritos mostram que eles conheciam as propriedades químicas das coisas; com efeito, as antigas teorias relativas à física vã o sendo vagarosamente verificadas pelas últimas descobertas da ciência moderna, principalmente as que se referem à constituiç ã o da matéria.

Nã o se deve crer que eles ignoravam as chamadas descobertas modernas em psicologia; pelo contrário, os egípcios eram especialmente versados na ciência da Psicologia, ,particularmente nos ramos que as modernas escolas ignoram; que, nã o obstante, têm sido encobertos sob o nome de ciência psíquica, que a confusã o dos psicó logos da atualidade, fazendo− lhes com repugnâ ncia admitir que afinal pode haver alguma coisa nela.

A verdade éque, sob a química material, a astronomia e a psicologia (que éa psicologia na sua fase de aç ã o do pensamento), os antigos possuíam um conhecimento da astronomia transcendente, chamada astrologia; da química transcendente, chamada alquimia; da psicologia transcendente chamada psicolo gía mística. Possuíam o Conhecimento Interno como o Conhecimento Externo, sendo o último o único possuído pelos cientistas modernos. Entre os muitos ramos secretos de conhecimento possuídos pelos Hermetistas estava o conhecido sob o nome de Transmutaç ã o Mental, que forma a exposiç ã o material desta liç ã o.

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O CAIBALION

 

Transmutaç ã o

é um

termo usualmente empregado para designar a antiga

arte da

transmutaç ã o

dos metais; particularmente dos metais impuros em ouro. A

palavra

transmutar significa

mudar de uma natureza, forma ou substâ ncia, em

outra;

transformar (Webster). E da mesma forma, Transmutaç ã o Mental significa a arte de transformar e de mudar os estados, as formas e as condiç õ es mentais em outras. Assim podeis ver que a Transmutaç ã o Mental é a Arte da Química Mental ou se quiserdes, uma forma da Psicologia Mística prática.

Porém estas significaç õ es estã o muito longe de serem o que exteriormente parecem.

A Transmutaç ã o, Alquimia, ou Química, no Plano Mental é certamente muito importante nos seus efeitos, e se a arte cessou agora, assim mesmo nã o pode deixar de ser um dos mais importantes ramos de estudos conhecidos pelos homens. Mas isto é simplesmente o princípio. Vejamos a razã o!

O primeiro dos Sete Princípios Herméticos éo princípio de Mentalísmo, o seu axioma é "O TODO éMente; o Universo éMental", que significa que a Realidade Objetiva do Universo éMente; e o mesmo Universo éMental, isto é, existente na Mente do TODO. Estudaremos este princípio nas seguintes liç õ es, mas deixai− nos examinar o efeito do princípio se for considerado como verdade.

Se o Universo éMental na sua natureza, a Transmutaç ã o Mental pode ser considerada como a arte de MUDAR AS CONDIÇ Õ ES DO UNIVERSO, nas divisõ es de Matéria, Forç a e Mente. Assim compreendereis que a Transmutaç ã o Mental érealmente a Magia de que os antigos escritores muito trataram nas suas obras místicas, e de que dã o muito poucas instruç õ es práticas. Se Tudo éMental, entã o a arte que ensina a transmutar as condiç õ es mentais pode tornar o Mestre diretor das condiç õ es materiais tã o bem como das condiç õ es chamadas ordinariamente mentais.

De fato, nenhum alquimista, que nã o esteja adiantado na Alquimia mental, pode obter o grau necessário de poder para dominar as grosseiras condiç õ es físicas e os elementos da Natureza, a produç ã o ou cessaç ã o das tempestades e dos terremotos assim como de outros grandes fenô menos físicos. Que tais homens tenham existido e existam ainda hoje, ématéria da maior certeza para todos os ocultistas adiantados de todas as escolas. Que existem Mestres e que eles têm estes poderes, os melhores instrutores asseguram− no aos seus discípulos, tendo experiências que os . justificam nestas opiniõ es e declaraç õ es. Estes Mestres nã o exibem em público os seus poderes, mas procuram o afastamento do tumulto dos homens, com o fim de abrir melhor o seu caminho na Senda do Conhecimento. Mencionamos aqui a sua existência simplesmente com o fim de chamar a vossa atenç ã o para o fato de que o seu Poder éinteiramente Mental, e de que eles operam conforme as linhas da mais elevada Transmutaç ã o mental, e em conformidade com o Princípio hermético de Mentalismo. "O Universo é Mental" O CAIBALION.

Porém os discípulos e os Hermetistas de grau inferior aos Mestres − os Iniciados e Instrutores − podem facilmente operar pelo Plano Mental ao praticar a Transmutaç ã o Mental. Com efeito, tudo o que chamamos fenô menos psíquicos, influência mental, ciência mental, fenô menos de novo pensamento, etc., se realiza conforme a mesma linha geral, porque nisto estámais um princípio oculto, do que a matéria cujo nome é dado,ao fenô meno.

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O CAIBALION

O discípulo que é praticante da Transmutaç ã o Mental opera no Plano Mental, transmutando as condiç õ es mentais, os estados, etc. em outros, de acordo com diversas fó rmulas mais ou menos eficazes. Os diversos tratamentos, as afirmaç õ es e negaç õ es, etc., das escolas da ciência mental sã o antes fó rmulas freqü entemente muito imperfeitas e nã o científicas, da Arte hermética. A maioria dos praticantes modernos sã o muito ignorantes em comparaç ã o com os antigos mestres, pois eles carecem do conhecimento fundamental sobre que ébaseada a operaç ã o.

Nã o somente os pró prios estados mentais podem ser mudados ou transmutados pelos métodos herméticos; mas também os estados mentais dos outros podem ser, e mesmo sã o constantemente transmutados na mesma direç ã o, quase sempre inconscientemente, mas à s vezes conscientemente, por uma pessoa que conheç a as leis e os princípios, nos casos em que a pessoa influenciada nã o esteja informada dos princípios da proteç ã o pró pria. E, ainda mais, como sabem diversos discípulos e praticantes da moderna ciência mental, toda condiç ã o material que depende das mentes dos outros pode ser mudada ou transmutada de acordo com o desejo, a vontade e os tratamentos reais da pessoa que deseja mudar as condiç õ es da vida. Na atualidade o Público estáinformado geralmente destas coisas, que nã o julgamos necessário mencioná− las por extenso; porque o nosso propó sito a este respeito ésimplesmente mostrar a Arte e o Princípio hermético de Polaridade.

Neste livro procuramos estabelecer os princípios básicos da Transmutaç ã o Mental, para que todos os que lêem possam compreender os Princípios secundários, e possuir entã o a Chave− − Mestra que abriráas diversas portas do Princípio hermético de Polaridade.

Vamos fazer agora uma consideraç ã o sobre o primeiro dos Sete Princípios herméticos: o princípio de Mentalismo, que afirma a verdade que "O TODO éMente; o Universo é Mental", conforme as palavras do Caibalion. Pedimos uma atenç ã o íntima e um estudo cuidadoso deste grande Princípio, da parte dos nossos discípulos, porque ele é realmente o Princípio Básico de toda a Filosofia hermética e da Arte hermética de Transmutaç ã o Mental.

CAPÍTULO IV

O TODO

"Sob as aparências do Universo, do Tempo e do Espaç o e da Mobilidade, estásempre encoberta a Realidade Substancial: a Verdade fundamental." − O CAIBALION −

A Substâ ncia é aquilo que se oculta debaixo de todas as manifestaç õ es exteriores, a essência, a realidade essencial, a coisa em si mesma, etc. Substancial éaquilo que existe atualmente, que é elemento essencial, que é real, etc. A Realidade é o estado real, verdadeiro, permanente, duradouro, atual de um ente.

Debaixo e dentro de todas as aparências ou manifestaç õ es exteriores, sempre houve uma Realidade substancial. Esta éa Lei.

O homem, considerando o Universo, de que ésimplesmente uma partícula, observa que tudo se transforma em matéria, em forç as e em estados mentais. Ele conhece que nada É real, mas que, pelo contrário, tudo éMÓ VEL e CONDICIONAL. Nada estáparado; tudo nasce, cresce e morre; no momento em que uma coisa chega a seu auge, logo começ a a declinar; a lei do ritmo estáem constante aç ã o; nã o hárealidade, qualidade duradoura, fixidez ou substancialidade em qualquer coisa que ,seja; nada épermanente,

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O CAIBALION

tudo se transforma. O homem que observa as leis do Universo vêque todas as coisas evoluem de outras coisas, e resolvem− se em outras; vêuma constante aç ã o e reaç ã o, um fluxo e refluxo, uma criaç ã o e destruiç ã o, o nascimento, crescimento e a morte. Nada é permanente, tudo se transforma. Se esse homem for um pensador ativo, ele realizará todas essas coisas mudáveis, que serã o, contudo, aparências ou manifestaç õ es exteriores da mesma Forç a Oculta, da mesma realidade substancial.

Todos os pensadores de todos os países e todas as épocas compreenderam a necessidade de ser admitida a existência desta Realidade substancial. Todas as filosofias dignas deste nome acham− se baseadas nesta opiniã o. Os homens deram a esta Realidade substancial muitas denominaç õ es: muitos designaram− na sob o termo Divindade (sob diversos títulos); outros chamaram− na a Eterna e Infinita Energia; outros ainda deram− lhe simplesmente o nome de Matéria: mas todos reconheceram a sua existência. Isto é evidente por si mesmo, nã o énecessário argumentos.

Nestas liç õ es seguiremos o exemplo de muitos grandes pensadores antigos e modernos − os Mestres Hermetistas − e designaremos esta Forç a Oculta, esta Realidade substancial sob o nome de O TODO, termo que consideramos como o mais compreensível dos diversos termos empregados pelo Homem para designar AQUELE que excede toclos os nomes e toclos os termos.

Aceitamos e ensinamos as idéias dos grandes pensadores herméticos de todos os tempos, assim como as destas almas iluminadas, que galgaram elevados Planos de existência, e que afirmam a natureza íntima do TODO ser INCOGNOSCÍVEL. Isto é assim que ninguém pode compreender pelo pró prio TODO por a natureza e a existência íntima dele.

Os Hermetistas pensam e ensinam que o TODO, em Si mesmo, é e serásempre INCOGNOSCÍVEL. Eles consideram todas as teorias, conjeturas e especulaç õ es dos teó logos e metafísicos a respeito da natureza íntima do TODO, como esforç os infantis das mentes finítas para compreender o segredo do Infinito. Tais esforç os sempre desviaram e desviarã o da verdadeira natureza do seu fim. Uma pessoa que Prossegue em tais investigaç õ es vai, de circuito em circuito no labirinto do pensamento, prejudicar o seu sã o raciocínio, a sua aç ã o e a sua conduta, atéficar totalmente inutilizada para o trabalho da vida. É como o esquilo, que furiosamente corre dentro da redondeza da sua gaiola, caminhando sempre sem nunca chegar em parte alguma, e parando só quando se assusta: éenfim um prisioneiro.

Porém sã o ainda mais presunç osos os que atribuem ao TODO a personalidade, as qualidades e propriedades − característicos e atributos deles mesmos, e querem que o TODO tenha emoç õ es, sensaç õ es e outros característicos humanos que estã o abaixo das pequenas qualidades do gênero humano, tais como a inveja, o desejo de lisonjas e louvores, desejo de oferendas e adoraç õ es, e todos os outros atributos que sobrevivem desde a infâ ncia da raç a. Tais idéias nã o sã o dignas de pessoas maduras e vã o sendo rapidamente abandonadas.

(Vem a propó sito dizer aqui que fazemos distinç ã o entre a Religiã o e a Teologia, entre a Filosofia e a Metafísica.)

A Religiã o para nó s éa realizaç ã o institucional da existência do TODO, e sua relaç ã o para com ele; ao passo que a Teologia − representa o esforç o do homem em atribuir− lhe personalidade, qualidades e característicos, as teorias a respeito dos seus negó cios, planos, desejos e vontades, e as apropriaç õ es de tudo isso para o ofício de mediadores entre O TODO e O povo.

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O CAIBALION

A Filosofia é, para nó s, a investigaç ã o de acordo com o conhecimento das coisas conhecíeis e concebíveis; ao passo que a Metafísica éo intento de levar a investigaç ã o à s regiõ es incognoscíveis e inconcebíveis e além dos seus limites, com a mesma tendência que a Teologia. Por conseguinte, a Religiã o e a Filosofia sã o para nó s coisas que têm o seu princípio na Realidade, ao passo que a Teologia e a Metafísica parecem delgados caniç os, enraizados na areia movediç a da ignorâ ncia, e nada mais constituem que o mais incerto apoio para a mente ou a alma do Homem. Nã o insistiremos com os estudantes que aceitam estas definiç õ es; só mencionamo− las para mostrar a posiç ã o em que nos colocamos neste assunto. Seja como for falaremos muito pouco sobre a Teologia e a Metafísica.

Mas, conquanto a natureza essencial do TODO seja Incognoscível, existem certas verdades conexas com a sua existência que a mente humana foi obrigada a aceitar. E o exame destas verdades forma um assunto pró prio para investigaç õ es, mormente quando elas concordam com o testemunho do Iluminado nos planos superiores. Nó s vos convidamos a fazer estas investigaç õ es.

"AQUELE que é a Verdade Fundamental, a Realidade Substancial, estáfora de uma verdadeira denominaç ã o, mas o sábio chama− o O TODO." − O CAIBALION −

"Na sua Essência, O TODO éINCOGNOSCIVEL." − O CAIBALION −

"Mas os testemunhos da Razã o devem ser hospitaleiramente recebidas e tratados com respeito." − O CAIBALION −

A razã o humana, cujos testemunhos devemos aceitar ao raciocinar sobre alguma coisa, nos diz o seguinte a respeito do TODO, mas sem pretender levantar o véu do Incognoscível:

I. O TODO é Tudo o que É REAL. Nada pode existir fora do TODO, porque do contrário o TODO nã o seria mais o TODO.

II. O TODO É INFINITO, porque nã o háquem defina, restrinja e limite O TODO. É Infinito no Tempo, OU ETERNO; existiu sempre, sem cessar; porque nada háque o pudesse criar, e se ele nã o tivesse existido, nã o podia existir agora; existirá perpetuamente, porque nã o háquem o destrua, e ele nã o pode deixar de existir, porque aquilo que éalguma coisa nã o pode ficar sendo nada. É infinito no − espaç o; estáem toda parte porque nã o hálugar fora do TODO; é contínuo no Espaç o Sem cessaç ã o, separaç ã o ou interrupç ã o, porque nada háque separe, divida ou interrompa a sua continuidade, e nada hápara encher lacunas. É Infinito ou Absoluto em Poder; porque nã o hánada para limitá− lo, restringi− lo ou acondicioná− lo; nã o estásujeito a nenhum outro Poder, porque nã o háoutro Poder.

III. O TODO É IMUTÁ VEL, ou nã o estásujeito a ser mudado na sua natureza real, nada háque possa operar mudanç as nele, nada háem que possa ser mudado nem nada que tenha sido mudado. Nã o pode ser aumentado nem diminuído, nem ficar maior ou menor, seja qual for o motivo. Ele sempre foi e sempre serátal como é agora: O TODO; nada houve, nada háe nada haveráem que ele possa ser mudado.

TODO sendo Infinito, Absoluto, Eterno e Imutável, segue− se que tudo o que éfinito, passageiro, condicional e Mutável nã o é o Todo. E como nã o hánada Real fora do TODO, todas as coisas fínitas nã o sã o Reais. Nã o deveis ficar admirados e espantados das nossas palavras; nã o queremos levar− vos à Ciência Cristã fundada sobre a parte inferior da Filosofia hermética. Há uma Reconciliaç ã o para o aparente estado

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O CAIBALION

contraditó rio atual do assunto. Tende paciência, que nó s trataremos deste assunto em seu tempo.

Vemos ao redor de nó s que aquilo que se chama Matéria constitui O Princípio de todas as formas. É O TODO Simplesmente Matéria? Absolutamente nã o! A Matéria nã o pode manifestar a Vida ou a Mente, e como a Vida e a Mente sã o manifestadas no Universo, Porque nada é superior à sua pró pria origem, nada se manifesta como efeito que nã o esteja na causa, nada evolui como conseqü ente, que nã o tenha involuído como antecedente. Quando a ciência moderna nos diz que nã o hárealmente outra coisa senã o Matéria, devemos saber que aquilo que ela chama Matéria ésimplesmente uma energia eu forç a interrompida, isto é, uma energia ou forç a com poucos graus de vibraç ã o. Disse um recente escritor, "a Matéria obscureceu− se no Mistério". Mesmo a ciência materialista jáabandonou a teoria da Matéria e agora se apó ia sobre a base da Energia.

Entã o o TODO ésimplesmente Energia ou Forç a? Nã o é Energia ou Forç a como os materialistas empregam estes termos, porque a energia e forç a deles sã o coisas cegas e mecâ nicas, privadas de Vida ou de Mente. A Vida ou a Mente nã o pode evoluir da Energia ou Forç a cega, pela razã o dada acima, que: Nada é superior à sua pró pria origem, nada evolui que nã o tenha involuído, nada se manifesta como efeito que nã o tenha a sua causa. E assim O TODO nã o pode ser simplesmente Energia ou Forç a, porque, se assim fosse, nã o teriam existência a Vida e a Mente, e nó s sabemos muito bem que elas existem, porque somos nó s os que temos Vida, e que empregamos a Mente para considerar esta questã o, assim como os que pretendem que a Energia ou Forç a éTudo.

Que é, pois, que sabemos existir no Universo, que ésuperior à Matéria ou Energia? A VIDA E A MENTE! A Vida e a Mente em todos os seus diversos graus de desenvolvimento! "Entã o, perguntais, quereis dizer que O TODO É VIDA E MENTE? Sim e Nã o! éa nossa resposta. Se entendeis a Vida e a Mente como nó s pobres mortais conhecêmo− las, diremos, Nã o! O TODO nã o éisto! "Mas, que natureza de Vida e de Mente quereis significar?", direis vó s.

A resposta é: "A MENTE VIVENTE, muito acima do que os mortais conhecem por essas palavras, como a Vida e a Mente sã o superiores à s forç as mecâ nicas ou à matéria; A INFINITA MENTE é Muito superior em comparaç ã o à Vida e à Mente finita." Queremos exprimir o que as almas iluminadas significam ao pronunciarem reverentemente a palavra ESPÍRITO!

O TODO éa Infinita Mente Vivente; o Iluminado chama− a ESPÍRITO! CAPÍTULO V

O UNIVERSO MENTAL

"O Universo éMental: ele estádentro da mente d'O TODO. − o CAIBALION −

O TODO éESPÍRITO! Mas que é Espírito? Esta pergunta nã o pode ser respondida, porque a sua definiç ã o seria praticamente a do TODO, que nã o pode ser explicado nem definido. Espírito é um simples nome que os homens dã o à s suas mais elevadas concepç õ es da Infinita Mente Vivente; esta palavra significa a Essência Real; significa a Mente Vivente, tã o superior à Vida e à Mente tais como as Conhecemos, quanto estas últimas sã o superiores à Energia mecâ nica e à Matéria. O Espírito ésuperior ao nosso entendimento, e só empregamos este termo para podermos falar do TODO. No juízo dos pensadores e inteligentes estamos justificados falando do Espírito como Infinita

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O CAIBALION

Mente Vivente, e reconhecendo que nã o Podemos compreende− Ia, quer raciocinando sobre ela, quer estudando a matéria na sua totalidade.

Faç amos agora uma consideraç ã o sobre a natureza do Universo, quer no seu todo, quer nas suas partes. Que é o UniverSO? Dissemos que nada háfora do TODO. Entã o o Universo é O TODO? Nã o; nã o o é; porque o Universo parece ser formado de MUITOS, e estáconstantemente mudando, ou, por outras palavras, ele nã o pode ser comparado com as idéias que estabelecemos a respeito do TODO. Entã o, se o Universo nã o éo TODO, ele é o Nada; tal éa conclusã o inevitável da mente à primeira idéia. Mas esta nã o satisfaz a questã o, porque sentimos a existência do Universo. Ora, se o Universo nã o éO TODO, nem o Nada, que seráentã o? Examinemos a questã o.

Se verdadeiramente o Universo existe, ou parece existir, ele procederádiretamente do TODO, poderáser uma criaç ã o do TODO. Mas como poderáalguma coisa sair do nada, de que O TODO a teria criado?

Vários filó sofos responderam a esta pergunta, dizendo que TODO criou o Universo de si MESMO, isto é, da existência e substâ ncia do TODO. Mas isto nã o pode ser, porque o TODO nã o pode ser dividido ou diminuído, como jávimos, e se isto fosse verdade, cada partícula do Universo nã o poderia deixar de conhecer o seu ente − O TODO; o TODO nã o perderia o conhecimento pró prio, nem SE TORNARIA atualmente um átomo, uma forç a cega ou uma coisa de vida humilde. Com efeito, alguns homens, julgando que o TODO é exatamente TUDO, e reconhecendo também que eles, os homens, existem, aventuraram− se a concluir que eles eram idênticos ao TODO, e atroaram os ares com os seus clamores de "EU SOU DEUS!" para divertimento da multidã o e sorriso dos sábios. O clamor do corpúsculo que dissesse: "Eu sou Homem!", seria mais modesto em comparaç ã o.

Mas, que é, pois, o Universo, se nã o for o TODO separando a si mesmo em fragmentos? Que outra coisa poderáser? De que coisa poderáser feito? Esta éa grande questã o. Examinemo− la bem. Reconhecemos que o Princípio de Correspondência (vide a primeira liç ã o) vem em nosso auxílio aqui. O velho axioma hermético "o que estáem cima écomo o que estáembaixo", pode ser empregado com êxito neste ponto. Permiti− nos fazer uma rápida hipó tese sobre os planos elevados,'examínando− os em nó s mesmos. O Princípio de Correspondência aplica− se a este como a outros problemas.

Vejamos, pois! No seu pró prio plano de existência, como cria o Homem? Primeiramente, ele pode criar, fazendo alguma coisa de materiais exteriores. Mas assim nã o pode ser, porque nã o hámateriais exteriores ao TODO, com os quais ele possa criar. Em segundo lugar, o Homem procria ou reproduz a sua espécie pelo processo da geraç ã o que éa pró pria multiplicaç ã o por meio da transformaç ã o de uma parte da sua substâ ncia na da sua prole. Mas, assim também nã o pode ser, porque o Todo nã o pode transferir ou subtrair uma parte de si mesmo, assim como reproduzir ou multiplicar a si mesmo: no primeiro caso haveria uma revogaç ã o da lei, e no segundo, uma multiplicaç ã o ou adiç ã o do TODO, idéias totalmente absurdas. Nã o hánenhum outro meio pelo qual O HOMEM cria? Sim, há; ele CRIA MENTALMENTE! E deste modo, nã o emprega materiais exteriores, nã o reproduz a si mesmo, e, apesar disso, o seu Espírito penetra a Criaç ã o Mental.

Conforme o Princípio de Correspondência, temos razã o de considerar que O TODO CRIA MENTALMENTE o Universo, de um modo semelhante ao processo pelo qual o Homem cria as Imagens mentais. Este é o testemunho da Razã o, que concorda perfeitamente com o testemunho do Iluminado, como ele o manifesta pelos seus ensinos e escritos. Assim sã o os ensinamentos do Sábio. Tal era a doutrina de Hermes.

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O CAIBALION

O TODO nã o pode criar de outro modo senã o mentalmente, sem empregar qualquer material (nada hápara ser empregado),, e nem reproduzir a si mesmo (o que étambém impossível). Nã o se pode escapar desta conclusã o da Razã o, que, como dissemos, concorda com os mais elevados preceitos do Iluminado. justamente como vó s podeis criar um Universo de vó s mesmos na vossa mentalidade, aSSiM O TODO cria Universo na sua pró pria Mente. Mas o vosso Universo é criaç ã o mental de uma Mente finita, enquanto que o do TODO écriaç ã o de uma Mente Infinita. Ambos sã o análogos em natureza, mas infinitamente diferentes em grau. Vamos examinar cuidadosamente como fazemos nos processos de criaç ã o e manifestaç ã o. Mas antes de tudo épreciso fixardes as vossas mentes nesta frase: O UNIVERSO, E TUDO O QUE ELE CONTÉ M, É UMA CRIAÇ Ã O MENTAL DO TODO. COM efeito, O TODO É MENTE!

" O TODO cria na sua Mente infinita inumeráveis Universos, que existem por eons de Tempo; e contudo, para O TODO, a criaç ã o, o desenvolvimento, o declínio e a morte de um milhã o de Universos é como que o tempo do pestanejar dum olho." − O CAIBALION− .

"A Mente Infinita d'O TODO éa matriz dos Universos." − O CAIBALION− .

O Princípio de Gênero (vide liç ã o primeira e seguintes) é manifestado em todos os planos de vida, quer materiais, mentais ou espirituais. Mas, como jádissemos, Gênero nã o significa Sexo; o sexo é simplesmente uma manifestaç ã o material do, gênero. Gênero significa relativo à geraç ã o ou criaç ã o. Em qualquer lugar, em qualquer plano, em que uma coisa é criada ou gerada, o Princípio de Gênero se manifesta. E isto é verdade mesmo na criaç ã o dos Universos.

Mas, nã o se deve concluir disto que ensinamos haver um Deus ou Criador macho e fêmea. Esta idéia éum desvio dos antigos preceitos sobre este assunto.

O verdadeiro ensinamento é que o TODO em si mesmo estáfora do Gênero, assim como de qualquer outra Lei, mesmo as do Tempo e do Espaç o. Ele éa Lei de que todas as Leis procedem e nã o estásujeito a elas. Contudo, quando O TODO se manifesta no plano de geraç ã o ou criaç ã o, os seus atos concordam com a Lei e o Princípio, porque se realizam num plano inferior de existência. E, por conseguinte, ele manifesta no Plano Mental o Princípio de Gênero, nos seus aspectos Masculino e Feminino.

Esta idéia poderácausar admiraç ã o a alguns de vó s, que aprendem− na pela primeira vez, mas todos vó s aceitaste− a passivamente nas vossas concepç õ es diárias. Falais na Paternidade de Deus e na Maternidade da Natureza; de Deus, o Pai divino e da Natureza, a Mã e universal; logo, reconheceis instintivamente o Princípio de Gênero no Universo. Nã o éverdade?

Mas a doutrina hermética nã o exprime uma dualidade real: O TODO é um; os dois aspectos sã o simplesmente aspectos de manifestaç ã o. O ensinamento éque o Princípio Masculino manifestado pelo TODO só impede a destruiç ã o da concepç ã o atual do Universo. Ele projeta o seu Desejo no Princípio Feminino (que se chama Natureza), ao mesmo tempo que este último começ a a obra atual da evoluç ã o do Universo, desde os simples centros de atividade atéo homem, e subindo cada vez mais de acordo com as bem− estabelecidas Leis da Natureza. Se dais preferência aos velhos modos de expressã o, podeis considerar o Princípio Masculino COMO DEUS, o Pai, e o Princípio Feminino COMO a NATUREZA, a Mã e Universal, em cuja matriz toclas as coisas foram geradas. Isto nã o ésimplesmente uma ficç ã o poética de linguagem; éuma idéia do processo atual de criaç ã o do Universo. Mas épreciso nã o esquecer que O TODO é um, e que o Universo égerado, criado e existe na sua Mente Infinita.

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O CAIBALION

Isto vos permitiráfazer uma idéia de vó s mesmos, se quiserdes aplicar a Lei de Correspondência à vossa pró pria mente e a vó s mesmos. Sabeis que a parte de Vó s que chamais Eu. em certo sentido, sustenta e prova a criaç ã o de Imagens mentais na vossa pró pria mente. A parte da vossa mente em que érealizada a geraç ã o mental pode ser chamada o eu inferior, distinto do Eu. que sustenta e examina os pensamentos, as idéias e as imagens do eu inferior. Reparai bem que "o que estáem cima écomo o que está embaixo", e que os fenô menos de um plano podem ser empregados na soluç ã o dos enigmas de planos superiores ou inferiores.

Serápara admirar que Vó s, os filhos, sintais esta instintiva reverência pelo TODO, sentimento que chamamos religiã o; esta reverência e este respeito para com a MENTE− PAI? Serápara admirar que, ao considerar as obras e as maravilhas da Natureza, fiqueis dominado por um grande sentimento que tem sua origem fora do vosso íntimo ser? É a MENTE− MÃ E que vos estreita, como a mã e estreita seu filho ao seio.

Nã o deveis cometer o erro de crer que o pequeno mundo que vedes ao redor de vó s, a Terra, que é simplesmente um grã o de areia em comparaç ã o com o Universo, seja o pró prio Universo. Existem milhõ es de mundos semelhantes e maiores. Hámilhõ es e milhõ es de Universos iguais em existência dentro da Mente Infinita do TODO. E mesmo no nosso pequeno sistema solar háregiõ es e planos de vida mais elevados que os nossos, − e entes, em comparaç ã o aos quais nó s, míseros mortais, somos como as viç osas formas viventes que habitam no fundo do oceano, comparadas ao Homem. Há entes com poderes e atributos superiores aos que o Homem sonhou ser possuído pelos deuses. Nã o obstante, estes entes foram como vó s e ainda inferiores, e, com o tempo, vó s podeis ser como eles ou superiores a eles; porque, como diz o Iluminado, tal éo Destino do Homem.

A Morte nã o éreal, ainda mesmo no sentido relativo; ela ésimplesmente o Nascimento a uma nova vida, e continuareis sempre de planos elevados de vida a outros mais elevados por eons e eons de tempo. O Universo évossa habitaç ã o e estudareis os seus mais distantes a@,essos antes do fim do Tempo, Residis na Mente Infinita do TODO, e as vossas potencialidades e oportunidades sã o infinitas mas somente no tempo e no espaç o. E no fim do Grande Ciclo de EONS, O TODO recolheráem si todas as suas criaç õ es; porém, vó s continuareis alegrernente a vossa jornada, porque entã o querereis preparar− vos para conhecer a Verdade Total da existência em Unidade com O TODO.

E, quando estiverdes na metade do caminho, estareis calmos e serenos; sois seguros e protegidos pelo Poder Infinito da MENTE− MÃ E.

"Dentro da Mente Pai− Mã e, o filho mortal estána sua morada." − O CAIBALION − "Nã o hánenhum ó rfã o de Pai ou de Mã e no Universo."O CAIBALION −

CÁ PÍTULO VI

O PARADOXO DIVINO

"Os falsos sábios, reconhecendo a irrealidade comparativa do Universo, imaginaram que podiam transgredir as suas Leis: estes tais sã o vã os e presunç osos loucos; eles se quebram na rocha e sã o feitos em pedaç os pelos elementos, por causa da sua loucura. O verdadeiro sábio, conhecendo a natureza do Universo, emprega a Lei contra as leis, o superior contra o inferior; e pela Arte da Alquimia transmita aquilo que édesagradável

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O CAIBALION

naquilo que é agradável, e deste modo triunfa, O Domínio nã o consiste em sonhos

anormais, em visõ es, em

vida e imagInaç õ es fantásticas, mas sim no emprego das

forç as superiores contra

. as inferiores, escapando assim

das

penas dos pia− nos

inferiores pela vibraç ã o

nos superiores. A Transmutaç ã o

nã o

é uma denegaç ã o

presunç osa, éa arma ofensiva do Mestre." − O CAIBALION − .

Este éo Paradoxo do Universo, que resulta do Princípio de Polaridade que se manifesta quando o TODO começ a a Criar. É necessário prestar atenç ã o, porque isto estabelece a diferenç a entre a falsa e a verdadeira sabedoria.

Enquanto que para o TODO INFINITO, o Universo, as suas Leis, as suas Forç as, a sua Vida e os seus Fenô menos, sã o como pensamentos presentes no estado de Meditaç ã o ou Sonho; para tudo o que éFinito, o Universo deve ser considerado como Real, e a vida, a aç ã o e o pensamento devem ser baseados nele, de modo a concordar com um preceito da Verdade superior; cada qual concordando com o seu pró prio Plano e suas Leis. Se o TODO imaginasse− que o Universo era verdadeira Realidade, desgraç ado do Universo porque ele nã o poderia subir do inferior ao superior que a deificaç ã o; entã o o Universo ficaria fixo e o progresso seria impossível.

E se o Homem, devido à falsa sabedoria, considerar as aç õ es, vidas e pensamentos do Universo, como um mero sonho (semelhante aos seus pró prios sonhos finitos), entã o ele o faz tã o conveniente para si, e, como um dormidor que estápasseando, tropeç a sempre num círculo vicioso, sem fazer progresso algum, sendo, por fim, despertado por uma queda terrível, provenIente das Leis Naturais que ele ignora. Conservai sempre a vossa mente nas Estrelas, mas deixai os vossos olhos verem os vossos passos para nã o cairdes na lama, por causa da vossa contemplaç ã o de cima. Lembrai− vos do Paradoxo Divino, que ao mesmo tempo que o Universo NÃ O EXISTE, ELE EXISTE. Lembraí− vos sempre dos dois Pó los da Verdade: o Absoluto e o Relativo. Tomai cuidado com as Meias− Verdades.

Aquilo que os Hermetistas conhecem como a Lei do Paradoxo é um aspecto do Princípio de Polaridade. Os escritos herméticos estã o cheios de referências ao aparecimento de Paradoxos na consideraç ã o dos problemas da Vida e da Existência. Os Instrutores previnem constantemente os seus discípulos contra o erro de omitir o outro lado de cada questã o. E as suas admoestaç õ es se referem particularmente aos problemas do Absoluto e do Relativo, que deixam perplexos todos os estudantes de filosofia, e que causam muitas idéias e aç õ es contrárias ao que é geralmente conhecido como senso comum. Nó s prevenimos a todos os estudantis que fiquem certos de compreender o Paradoxo Divino do Absoluto e do Relativo, para nã o ficarem atolados na lama da Meía− Verdade. É para este fim que foi escrita esta liç ã o particular. Aprendei− a bem!

O primeiro pensamento que o homem pensador tem, depois que ele compreende bem a verdade que o Universo éuma Criaç ã o Mental do TODO, éque o Universo, e tudo o que ele contém, é mera ilusã o, irrealidade; idéia contra a qual os seus instintos se revoltam. Contudo esta, como todas as outras grandes verdades, pode ser considerada sob os pontos de vista Absoluto e Relativo. Sob o ponto de vista Absoluto o Universo comparado com O TODO em si é de natureza duma ilusã o, dum sonho, duma fantasmagoria. Sempre reconhecemo− lo em nossas vistas ordinárias, porque falamos do mundo como um espetáculo transitó rio que vai e vem, nasce e morre, por causa do elemento de impermanência e mudanç a, limitaç ã o e insubstancialidade; idéia esta que

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O CAIBALION

estáem relaç ã o com a de um Universo criado, ao passo que contrasta com a idéia do TODO.

Filó sofos, metafísicos, cientistas e teó logos, todos sã o concordes sobre este ponto, que é fundado em todas as formas de idéias filosó ficas e religiosas, assim como nas teorias das respectivas escolas metafísicas e teoló gicas.

Assim, as doutrinas herméticas nã o ensinam a insubstancialidade do Universo com palavras mais altíssonas do que as que vos sã o familiares, mas, apesar disso, o seu modo de encarar o assunto pareceráuma coisa mais assustadora. Uma coisa que tem um

princípio e um fim pode ser considerada, em certo sentido,

como

irreal e

nã o

verdadeira; e, conforme todas as escolas de.−

pensamento, o Universo estásob esta lei.

No ponto Absoluto de vista, nada háreal

a nã o ser o TODO,

que

nã o pode

ser

realmente explicado. Ou o Universo écriado da Matéria, ou éuma criaç ã o mental na Mente do TODO: ele é insubstancial, nã o− duradouro, uma coisa de tempo, espaç o e mobilidade. É necessário compreenderdes cabalmente isto, antes de, passardes a examinar as concepç õ es herméticas sobre a natureza mental do Universo. Examinai cada uma das outras concepç õ es e vereis que elas nã o sã o verdadeiras.

Mas o ponto de vista Absoluto mostra um só lado do Panorama; o outro lado é o Relativo. A Verdade Absoluta foi definida como sendo as Coisas como a mente de Deus as conhece, ao passo que a verdade Relativa sã o as Coisas como a mais elevada razã o do Homem as compreende. Assim, ao passo que para o Todo o Universo éirreal e ilusó rio, um simples sonho ou resultado de meditaç ã o; para as mentes finitas que fazem parte deste mesmo Universo e o observam através das suas faculdades, ele é verdadeiramente real e assim deve ser considerado. Ao reconhecer o ponto de vista absoluto, nã o devemos cometer o erro de negar ou ignorar os fatos e fenô menos do Universo do modo como estes se apresentam à s nossas faculdades: lembremos que nã o somos o TODO.

Para dar um exemplo familiar, todos reconhecemos que a Matéria existe para os nossos sentidos, e estaríamos errados a mente finita se o nã o reconhecêssemos. Mas, sempre a nossa mente finita compreende a afirmaç ã o científica que, falando cientificamente, nã o hánada mais que a Matéria; aquilo que chamamos Matéria éconsiderado como sendo simplesmente uma agregaç ã o de átomos, os quais sã o um grupo de unidades de forç as chamadas elétrons ou íons, que estã o em constante vibraç ã o e movimento circular. Batemos numa pedra e sentimos o baque; parece ser uma coisa real, mas é simplesmente o que dissemos acima. Mas lembramo− nos que o nosso pé, que sente o baque, também é Matéria, e portanto é constituído de elétrons, porque esta matéria também énosso cérebro. E, para melhor dizer, se nã o fosse por causa da nossa Mente, absolutamente nã o poderíamos reconhecer o péou a pedra.

Assim, o ideal do artista ou escultor, que ele tanto esforç a para reproduzir na tela ou no mármore, parece verdadeiramente real para ele. Assim se produzem os caracteres na mente do autor ou dramaturgo, o qual procura expressá− los de modo que os outros os possam reconhecer. E se isto éverdade no caso da nossa mente fínita, qual nã o seráo grau de Realidade nas imagens Mentais criadas na Mente do Infinito? õ amigos, para os mortais este Universo de Mentalidade é verdadeiramente real; é o único que sempre podemos conhecer, ainda que subamos de planos a Planos cada vez mais elevados. Para conhecê− lo de outro modo, pela experiência atual, teríamos de ser o TODO mesmo. É

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verdade que quanto mais alto nos elevamos na escada − alcanç amos as proximidades da mente do Pai − as coisas mais visíveis tomam a natureza ilusó ria das coisas finitas, Mas antes que o TODO nos retire em si a visã o atual nã o desaparece.

Assim, nã o devemos viver acima das formas da ilusã o. Desde que reconhecemos a natureza real do Universo, procuremos compreender as suas leis mentais e nos esforcemos em empregá− las para obtermos melhor resultado no nosso progresso através da vida, ao caminharmos de um plano a outro plano de existência. As Leis do Universo nã o sã o as pequenas Leis Férreas, por causa da sua natureza mental. Tudo, exceto o TODO, é limitado por elas. Aquilo que estáNA MENTE . INFINITA DO TODO é REAL em grau relativo a esta mesma Realidade que érevestida na natureza do TODO.

Nã o fiquemos, pois, incertos e atemorizados: somos todos FIRMEMENTE CONTIDOS NA MENTE INFINITA DO TODO e nada nos pode prejudicar e nos intimidar. Nã o há forç a fora do TODO para agir sobre nó s. Podemos, pois, ficar calmos e tranqü ilos. Há um mundo de conforto e tranqü ilidade nesta realizaç ã o depois de atingida. Entã o "calmos e tranqü ilos repousaremos, embalados no Berç o do Abismo"; ficando sem perigo no seio dc. Oceano da Mente Infinita, que éo TODO. NO TODO, move,remos, viveremos e teremos nossa existência.

A Matéria nã o épara nó s a Matéria inferior, enquanto vivemos no plano da Matéria, apesar de sabermos que é simplesmente uma agregaç ã o de elétrons ou partículas de Forç a, que vibram rapidamente e giram umas ao redor das outras na formaç ã o de átomos; os átomos vibram e giram formando moléculas que, por sua vez, formam as grandes massas de Matéria. A Matéria nã o é para nó s a Matéria inferior, quando prosseguimos nas investigaç õ es mais elevadas, e aprendemos dos Preceitos herméticos que a Forç a, da qual os elétrons sã o unidades, é simplesmente uma manifestaç ã o da mente do TODO, e assim no Universo tudo é simplesmente Metal em sua natureza. Enquanto no Plano da Matéria, podemos reconhecer os seus fenô menos, poderemos examíná− la (como o fazem todos os Mestres de graus mais ou menos elevados), mas fazemo− lo aplicando as forç as superiores. Cometeremos uma loucura pretendendo negar a existência da Matéria no aspecto relativo. Podemos negar o seu domínio sobre nó s, devemos fazer, mas nã o devemos ignorar que ela existe em seus aspectos relativos, ao menos enquanto no seu plano.

As Leis da Natureza nã o sã o menos constantes ou efetivas, como sabemo− lo, apesar de serem simplesmente criaç õ es mentais. Elas estã o em muitos efeitos dos diversos planos.

Dominamos as leis inferiores aplicando− lhes as que lhes sã o superiores; e somente por este modo. Mas nã o podemos escapar da Lei e ficar inteiramente fora dela. Nada senã o O TODO pode escapar da Lei; e isto éporque o TODO éa pró pria LEI, de que todas as Leis procedem. Os mais adiantados Mestres podem adquirir os poderes usualmente atribuídos aos deuses do homem; e háinúmeras ordens de entes, na grande hierarquia da vida, cujas existências e poderes excedem mesmo os dos mais elevados Mestres entre os homens a um grau imaginário para os mortais. contudo, o mais elevado dos Mestres e o Ente mais elevado devem curvar− se à Lei e ser como Nada diante do Todo. De o modo que se mesmo estes Entes, cujos poderes excedem o atribuídos pelos homens aos seus deuses, estã o subordinados à Lei, imaginai qual nã o seráa presunç ã o do homem mortal da nossa raç a e do nosso grau, quando ousa considerar as Leis da Natureza como irreais, visionárias e ilusó rias, porque chegou a compreender a verdade que as Leis sã o de natureza mental e simples Criaç õ es Mentais do TODO. Estas Leis, que O TODO

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O CAIBALION

destinou para governar as leis, nã o podem ser desafiadas nem argü idas. Enquanto durar o Universo, elas durarã o, porque o Universo só existe pela virtude destas Leis, que formam o seu vigamento e que ao mesmo tempo o mantém.

O Princípio hermético de Mentalismo, explicando a verdadeira natureza do Universo por meio do princípio que tudo é Mental, nã o muda as concepç õ es científicas do Universo, da Vida ou da Evoluç ã o. Com efeito, a ciência simplesmente corrobora os Ensinamentos herméticos. Estes últimos ensinam que a natureza do Universo éMental, ao passo que a ciência moderna disse que ele é Material; ou (ultimamente) que ele é Energia, em última análise. Os Preceitos herméticos nã o caem no erro de combater os princípios básicos de Herbert Spencer que afirmam a existência de unia "Energia Infinita e Eterna da qual todas as coisas procedem". Com efeito, os Hermetistas reconhecem na filosofia de Spencer a mais elevada exposiç ã o das operaç õ es das Leis naturais que foram promulgadas até agora, e eles crêem que Spencer foi uma reencarnaç ã o de um antigo filó sofo que viveu no Egito, milhares de anos antes e que por último se tinha encarnado como Heráclito, filosofo grego que viveu em 500 antes de Cristo. E eles consideram esta idéia da "Energia Infinita e Eterna" como partindo diretamente da linha dos Preceitos herméticos, sempre com o acréscimo da sua pró pria doutrina que esta Energia (de Spencer) éa Energia da Mente do TODO. Com a Chave− Mestra da Filosofia hermética, o estudante poderáabrir várias portas das mais elevadas concepç õ es filosó ficas do grande filó sofo inglês, cuja obra manifesta os resultados da preparaç ã o das suas encarnaç õ es precedentes. A sua doutrina a respeito da Evoluç ã o e do Ritmo estána mais perfeita concordâ ncia com os Preceitos herméticos sobre o Princípio do Ritmo.

Assim, o estudante do Hermetismo nã o deve desprezar quaisquer destes pontos de vista científicos a respeito o Universo. Todos devem ser interrogados para se concluir e compreender o princípio oculto que "O TODO éMente; o Universo éMental e criado na Mente d'O TODO". Eles crêem que os outros seis dos Sete Princípios se adaptarã o a esta doutrina científica e servirã o para esclarecê− la. Nã o há que admirar, ao encontrarmos a influência do pensamento hermetista nos primitivos filó sofos da Grécia, em cujas idéias fundamentais se baseiam em grande parte as teorias da ciência moderna. A aceitaç ã o do Primeiro Princípio hermético (o de Mentalismo) éo único grande ponto de diferenç a entre a ciência moderna e os estudantes hermetistas, mas a Ciência se dirige gradualmente para o lado dos hermetistas nas suas apalpadelas no meio da escuridã o para encontrar um caminho de saída do Labirinto em que vaga nas suas pesquisas pela Realidade.

O fim desta liç ã o égravar na mente dos nossos estudantes a verdade que, para todos os intentos e propó sitos, o Universo e suas leis, seus fenô menos, sã o justamente REAIS, que mesmo o Homem estáincluído nelas, de modo que poderiam estar sob a hipó tese de Materialismo ou Energismo. Sob qualquer hipó tese o Universo no seu aspecto exterior émutável e transító rio; e por isso sem substancialidade e realidade. Mas (notai o outro pó lo da verdade), sob qualquer das mesmas hipó teses, somos compelidos a, AGIR E VIVER COMO se as coisas transitó rias fossem reais e substanciais. Hásempre esta diferenç a entre as diversas hipó teses, ; que sob os velhos pontos de vista o Poder Mental era ignorado como Forç a Natural, ao passo que sob o Mentalismo ele se torna uma grande Forç a Natural. Esta diferenç a revoluciona a Vida daqueles que compreendem este Princípio, as leis que dele resultam e as suas práticas.

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O CAIBALION

De modo que todos os estudantes devem compreender as vantagens do mentalismo e aprender a conhecer, usar e aplicar as leis que dele resultam. Mas nã o devem cair na tentaç ã o que, como diz o Caibalion, domina os falsos sábios e os deixa hipnotizados pela aparente irrealidade das coisas, tendo como conseqü ência eles andarem para trás como desvairados, vivendo num mundo de sonhos, ignorando o trabalho e a vida do homem, sendo o seu fim "quebrarem− se contra as rochas e se despedaç arem pelos elementos, por causa da sua loucura". Em primeiro lugar vem o exemplo do sábio, que a mesma autoridade estabelece do modo seguinte: "ele emprega a Lei contra as Leis, o superior contra o inferior e pela Arte da Alquimia transmuta o que édesagradável no que éagradável e deste modo triunfa." Seguindo a autoridade, combatamos também a falsa sabedoria (que éuma loucura), que ignora a verdade: "O Domínio nã o consiste em visõ es e sonhos anormais, em vida e imaginaç õ es fantásticas, mas sim no emprego das forç as superiores contra as inferiores, escapando assim das penas dos planos inferiores pela vibraç ã o nos superiores." Lembrai− vos, sempre, estudantes, que "a Transmutaç ã o nã o é uma presunç osa denegaç ã o, mas sim a arma ofensiva do Mestre". As citaç õ es acima sã o do Caibalion e sã o dignas de serem conservadas na memó ria do estudante.

Nó s nã o vivemos num mundo de sonhos, mas sim num Universo que, enquanto relativo, éreal tanto quanto as nossas vidas e aç õ es sã o interessadas. A nossa ocupaç ã o no Universo nã o énegar a sua existência, mas sim viver, empregando as Leis para nos elevarmos do inferior ao superior, fazendo o melhor que podemos sob as circunstâ ncias que aparecem cada dia, e vivendo, tanto quanto é possível, para as nossas idéias elevadas e os nossos ideais. O verdadeiro fim da Vida nã o éconhecido pelo homem neste plano; as maiores autoridades e a nossa pró pria intuiç ã o dizem− nos que nã o cometeríamos erro vivendo do modo melhor que pudermos, e segundo a tendência Universal no mesmo ponto, apesar das aparentes evidências em contrário. Todos estamos no Caminho, e a estrada conduz sempre para cima, deixando muitos lugares atrás.

Lede a mensagem do Caibalion, e segui o exemplo do sábio, fugindo do erro do falso sábio que perece por causa da sua loucura.

CAPÍTULO VII

O TODO EM TUDO

"Enquanto Tudo están'O TODO, é também verdade que O TODO estáem Tudo. Aquele que compreende realmente esta verdade alcanç ou o grande conhecimento." − O CAIBALION −

Quantas vezes a maioria das pessoas ouviram repetir a declaraç ã o que a sua Divindade (chamada por muitos nomes) era "Todo em Tudo,,, e quã o Pouco suspeitaram elas da verdade oculta, encoberta por estas palavras tã o descuidadamente pronunciadas? A expressã o comumente usada é uma sobrevivência da antiga máxima hermética acima citada. Como diz o Caibalion: "Aquele que compreende realmente esta verdade alcanç ou o grande conhecimento." E, sendo assim, permiti− nos examinar esta verdade, cujo conhecimento tanto significa. Nesta exposiç ã o da verdade − esta máxima hermética − está encoberta uma das maiores verdades filosó ficas, científicas e religiosas.

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Nó s vos explicamos o Preceito hermético a respeito da Natureza mental do Universo: a verdade que "o Universo é Mental; ele estádentro da Mente d'O TODO". Diz o Caibalion na passagem citada acima: "Tudo están'O TODO." Mas note− se também a declaraç ã o correlativa, que: "É também verdade que O TODO estáem TUDO." Esta declaraç ã o aparentemente contraditó ria éreconciliável pela Lei do Paradoxo. É , aliás, uma exata declaraç ã o hermética das relaç õ es que existem entre o TODO e o seu Universo mental. Vimos que "Tudo están'O TODO", vejamos agora o outro aspecto do assunto.

Os Ensinos herméticos sã o, com efeito, que o Todo estáiminente (permanece, está inerente, habita) no seu Universo, e em cada partícula, unidade ou combinaç ã o, dentro do Universo. Esta expressã o é geralmente ilustrada pelos Instrutores com uma referência ao Princípio de Correspondência. O Instrutor ensina o discípulo a formar uma Imagem mental de uma coisa, uma pessoa ou uma idéia, porque todas as coisas têm uma forma mental; dando como exemplo o ator dramático que forma uma idéia dos seus caracteres, ou um pintor ou escultor que forma uma imagem de um ideal que ele procura exprimir pela sua arte. Neste caso, o estudo ante deve compreender que, enquanto a imagem tem a sua existência e ser somente em sua pró pria mente, ao mesmo tempo ele, o estudante, autor, dramaturgo, pintor ou escultor, estáem certo sentido imanente, e permanece, habita, na imagem mental. Em outras palavras, toda a virtude, vida, espírito e realidade da imagem mental éderivada da mente ímanente do pensador. Considerai isto por um momento e logo compreendereis a idéia.

Para tomarmos um exemplo moderno, diremos que Otelo, lago, Hamlet, Lear, Ricardo III, existiram somente na mente de Shakespeare, no tempo da sua concepç ã o ou criaç ã o. E ainda, Shakespeare também existiu em cada um destes caracteres, dando− lhes a sua vitalidade, espírito e aç ã o. Qual éo et espírito)> dos caracteres que conhecemos como Micawber, Oliver Twist, Uriah Heep; seráDickens, ou cada um destes caracteres terá um espírito pessoal, independente do seu criador? Têm a Vênus de Medici, a Madona Sixtina, o Apolo de Belvedere, espírito e realidade de si pró prios, ou representam eles o poder espiritual e mental dos seus criadores? A Lei de Paradoxo demonstra que as duas proposiç õ es sã o verdadeiras, consideradas no seu pró prio ponto de vista. Micawber é Micawber e é também Dickens. E, demais, enquanto que Micawber pode ser dito Dickens, o mesmo Dickens nã o é idêntico a Micawber. O homem, como Micawber, pode exclamar: "O Espírito do meu Criador estáinerente em mim e, apesar disso, eu nã o sou ELE!" Quã o diferente éesta da horrível mela− @,erdade tã o estrondosamente anunciada por alguns dos falsos sábios, que enchem a atmosfera dos seus gritos: "Eu sou Deus!" Imaginai o pobre diabo de Micawber ou de Uriah Heep, gritando: "Eu sou DI'Ckens"; ou algum dos humildes bobos das peç as de Shekespeare, anunciando com grandiloqü ência: "Eu sou Sbakespeare!" O TODO estáaté na minhoca, contudo, a minhoca estálonge de ser o TODO. E até, éde admirar que, conquanto a minhoca só exista como uma ooisa humilde, criada e tendo a sua existência na Mente do TODO, ele, O TODO, esteja imanente na minhoca e nas partículas que a formam. Haverátalvez um mistério maior que o de Tudo n'O TODO, e O TODO em Tudo?

O estudante perceberá no correr da obra que os exemplos dados acima sã o necessariamente imperfeitos e inadequados, porque representam a criaç ã o de imagens mentais na mente fínita, ao passo que o Universo é criaç ã o da Mente Infinita e a diferenç a entre os dois pó los as separa.

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E assim ésimplesmente uma questã o de grau, porque em ambas o mesmo Princípio está em operaç ã o: o Princípio de Correspondência manifesta− se nelas. "O que estáem cima écomo o que estáembaixo; e o que estáembaixo écomo o que estáem cima.,"

E, no grau em que o Homem realize a existência do Espírito que estáimanente no seu ser, ele subirá na escada espiritual da vida. Eis o que significa desenvolvimento espiritual: o reconhecimento, a realizaç ã o e manifestaç ã o do Espírito dentro de nó s. Procurai nã o esquecer− vos desta última definiç ã o: a do desenvolvimento. Ela contém a Verdade da verdadeira Religiã o.

Existem muitos planos de Existência, muitos subplanos de Vida, muitos graus de existência no Universo. E tudo depende do avanç amento dos entes na escada, cuja ponta mais inferior éa mais grosseira matéria, e a mais superior sendo separada somente pela mais pequena divisã o do ESPÍRITO Do TODO. Nesta Escada da Vida, tudo se move em cima e embaixo. Todos estã o no cam inho, Cujo fim éo TODO. Todo o progresso é uma volta à Morada pró pria. Tudo está em cima e embaixo, apesar de todas as aparências contraditó rias. Tal éa mensagem do Iluminado.

Os Preceitos herméticos referentes ao processo da Criaç ã o Mental do Universo sã o que, no começ o do Ciclo de Criaç ã o, O TODO, em seu aspecto de Existência projeta a sua Vontade sobre o seu aspecto de Estado, e o processo de criaç ã o começ a.

Dizem que o processo consiste no abaixamento da Vibraç ã o até que éalcanç ado um grau bem inferior de energia vibrató ria, no qual ponto é manifestada a forma mais grosseira possível da Matéria. Este processo échamado o estado de Involuç ã o, em que o TODO está involuído, ou envolvido dentro da sua criaç ã o. Este processo é considerado pelos hermetistas como tendo correspondência com o processo mental de um artista, escritor ou inventor, que também, fica envolvido na sua criaç ã o mental como quase esquecendo a sua pró pria existência e que, por algum tempo, quase vive na sua criaç ã o. Se em vez de envolvido usarmos a palavra êxtase, talvez possamos dar uma pequena idéia do que queremos dizer.

Este estado Involutivo da Criaç ã o émuitas vezes chamado a Efusã o da Energia Divina, como o estado Evolutivo échamado Infusã o. O pó lo extremo do processo de Criaç ã o é considerado como sendo o mais afastado movido pelo TODO, enquanto que o princípio do estado Evolutivo é considerado como o princípio da volta do pêndulo do Ritmo; sendo expressa em todos os Ensinos herméticos uma idéia de volta à ' casa.

Os Preceitos sã o que durante a Elusã o, as vibraç õ es tor, nam− se cada vez mais inferiores até que finalmente a restringência cessa, e as vibraç õ es de volta começ am. Mas háuma diferenç a: ao passo que na Elusã o as forç as criadoras manifestam− se compactamente e como um todo, no começ o do estado Evolutivo ou de Infusã o, é manifestada a Lei de Individualizaç ã o, que éa tendência a separar em Unidas de Forç a, atéque finalmente aquilo que se separou do TODO como energia nã o individualizada volte à sua fonte como Unidade de Vida altamente desenvolvida, tendo subido de mais a mais na escada por meio da Evoluç ã o Física, Mental e Espiritual.

Os antigos hertnetistas usam a palavra Meditaç ã o, ao degcrever o processo da criaç ã o mental do Universo na Mente do TODO, a palavra contemplaç ã o sendo também freqü entemente empregada. Mas a idéia entendida parece ser a do emprego da Atenç ã o

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Divina. Atenç ã o éuma palavra derivada de um verbo latino, que significa estender− se, desdobrar− se, e também o ato de. Atenç ã o érealmente um desdobramento mental, uma extensã o da energia mental, de modo que a idéia interior é facilmente compreendida quando examinamos o significado real da Atenç ã o,.

Os Ensinos herméticos a respeito do processo de Evoluç ã o sã o os que o Toi)o, tendo meditado no princípio da Criaç ã o, tendo estabelecido entã o os fundamentos materiais do Universo, tendo pensado na sua existência, gradualmente desperta da sua Meditaaç ã o e assim começ a a manifestar o processo de Evoluç ã o, nos planos material, mental e espiritual, sucessivamente e em ordem. Entã o o movimento de ascensã o começ a, e tudo começ a a mover− se para a mansã o espiritual. A Matéria torna− se menos grosseira; as Unidades nascem à existência; as combinaç õ es começ am a formar− se; a Vida aparece e manifesta− se em formas cada vez mais elevadas; e a Mente torna− se cada vez mais evidente, as vibraç õ es sendo constantemente mais elevadas. Em resumo, o promso total da Evoluç ã o, em todas as suas fases, começ a e procede de acordo com as Leis estabelecidas do processo de Infusã o. Todas ocupam eons e eons do tempo do Homem, cada eon contendo muitos milhõ es de anos; porém, como nos diz o Iluminado, a criaç ã o inteira, incluindo a Involuç ã o e a Evoluç ã o de um Universo, é para o TODO simplesmente como um piscar de olhos. No fim dos inúmeros ciclos de eons de tempo, O TODO retira a sua Atenç ã o, sua Contemplaç ã o e Meditaç ã o do Universo, porque a Grande Obra estáacabada e Tudo estáretirado no TODO de que provém. Mas, 6 Mistério dos Mistérios!, o Espírito de cada alma nã o éaniquilado, mas sim expandido infinitamente, a Criatura e o Criador sã o confundidos. Tal éa relaç ã o do Iluminado!

A precedente ilustraç ã o da meditaç ã o e do subseqü ente despertamento da meditaç ã o do TODO é mais um esforç o dos Instrutores para descrever o processo Infinito por um exemplo finito. E, ainda: O que estáem cima écomo o que estáembaixo, e o que está embaixo écomo o que estáem cima. A diferenç a ésomente em grau. E assim COMO O TODO desperta− se da meditaç ã o sobre o Universo, assim o Homem (no tempo) cessa de manifestar no Plano Material, e retira− se cada vez mais no Espírito presente, que érealmente O Ego Divino.

Há um assunto maior de que desejamos falar− vos nesta liç ã o, e que nos levaria imediatamente a uma invasã o do campo da especulaç ã o − metafísica; contudo, o nosso fim ésimplesmente mostrar a futilidade de tais especulaç õ es. Aludimos à questã o que inevitavelmente vem à mente de toclos os pensadores que se aventuraram a investigar a Verdade. A pergunta é: POR QuE criou o TODO os Universos? A pergunta pode ser feita de diferentes formas, mas a que vai acima éo essencial da investigaç ã o.

Os homens esforç aram− se para responder a esta pergunta, mas ainda nã o háresposta digna de nome. Muitos imaginaram que o TODO tem muito a ganhar com isto, mas isto é absurdo; porque, que poderia ganhar O TODO que jánã o possua? Outros deram a resposta na idéia que o TODO quis que tudo amasse, e outros que ele criou por prazer e divertimento, ou porque estava só , ou para manifestar o seu poder: todas respostas e idéias pueris, qualidades do período infantil do pensamento.

Outros acreditaram descobrir o mistério afirmando que o TODO achou− se impelido a criar, pela razã o da sua pró pria natureza interna, o seu instinto criador, Esta idéia émais adiantada que as outras, mas o seu ponto fraco estána idéia de que o TODO éimpelido por alguma coisa, quer interna, quer externa. Se a sua natureza interna, ou instinto criador, impele− o a fazer as coisas, entã o a natureza interna ou o instinto criador seria o

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Absoluto, em vez do TODO, e neste caso esta parte da proposiç ã o estáerrada. E, ainda, o TODO cria e manifesta, e parece ter muitas qualidades de satisfaç õ es em fazê− lo. E é difícil de escapar da conclusã o que, em grau infinito, ele poderia ter o que corresponde no homem a uma natureza inata, ou um instinto criador, correspondente a um infinito I)esejo e Vontade. Nã o poderia agir sem Querer agir; e nã o poderia Querer agir sem Desejar agir; e nã o Desejaria agir sem Satisfaç ã o nisso. E todas estas coisas pertenceriam a uma Natureza Infinita, e podem ser consideradas como estando de acordo com a Lei de Correspondência. Mas, ainda, preferimos considerar O TODO como agindo inteiramente LIVRE de toda influência, tanto interna como externa. Isto é o problema que se apó ia na raiz da dificuldade, e a dificuldade que se apó ia na raiz do problema.

Falando estritamente, nã o se poderádizer que haja uma Razã o para o TODO agir, porque uma razã o implica uma causa, e o TODO estáacima da Causa e do Efeito, exceto quando ele quer tomar− se causa, tempo em que o Princípio é posto em movimento. Assim, dizeis, o assunto éIncompreensível, justamente como o TODO é incognoscível. Justamente como dizemos simplesmente que o TODO "É ", assim também somos obrigados a dizer que O TODO AGE PORQUE AGE. Enfim, O TODO étoda Razã o em si mesma, toda Lei em si mesma, toda Aç ã o em si mesma; e pode− se dizer que, em verdade, o TODO éa sua pró pria Razã o, a sua pró pria Lei, a sua pró pria Aç ã o; ou que o TODO, a sua Razã o, a sua Aç ã o, a sua Lei, sã o um, com todos estes nomes sendo de uma só coisa. Na opiniã o dos que vos dã o estas liç õ es, a resposta se encerra no PRÓ PRIO INTIMO DO TODO, junto com o seu Segredo de Existência.

A Lei de Correspondência, na nossa opiniã o, compreende somente este aspecto do TODO, que pode ser chamado o aspecto de ESTADO.

O lado oposto deste aspecto é o aspecto de EXISTÊ NCIA, no qual toda ' s as Leis perdem− se na LEI, todos os Princípios imergem no PRINCÍPIO; e o TODO, o PRINCÍPIO, a EXISTÊ NCIA, Sã O IDÊ NTICOS ENTRE SI (uns aos outros). Por isso, as especulaç õ es metafísicas sobre este ponto sã o fúteis. Entramos aqui no assunto, simplesmente para mostrar que conhecemos a pergunta e também o absurdo das respostas ordinárias das metafísicas e teologias.

Em conclusã o, poderáser de interesse aos estudantes dizer− lhes que apesar de muitos dos antigos e modernos Preceitos herméticos tenderem a aplicar o Princípio de Correspondência à questã o, com o que resulta a conclusã o da Natureza Intima, mesmo assim as lendas contam que Hermes, o Grande, sendo interrogado sobre esta questã o pelos seus adiantados discípulos, respondeu− lhes FECHANDO OS SEUS LÁ BIOS COM FIRMEZA e nã o dizendo uma palavra, indicando que NÃ O HAVIA RESPOSTA. Mas, entã o, ele podia ter entendido de aplicar o axioma da sua filosofia, que diz: "Os lábios da Sabedoria estã o fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento", significando que ainda os seus discípulos adiantados nã o possuíam o Entendimento que os habilitava ao Preceito. Seja como for, se Hermes possuía o Segredo, ele deixou de o comunicar, e embora o mundo tome muito interesse, OS LÁ BIOS DE I− IERMES ESTÃ O FECHADOS a este respeito. E quando o Grande Hermes hesitou em falar, qual mortal poderáatrever− se a ensinar?

Porém, deveis lembrar que ainda que seja aquela a resposta deste problema, se porventura háuma resposta, permanece a verdade que: "Enquanto Tudo están'O TODO, é também verdade que O TODO estáem Tudo." O Preceito é enfático. E podemos acrescentar− lhe as palavras conclusivas de citaç ã o:"Aquele que compreende realmente esta verdade alcanç ou o grande conhecimento."

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CAPÍTULO VIII

OS PLANOS DE CORRESPONDÊ NCIA

"O que estáem cima écomo o que estáembaixo, e o que estáembaixo écomo o que estáem cima."

O Segundo Grande Princípio hermético explica a verdade que háuma harmonia, uma correlaç ã o e correspondência entre os diferentes planos de Manifestaç ã o, Vida e Existência. Esta afirmaç ã o éuma verdade porque tudo o que estáincluído no Universo emana da mesma fonte, e as mesmas leis, princípios e característicos se aplicam a cada unidade, ou combinaç ã o de unidades de atividade, assim como cada uma manifesta seus fenô menos no seu pró prio plano.

Para um fim de conveniência do pensamento e do estudo, a Filosofia hermética considera que o Universo pode ser dividido em três grandes classes de fenô menos, conhecidas como os Três Grandes Planos denominados:

I. O Grande Plano Físico.

II. O Grande Plano Mental. III. O Grande Plano Espiritual.

Estas divisõ es sã o mais ou menos artificiais e arbitrárias, porque a verdade éque todas as três divisõ es nã o sã o senã o graus ascendentes da grande escada da Vida, o ponto mais baixo da qual éa Matéria nã o diferenciada, e o ponto mais elevado o Espírito. E, aliás, os diversos Planos penetram uns nos outros, assim esta nã o só lida e exata divisã o pode ser colocada entre os mais elevados fenô menos do Plano Físico e o mais inferior do Plano Mental; ou entre os mais elevados do mental e os mais baixos do Físico.

Enfim, os Três Grandes Planos podem ser considerados como três grandes grupos de graus de Manifestaç ã o vital. Apesar do fim deste pequeno livro nã o nos permitir entrarmos em extensa discussã o ou explicaç ã o do objeto destes diferentes planos, contudo, pensamos ser bom dar aqui uma descriç ã o geral dos mesmos.

A princípio devemos considerar bem a pergunta tantas vezes feita pelo neó fito, que deseja ser informado a respeito do significado da palavra "Plano", termo

que tem sido muito usado e pouco explicado em muitas obras de ocultismo. A pergunta é geralmente expressa assim: "É um Plano um lugar tendo dimensõ es, ou é simplesmente uma condiç ã o ou estado?" Respondemos: "Nã o; nã o éum lugar, nem uma dimensã o ordinária do espaç o; éainda mais que um estado ou uma condiç ã o e, apesar disso, o estado ou a condiç ã o éum grau de dimensã o, em escala sujeita à medida." Um tanto paradoxal, nã o éverdade? Porém examinemos a matéria. Uma "dimensã o", vó s o sabeis, é "uma Mediç ã o em linha reta, em relaç ã o à medida", etc. As dimensõ es ordinárias do espaç o sã o comprimento, largura e altura, ou talvez comprimento, largura, altura, espessura ou circunferência. Háuma outra dimensã o das coisas criadas, ou medida em linha reta, conhecida pelos ocultistas, como também por cientistas, apesar destes últimos nã o a chamarem com o termo "dimensã o"; e esta nova dimensã o, que futuramente seráa mais investigada como Quarta Dimensã o, é a marca usada na determinaç ã o dos graus ou Planos.

Esta Quarta Dimensã o pode ser chamada a Dimensã o da Vibraç ã o. Este éum fato bem conhecido para a moderna ciência, como para os hermetistas, que estabeleceram a verdade no seu Terceiro Princípio hermético, que "tudo se move, tudo vibra, nada está parado". Desde as manifestaç õ es mais elevadas até à s mais baixas, todas as coisas

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vibram. Nã o somente elas vibram em diferentes coeficientes de movimento, mas também em díversas direç õ es e de diferentes maneiras. Os graus de coeficiente das

vibraç õ es

constituem

os graus de mediç

ã o

na Escala de Vibraç õ es, ou

em outras

palavras,

os graus da

Quarta Dimensã o.

E

estes graus,formam o que os

ocultístas

chamam "Planos". O mais elevado grau de vibraç ã o constitui o plano mais elevado e a mais elevada manifestaç ã o da Vida que ocupa este plano. Assim, apesar de um plano nã o ser um lugar, nem ainda um estado ou uma condiç ã o, ele possui as qualidades de ambos. Desejaríamos dizer mais sobre o assunto da escala das Vibraç õ es nas nossas pró ximas liç õ es, em que consideraremos o Princípio hermético de Vibraç ã o.

Deveis lembrar− vos agora que os Três Grandes Planos nã o sã o as divisõ es atuais dos fenô menos do Universo, mas simplesmente termos arbitrários empregados pelos hermetistas para facilitar o pensamento e o estudo dos vários graus e formas da atividade e da vida universal. O átomo de matéria, a unidade de forç a, a mente do homem e a existência do arcanjo sã o graus de uma escala, e fundamentalmente a mesma coisa, a diferenç a sendo simplesmente uma questã o de grau e coeficiente de vibraç ã o; todas sã o criaç õ es do TODO, e só têm sua existência na Infinita Mente do TODO.

Os hermetistas subdividem cada um destes Três Grandes Planos em Sete Planos menores, e cada um destes sã o também subdivididos em sete sub planos, todas as divisõ es sendo mais ou menos arbitrárias, penetrando umas nas outras, e adotadas somente para conveniência do estudo científico e para a idéia.

O Grande Plano Físico, com seus Sete Planos menores, éa divisã o dos fenô menos do Universo que inclui todos os que sã o relativos à s coisas, forç as e manifestaç õ es físicas ou mentais. Inclui todas as formas do que chamamos Matéria e todas as formas do que chamamos Energia ou Forç a. Deveis saber, porém, que a Filosofia hermética nã o reconhece a Matéria como uma "coisa em si", ou como tendo uma existência separada constante na mente do ToDo.

Os Ensinamentos sã o que a Matéria éantes uma forma da Energia; ela éa Energia num coeficiente inferior de vibraç õ es de certa espécie. E de acordo com isto os hermetistas classificam a Matéria como a extremidade inferior da Energia, e dã o− lhe três dos Sete Planos Menores do Grande Plano Físico.

Estes Sete Menores Planos Físicos sã o os seguintes: I . O Plano da Matéria (A)

II. O Plano da Matéria (B) III. O Plano da Matéria (C)

IV. O Plano da Substâ ncia Etérea V. O Plano da Energia (A)

'VI. O Plano da Energia (B) VII. O Plano da Energia (C)

O Plano da Matéria (A) compreende as formas da Matéria em suas formas de só lidos, líquidos e gasosos como geralmente reconhecem os livros dos físicos.

O Plano da Matéria (B) compreende certas formas mais elevadas e mais sutis da Matéria, cuja existência a ciência moderna estáreconhecendo agora, os fenô menos da Matéria Radiante, nas suas fases de radium, etc., que contém a subdivisã o inferior deste Plano Menor. O Plano da Matéria (C) compreende as formas da matéria mais sutil e tênue, cuja existência nã o ésuspeitada pelos cientistas ordinários.

O Plano da Substâ ncia Etérea compreende o que a ciência chama "O É ter", uma substâ ncia de extrema tenuidade e elasticidade, que penetra todo o Espaç o do Universo,

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e age como mediador para a transmissã o de ondas de energia, como a luz, o calor, a eletricidade, etc. Esta substâ ncia Etérea forma um elo de relaç ã o entre a Matéria (assim chamada) e a Energia e participa da natureza de ambas. os Preceitos herméticos, contudo, ensinam que este plano tem sete subdivisõ es (como têm todos os Planos Menores.), e que com efeito existem sete éteres, em vez de um só .

Imediatamente acima do Plano da Substâ ncia Etérea estáo Plano da Energia (A), que compreende as formas ordinárias da Energia conhecida pela ciência, sendo, respectivamente, estes sete sub planos, o Calor, a Luz, o Magnetismo, a Eletricidade e a Atraç ã o incluindo a Gravitaç ã o, a Coesã o, a Afinidade Química, etc. e várias outras formas de energia indicada pelas experiências científicas mas ainda nã o classificadas. O Plano da Energia (B) compreende sete sub planos de formas elevadas da energia ainda nã o descoberta pela ciência, mas que têm sido apelidadas "As Forç as Mais Sutis da Natureza" e que sã o consideradas em aç ã o nas manifestaç õ es de certas formas de fenô menos Mentais e pelas quais tais fenô menos sã o possíveis. O Plano da Energia (C) compreende sete sub planos de energia tã o elevadamente organizados, que eles contêm muitos característicos da vida, mas que nã o éreconhecido pela mente dos homens no Plano ordinário de desenvolvimento, sendo útil só ao uso dos entes do Plano Espiritual; tal energia nem ésonhada pelo homem ordinário, e pode ser considerada quase como a forç a divina. Os entes que a empregam sã o como deuses comparados com os mais elevados tipos humanos conhecidos por nó s,

O Grande Plano Mental compreende as formas de pensamentos viventes conhecidas por nó s na vida ordinária, bem como certas outras formas só bem conhecidas dos ocultistas. A classificaç ã o dos Sete Menores Planos Mentais é mais ou menos satisfató ria e arbitrária (se nã o for acompanhada por esmeradas explicaç õ es que estã o fora do fim desta obra particular; contudo vamos mencioná− los. Eles sã o os seguintes:

l . O Plano da Mente Mineral

li. O Plano da Mente Elemental (A) iii.O Plano da Mente Vegetal

IV.O Plano da Mente Elemental (B) V. O Plano da Mente Animal

Vi. O Plano da Mente Elemental (C) Vil. O Plano da Mente Hominal.

O Plano da Mente Mineral compreende os estados ou as condiç õ es das unidades, entidades, ou grupos e combinaç õ es das mesmas, que animam as formas conhecidas por nó s como minerais, químicas, etc. Estas entidades nã o podem ser confundidas com as moléculas, os átomos e os corpúsculos, que sã o simplesmente os corpos ou as formas materiais destas entidades, assim como o corpo de um homem éa sua forma material e nã o ele mesmo. Estas entidades podem ser chamadas espíritos em certo sentido, e seres viventes de um grau inferior de desenvolvimento, vida e mente, exatamente um Pouco maior que as unidades da energia vivente que compreendem as mais elevadas subdivisõ es do mais elevado Plano Físico. A mente média nã o quer geralmente atribuir a possessã o da mente, espírito ou vida ao reino Mineral, mas todos os ocultistas reconhecem a existência dela e a ciência moderna move− se rapidamente para o ponto de vista do Hermetismo, a respeito deste assunto. As moléculas, os átomos C OS corpúsculos têm seus amores e ó dios, suas semelhanç as e dessemelhanç as, atraç õ es e repulsõ es, afinidades e desafinidades, etc., e muitas das mais intrépidas mentes de ciência moderna expressaram a opiniã o que o desejo e a vontade, as eitoç õ es e sentimentos, dos átomos simplesmente diferem em grau dos que os homens têm.

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Nã o temos espaç o para argumentar sobre este assunto. Todos os ocultistas conhecem isto, e outros se referiram à s diversas obras científicas mais recentes para corroboraç ã o exterior. Estas sã o as sete subdivisõ es usuais deste plano.

O Plano da Mente Elemental (A) compreende o estado ou a condiç ã o, e grau de desenvolvimento mental e vital de uma classe de entidade desconhecidas ao homem médio, mas reconhecidas pelos ocultistas. Elas sã o invisíveis aos sentidos ordinários do homem, mas nã o obstante existem e têm a sua parte do Drama do Universo. O seu grau de inteligência estáentre o das entidades minerais e químicas, de um lado, e das entidades do reino vegetal do outro. Também neste plano hásete subdivisõ es.

O Plano da Mente Vegetal, em suas sete subdivisõ es, compreende os estados ou as condiç õ es das entidades contidas nos reinos do Mundo Vegetal, os fenô menos vitais e mentais que as pessoas de inteligência média justamente bem compreendem, tendo sido publícadas na última década muitas obras novas e interessantes sobre a "Mente e a Vida nas Plantas". As Plantas têm vida, mente e espírito, tã o bem como os animais, o homem e o super− homem.

O Plano da Mente Elemental (B), nas suas sete subdivisõ es, compreende os estados e as condiç õ es de uma forma mais elevada das entidades elementais ou invisíveis, tendo a sua parte na obra geral do Universo, cuja mente e vida forma uma parte da e.− ,cada entre o Plano da Mente Vegetal e o Plano da Mente Animal, as entidades participando da natureza de ambos.

O Plano da Mente Animal, nas suas sete subdivisõ es, compreende os estados e as condiç õ es de entidades, entes ou espíritos que animam as formas animais da vida, familiares a nó s todos. Nã o é necessário entrar em detalhes a respeito deste reino ou plano de vida, porque o mundo animal nos étã o familiar como o nosso pró prio.

O Plano da Mente Elemental (C), nas suas sete subdivisõ es, compreende as entidades ou entes invisíveis, como sã o todas as formas elementais, que participam da natureza da vida animal e da humana em certo grau e certas combinaç õ es. As formas mais elevadas sã o meio− humanas em inteligência.

O Plano da Mente Humana, nas suas sete subdivisõ es, compreende as manifestaç õ es da vida e da mentalidade que sã o comuns ao Homem, nos seus vários graus e divisõ es. Nesta relaç ã o sabemos que o homem médio atual ocupa a quarta subdivisã o do Plano da Mente Humana, e somente o mais inteligente cruzou as fronteiras da Quinta Subdivisã o. A raç a gastou milhõ es de anos para alcanç ar esta posiç ã o, e serã o necessários muitos mais anos para que ela passe a sexta e a sétima subdivisõ es e váalém delas. Mas, lembraí− vos que existiram raç as antes de nó s que passaram por esses degraus e nos planos mais elevados. A nossa pró pria raç a éa quinta (com restos da quarta) que pô s os pés no Caminho. Contudo, háalguns espíritos avanç ados da nossa pró pria raç a que ultrapassaram as massas, e que passaram a sexta e a sétima subdivisõ es, e muito poucos entes estã o acima deles. O homem da Sexta Subdivisã o seráo "Super− Homem"; e o da Sétima "O Homem de Cima".

Na nossa consideraç ã o dos Sete Planos Mentais Menores, nó s nos referimos aos Três Planos Elementáis em sentido geral. Nã o queremos entrar em detalhes sobre este assunto, porque esta obra limita− se a tratar da filosofia e dos preceitos em geral. Mas podemos dizer− vos mais, com o fim de dar− vos uma pequena idéia mais clara das relaç õ es destes planos aos mais fami res deles: os Planos Elementais têm a mesma relaç ã o com os planos do Mentalidade e da Vida Mineral, Vegetal, Animal e Hominal, como as claves pretas do piano têm para com as claves brancas. As claves brancas sã o suficientes para produzir a música, mas hácertas escalas ' melodias e harmonias em que

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as claves pretas têm a sua parte, e em que a sua presenç a énecessária. Sã o necessários também como elos de uitiã o da condiç ã o do espírito; sã o entidades− estados, entre os outros diversos planos, certas formas de desenvolvimento podendo ser atingidas nele; este último resultado dando ao leitor que pode ter entre as linhas uma nova luz sobre o processo de Evoluç ã o, e uma nova chave da porta secreta dos lábios da vida entre um reino e o outro. Os grandes reinos dos Elementais sã o muito reconhecidos por todos os ocultistas, e os escritos esotéricos estã o cheios de menç ã o deles. Os leitores de "Zanoni" de Bulwer Lytton e outras obras semelhantes poderã o reconhecer as entidades que habitam estes planos de vida.

Passando do Grande Plano Mental ao Grande Plano Espiritual, que poderemos dizer? Como poderemos explicar estes estados mais elevados do Ente, da Vida e da Mente, à s mentes ainda inábeis para compreender e entender as mais elevadas subdivisõ es do Plano da Mente Hominal?

A tarefa éimpossível. Poderemos falar só nos termos mais gerais. Como pode a Luz ser descrita a um homem nascido cego? Como explicar o aç úcar a um homem que nunca comeu coisa doce, ou a harmonia a um que nasceu surdo?

Tudo o que podemos dizer éque os Sete planos Menores do Grande Plano Espiritual (cada Plano Menor tendo suas sete subdivisõ es) compreende os Entes que possuem a Vida, a mente e a Forma acima da do Homem atual como a deste último éacima do verme terrestre, do mineral ou ainda de certas formas da Energia ou Matéria. A Vida destes Entes étã o transcendental para nó s, que ainda nã o podemos pensar nos detalhes dos mesmos; as suas Mentes sã o tã o transcendentes que para eles nos parecemos pensar um pouquinho, e os nossos processos mentais lhes parecem simplesmente como um processo material; a Matéria de que as suas formas sã o compostas sã o dos Planos mais elevados da Matéria, contudo, muitos disseram que eles estã o presos na Pura Energia. Que se poderádizer de tais Entes?

Nos Sete Planos Menores do Grande Plano Espiritual existem Entes que poderemos chamar Anjos, Arcanjos, Semideuses. No Plano Menor mais baixo vivem estas grandes almas que chamamos Mestres e Adeptos. Acima deles fica a Grande Hierarquia das Hostes Angélicas, inconcebíveis ao homem; e acima destas ficam os que podem ser chamados sem irreverência Os Deuses, tã o elevados na escada da existência estã o eles, pois que a sua existência, inteligência e poder sã o semelhantes aos atríbuídos pelas raç as de homens à s suas concepç õ es da Divindade. Estes Entes estã o ainda além dos mais elevados vô os da imaginaç ã o humana, e o epíteto Divino é o único que lhes é aplicável. Muitos destes Entes como também as Hostes Angélicas tomam muito interesse nos negó cios do Universo e têm uma parte importante neles. Estas Invisíveis Divindades e Anjos Protetores estendem a sua influência livre e ~osamente no processo da Evoluç ã o e do Progresso Có smico. A sua ocasional intervenç ã o e assistência nos negó cios humanos criou as muitas lendas, crenç as, religiõ es e tradiç õ es da raç a passada e presente. Eles muitas vezes impuseram ao mundo os seus conhecimentos e poderes conforme a Lei do TODO.

Mas, ainda mesmo os mais elevados destes Entes adiantados ,existem simplesmente como criaç õ es da Mente do TODO, e sã o sujeitos aos Processos Có smicos e à s Leis Universais. Eles sã o ainda Mortais. Podemos chamá− los deuses comparados concsco, mas ainda sã o os Irmã os mais Velhos da Raç a, as almas mais avanç adas que ultrapassam os seus irmã os, e que renunciaram ao êxtase da Absorç ã o pelo TODO, com o fim de ajudar a,raç a na sua jornada para subir o Caminho. Mas eles pertencem ao

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Universo e estã o sujeitos à s suas condiç õ es (sã o mortais) e o seu plano estáabaixo do plano do Espírito Absoluto.

Somente os mais avanç ados hermetistas sã o aptos para compreender os mais ocultos Preceitos a respeito dos estados de existência e dos poderes manifestados nos Planos Espirituais. Os fenô menos sã o tã o superiores aos dos Planos Mentais que uma confusã o de idéias resultaria certamente se atentássemos em descrevê− los. Somente aqueles cujas mentes foram muito adestradas nas linhas da Filosofia hermética por muitos anos certamente que estes transportam consigo de outras encarnaç õ es o conhecimento adquirido previamente − podem compreender justamente o que é significado pelo Ensinamento sobre este Plano Espiritual. E muitos destes Preceitos Secretos sã o considerados pelos hermetistas como sendo sagrados, importantes e perigosos para a disseminaç ã o ao público em geral. Os estudantes inteligentes podem reconhecer que significamos com isto a idéia que a significaç ã o da palavra Espírito, como éempregada pelos hermetistas, ésemelhante à de Poder Vivente, Forç a Anitriada, Essência Oculta, Essência da Vida, etc., que nã o deve ser confundido com o termo usual e comumente empregado em relaç ã o com os termos, isto é, religioso, eclesiástico espiritual, etéreo, santo, etc. Aos ocultistas a palavra Espírito se emprega ro sentido d"O Princípio Animado", entendendo com isto a idéia de Poder, Energia Vivente, Forç a Mística, etc. E os ocultistas sabem que o que éconhecido por eles como Poder Espiritual pode ser empregado para o mau como para o bom fim (em concordâ ncia com o Princípio de Polaridade), fato que foi reconhecido pela maioria das religiõ es nas suas concepç õ es de− Satã , Belzebu, o Diabo, Lúcifer, Anjos caídos, etc. E assim os conhecimentos a respeito destes Planos foram conservados no Santo dos Santos, na Câ mara Secreta do Templo de todas as Fraternidades Esotéricas e Ordens Ocultas.

Mas podemos dizer aqui que aquele que atingiu os poderes espirituais superiores e empregou− os mal tem um terrível destino para si na histó ria, e a vibraç ã o do pêndulo do Ritmo inevitavelmente lanç a− lo− áno extremo mais baixo da existência Material, de cujo ponto ele tem de fazer a sua caminhada de prisã o espiritual, pelas muitas voltas do Caminho, mas sempre com a tortura de ter sempre oonsigo urna ligeira memó ria das alturas de que caiu por causa das suas más aç õ es. A lenda da Queda dos Anjos tem uma base nos fatos atuais como sabem todos Os ocultistas avanç ados. Os esforç os para poderes egoístas no Plano Espiritual inevitavelmente traz como resultado no espírito egoísta a perda da sua balanç a espiritual e a queda do mesmo modo que foi elevado previamente. Mas, ainda para tal alma, é dada a oportunidade da volta, e ela toma o caminho de volta, pagando a terrível penalidade de acordo com a Ui invariável.

Em conclusã o vamos agora lembrar− vos que relativamente (de acordo com ele) ao Princípio de Correspondência, que contém a verdade: O que estáem cima écomo o que estáembaixo, e o que estáembaixo écomo o que estáem cima, todos os Sete Princípios Herméticos estã o em muitas operaç õ es em todos os diversos planos Físicos, Mental e Espiritual. O Princípio da Substâ ncia Mental aplica− se a todos os planos, porque tudo nasceu na Mente do TODO. O Princípio de Correspondência se manifesta em tudo, porque háuma correspondência, harmonia e correlaç ã o entre os diversos planos. O Princípio de Vibraç ã o se manifesta em todos os planos− , com efeito, a verdadeira diferenç a que faz os planos resulta da Vibraç ã o, como explicamos. O Princípio de Polaridade manifesta− se em todos os planos, porque os extremos dos Pó los sã o aparentemente opostos e contra,ditó rios. O Princípio de Ritmo manifestasse em todos os Planos, o movimento dos fenô menos tendo o seu fluxo e refluxo, a sua alta e baixa. O

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Princípio de Causa e Efeito se manifesta em todos os Planos, cada Efeito tendo a sua Causa e cada Causa tendo o seu Efeito. O Princípio de Gênero manifesta− se em todos os Planos, sendo a Energia Criadora sempre manifestada e operando ela pela linha dos Aspectos Masculinos e Femininos.

O que estáem cima écomo o que estáembaixo, e o que estáembaixo écomo o que está em cima.

Este axioma hermético de centenas de anos compreende um dos grandes Princípios dos Fenô menos Universais. Como procedemos com as nossas consideraç õ es dos Princípios permanentes, vamos ter ainda mais claramente a verdade da natureza universal deste grande Princípio de Correspondência.

CAPÍTULO IX

A VIBRAÇ Ã O

"Nada estáparado, tudo se move, tudo vibra." CAIBALION

O Terceiro Grande Princípio hermético − o Princípio de Vibraç ã o − compreende a verdade que o Movimento émanífestado em tudo no Universo, que nada estáparado, que tudo se move, vibra e circula. Este princípio hermético foi reconhecído por muitos dos maiores filó sofos gregos que o introduziam em seus sistemas. Mas, depois, por muitos séculos, foram perdidos pelos pensadores que estavam fora das fileiras herméticas. Mas no 9." século a ciência física descobriu novamente a verdade e as descobertas científicas do século XX acrescentaram as provas de exatidã o e verdade da secular doutrina hermética.

Os Ensinamentos herméticos sã o que nã o somente tudo estáem movimento e vibraç ã o constante; mas também que as diferenç as entre as diversas manifestaç õ es do poder universal sã o devidas inteiramente à variaç ã o da escala e do modo das vibraç õ es. Nã o só isto, mas também que O TODO em si Mesmo manifesta uma constante vibraç ã o de um grau tã o infinito de intensidade e movimento rápido que praticamente pode ser considerado como estando parado. Os instrutores dirigem a atenç ã o do estudante para o fato de que, ainda no plano físico, um objeto que se move rapidamente (como uma roda girante) parece estar parado. Os Ensinamentos sã o que com efeito o Espírito estánum lado do Pó lo de Vibraç ã o, e o outro Pó lo é certa forma extremamente grosseira da Matéria. Entre estes dois pó los estã o milhõ es de milhõ es de escalas e modos de vibraç ã o.

A Ciência Moderna provou que o que chamamos Matéria e Energia é simplesmente modo de movimento vibrató rio, e muitos dos mais adiantados cientistas estã o− se movenà o rapidamente para os ocultistas que sustentam que os fenô menos da Mente sã o modos semelhantes de vibraç ã o e movimento. Permiti− nos examinar o que disse a ciência sobre − a questã o das vibraç õ es na matéria e na energia.

Em último lugar, a ciência ensina que toda a matéria manifesta, em alguns graus, as vibraç õ es procedentes da temperatura ou calor. Seja um objeto quente ou frio − ambos sendo simplesmente graus da mesma coisa − ele manifesta certas vibraç õ es quentes, e neste sentido estáem movimento e vibraç ã o. Logo todas as partículas da Matéria estã o em movimento circular, desde os corpúsculos atéos só is. Os planetas giram ao redor dos só is, e muitos deles giram sobre seus eixos. Os só is movem− se ao redor dos grandes pontos centrais, e crêque estes se movem ao redor de maiores, e assim por diante, atéo infinito. As moléculas de que as espécies particulares da Matéria sã o compostas se acham num estado de constante vibraç ã o e movimento umas ao redor das outras. As

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moléculas sã o compostas de Á tomos, que, semelhantemente, se acham em estado de constante movimento e vibraç ã o.

Os átomos sã o compostos de Corpúsculos, muitas vezes chamados elétrons, íons, etc. que também estã o em estado de movimento rápido, girando um ao redor do outro, e que manifestam um estado e um modo verdadeiramente rápido de vibraç ã o. E vemos assim que todas as formas da Matéria manifestam a Vibraç ã o, de acordo com o Princípio hermético de Vibraç ã o.

E assim écom as diversas formas da Energia. A Ciência ensina que a Luz, o Calor, o Magnetismo e a Eletricidade sã o simplesmente formas de movimento vibrató río provavelmente emanadas do É ter. A Ciência atéagora nã o procurou explicar a natureza dos fenô menos conhecidos como Coesã o, que éo principio da Atraç ã o Molecular, nem a Afinidade Química, que éo princípio da Atraç ã o Atô mica, nem a Gravitaç ã o (o maior mistério destes três), que éo princípio da atraç ã o pela qual uma partícula ou massa de Matéria é atraída por outra partícula. Estas três formas da Energia nã o sã o ainda compreendidas pela ciência, contudo, os escritores inclinarn− se para a opiniã o que estas três sã o manifestaç õ es da mesma forma da energia vibrató ria, fato que os hermetistas descobriram e disseram nos tempos passados.

O É ter Universal, que é postulado pela ciência sem que a sua natureza seja compreendida claramente, é considerado pelos hermetistas corno sendo uma manifestaç ã o elevada daquilo que éerroneamente chamado matéria, isto é, a Matéria a um grau elevado de vibraç ã o, échamada por eles "A Substâ ncia Etérea". Os hermetistas ensinam que esta Substâ ncia Etérea éde extrema tenuidade e elasticidade, e penetra o espaç o universal, servindo como meio de transmissã o das ondas da energia vibrató ria, corno o calor, a luz, a eletricidade, o magnetismo, etc. Os Ensinamentos sã o que a Substâ ncia Etérea é um elo de uniã o entre as formas da energia vibrató ria conhecida como . Matéria, de um lado, e a Energia ou Forç a, de outro lado; e também que ela manifesta um

grau de vibraç ã o, em escala e modo inteiramente particular.

Os cientistas ofereceram o exemplo de uma roda, piã o ou para mostrar os efeitos das cilindro movendo− se rapidamente escalas aumentativas da vibraç ã o. O exemplo supõ e uma roda, piã o ou cilindro, girando numa pequena escala de ligeireza. Suponhamos que o objeto se move lentamente. Ele pode ser visto facilmente, mas nenhum som do seu movimento penetra no ouvido. A ligeireza é aumentada gradualmente. Em poucos momentos o seu movimento toma− se tã o rápido que um surdo ruído ou uma nota baixa pode ser ouvida. Entã o como a escala éaumentada a nota sobe mais na escala 'musical. O movimento sendo ainda mais aumentado, a última nota superior é melhor ouvida. Aí', uma depois da outra, todas as notas da escala musical aparecem, subindo cada vez mais conforme é aumentado o movimento. Finalmente, quando o movimento passou uma certa escala, a nota final perceptível aos ouvidos humanos éalcanç ada, um som agudo soa morrendo ao longe, e segue− se o silêncio. Nenhum som do objeto girante é ouvido, o grau de movimento sendo tã o elevado que o ouvido humano nã o pode registrar as vibraç õ es.

Entã o começ a a percepç ã o dos graus ascendentes do calor e depois de algum tempo o olho percebe um vislumbre do objeto que se torna uma escuridã o de cor avermelhada. Como o grau aumenta, o vermelho fica mais claro. Como a ligeireza ainda éaumentada, o vermelho passa ao alaranjado. O alaranjado passa ao amarelo. Depois seguem− se,

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sucessivamente as representaç õ es do verde, azul, anil, e finalmente violeta, conforme for aumentando a grau de ligeireza. Entã o a cor violeta desaparece, e todas as cores desaparecem, a vista humana nã o sendo capaz de registrá− las. Mas existem raios invisíveis que emanam do objeto girante, os raios usados na fotografia, e outros raios sutis da luz. Entã o começ am a manifestar− se os raios peculiares conhecidos como os Raios X, etc., conforme se transforma a constituiç ã o do objeto. A Eletricidade e o Magnetismo sã o emitidos quando for atingido o grau apropriado de vibraç ã o.

Quando o objeto atinge um certo grau de vibraç ã o as suas moléculas se desintegram e giram por si mesmas nos elementos originais ou átomos.

Os átomos por sua vez, seguindo o Princípio de Vibraç ã o, sã o separados nos pequenos corpúsculos de que sã o formados. E finalmente, mesmo os corpúsculos desaparecem e pode− se dizer que o objeto écomposto da Substâ ncia Etérea. A Ciência nã o continua para diante o exemplo, mas os hermetístas ensinam que, se as vibraç õ es fossem aumentando continuamente, o objeto subiria pelos estados sucessivos de manifestaç ã o e poderia manifestar os diversos graus mentais na direç ã o do Espírito; entã o ele poderia reentrar finalmente no TODO, que é o Espírito Absoluto. O objeto, contudo, teria deixado de ser um objeto desde que tivesse subido ao degrau da Substâ ncia Etérea, mas apesar disso a ilustraç ã o écorreta porque mostra o efeito do grau e modo de vibraç ã o aumentada constantemente. Deve ser lembrado na ilustraç ã o acima que nos graus em que o objeto expele vibraç õ es de luz, calor, etc., ele nã o estáatualmente resolvido nestas formas da energia (que sã o muito elevadas na escala), mas simplesmente alcanç a um grau de vibraç ã o em que estas formas de energia sã o livradas, em certo grau, das influências restritivas das suas moléculas, seus átomos e corpúsculos, como pode ser o caso. Estas formas de energia, apesar (e muito mais ele . vadas na escala do que a matéria, estã o aprisionadas e limitadas nas combinaç õ es materiais, pela.razã o que as energias manifestam e empregam as formas materiais, mas estã o restringidas e limitadas nas suas criaç õ es destas formas, de modo que estas sã o, para um modo de entender, as mais verdadeiras de todas as criaç õ es, ficando a forç a criadora envolvida na sua criaç ã o. Mas os Ensinamentos herméticos vã o muito além dos da ciência moderna. Eles ensinam que, toda a manifestaç ã o do pensamento, emoç ã o, raciocínio, vontade, desejo, qualquer condíç ã o ou estado, sã o acompanhados por vibraç õ es, uma porç ã o, das quais éexpelida e tende a afetar a mente de outras pessoas por induç ã o.

Este é o princípio que produz os fenô menos de telepatia, influência mental e outras formas da aç ã o e do Poder do mente com que se estáacostumando rapidamente, por causa da completa disseminaç ã o dos conhecimentos Ocultos pelas diversas escolas, cultos e instrutores na época atual.

Todos os pensamentos, todas as emoç õ es ou estados mentais têm o seu grau e modo de vibraç ã o. E por um esforç o da vontade da pessoa, ou de outras pessoas, estes estados mentais podem ser reproduzidos, do mesmo modo que o tom musical pode ser reproduzido por meio da vibraç ã o de um instrumento em certo grau e assim como a cor pode ser reproduzida da mesma forma. Pelo conhecimento do Princípio de Vibraç ã o, aplicado aos Fenô menos Mentais, pode− se polarizar a sua mente no grau que quiser, adquirindo assim um perfeito domínio sobre os seus estados mentais, as disposiç õ es, etc. Do mesmo modo pode afetar as mentes dos outros, produzindo nelas os estados desejados. Por fim, ele pode produzir no Plano Mental o que a ciência produz no Plano Físico, principalmente, Vibraç õ es à Vontade. Este poder pode ser adquirido somente pela instruç ã o pró pria, pelos exercícios, práticas, etc., da ciência da Transmutaç ã o Mental, um dos ramos da Arte hermética.

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Uma pequena reflexã o sobre o que dissemos mostraráao estudante que o Princípio de Vibraç ã o compreende os admiráveis fenô menos do poder manifestado pelos Mestres e Adeptos, que aparentemente sã o capazes de destruir as Leis da Natureza mas que em realidade simplesmente usam uma lei contra outra, um princípio contra outro; e que obtêm os seus resultados mudando as vibraç õ es dos objetos materiais ou formas de energia, e entã o realizam o que écomumente chamado milagre.

Diz um dos velhos escritores herméticos: "Aquele que compreende o Princípio de Vibraç ã o alcanç ou o cetro do Poder."

CAPÍTULO X

A POLARIDADE

"Tudo é duplo; tudo tem dois pó los; tudo tem seu par de opostos; o semelhante e o dessemelhante sã o uma só coisa; os opostos sã o idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades sã o meias− verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados." − O CAIBALION −

O Quarto Grande Princípio hermético − o Princípio de Polaridade − contém a verdade que todas as coisas manifestadas têm dois lados, dois aspectos, dois pó los opostos, com muitos graus de diferenç a entre os dois extremos. Os velhos paradoxos, que ainda deixaram perplexa a mente dos homens, sã o explicados pelo conhecimento deste Princípio.

O homem também reconheceu muitas coisas− semelhantes a este Princípio e tentou exprimi− lo por estas máximas e aforismos: Tudo existe e nã o existe ao mesmo tempo, todas as verdades sã o meias− verdades, todas as verdades sã o meio− falsas, hádois lados em tudo, todo verso tem o seu reverso, etc.

Os Ensinos herméticos sã o, com efeito, que a diferenç a entre as coisas que se parecem diametralmente opostas ésimplesmente questã o de graus. Eles ensinam que os pares de opostos podem ser reconciliados, e que a reconciliaç ã o universal dos opostos éefetuada pelo conhecimento deste Princípio de Polaridade. Os instrutores dizem que os exemplos deste Princípio podem ser dados a qualquer pessoa, e por meio de uma examinaç ã o da natureza real das coisas. Eles conhecem porque afirmam que o Espírito e a Matéria sã o simplesmente dois pó los da mesma coisa, sendo os planos intermediários simplesmente graus de vibraç ã o@ Eles afirmam que o ToDo e o Muito sã o a mesma coisa, a diferenç a sendo simplesmente questã o de grau de manifestaç ã o mental. Assim a LEi e as Leis sã o os dois pó los de uma só coisa. Do mesmo modo o PRINcípio e os Princípios, a Mente Infinita e a mente finita.

Entã o passando ao Plano Físico, eles explicam o Princípio dizendo que o Calor e o Frio sã o idênticos em natureza, as diferenç as sendo simplesmente questã o de graus. O termô metro marca diversos graus de temperatura, chamando− se o pó lo mais baixo frio, e o mais elevado calor. Entre estes dois pó los estã o muitos graus de calor ou frio, chamai− os qualquer dos dois que nã o cometereis erro algum. O mais elevado dos dois graus ésempre o mais quente, enquanto que o mais baixo ésempre o trais frio. Nã o há demarcaç ã o absoluta; tudo équestã o de grau. Nã o hálugar no termô metro em que cessa o calor e começ a o frio. Isto équestã o de vibraç õ es mais elevadas ou menos elevadas. Mesmo os termos alto e baixo (inferiores e superiores), que 'somos obrigados a usar,

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sã o unicamente pó los da mesma coisa; os termos sã o relativos. Assim como o Oriente e o Ocidente; viajai ao redor do mundo e na direç ã o do Oriente, e chegareis a um ponto que é chamado Ocidente, ao vosso ponto de partida, e voltareis deste ponto oriental. Viajai para o Norte e parecer− vos− áviajar no Sul, ou vice− versa.

A Luz e a Obscuridade sã o pó los da mesma coisa, com muitos graus entre elas. A escala musical é a mesma coisa: vibrando o ponto "C" movei− o para cima até que encontrais outro ponto "C", e assim por diante, a diferenç a entre as duas extremidades da corda sendo a mesma, com muitos graus entre os dois extremos. A escala das cores é a mesma: pois que as mais elevadas e as mais baixas vibraç õ es sã o simplesmente diferenç as entre o violeta superior e o vermelho inferior. O Grande e o Pequeno sã o relativos. Assim também o Ruído e o Silêncio, o Duro e o Flexível. Tais sã o o Agudo e o Liso. O Positivo e o Negativo sã o dois pó los da mesma coisa, com muitos graus entre eles.

O Bem e o Mal nã o sã o absolutos; chamamos uma extremidade da escala Bem e a outra Mal. Uma coisa é menos boa, que a coisa mais elevada na escala, mas esta coisa − menos boa, por sua vez, émais boa (melhor) que a coisa imediatamente inferior a ela; e assim por diante, o mais ou o menos sendo regulado pela posiç ã o na escala.

E assim éno Plano Mental. O Amor e o ó dio sã o geralmente considerados como sendo coisas diametralmente opostas entre si, inteiramente diferentes, irreconciliáveis. Mas aplicamos o Princípio de Polaridade, e supomos que nã o hácoisa de Amor Absoluto ou de ó dio Absoluto, como distintos um do outro. Ambos sã o simplesmente termos aplicados aos dois pó los da mesma coisa. Começ ando num ponto da escala encontramos mais amor ou menos ó dio, conforme subirmos a escala; e mais ó dio e menos amor, conforme descermos: sendo verdade que nã o hámatéria de cujo ponto, superior ou inferior, possamos admirar. Hágraus de Amor e de Ó dio, e háum ponto médio em que o semelhante e o dessemelhante tornam− se tã o insignificantes que é difícil fazer distinç ã o entre eles. A Coragem e o Medo seguem a mesma regra. Os pares de opostos existem em toda parte. Onde encontrardes uma coisa encontrareis o seu oposto: os dois pó los.

E é este fato que habilita o hermetista a, transmutar um estado mental, em outro, conforme as linhas da Polarizaç ã o. As coisas pertencentes a diferentes classes nã o podem ser transmutodas em uma outra, mas as coisas da mesma classe podem ser transmutadas, isto é, podem ter a sua polaridade mudada. Assim o Amor pode ser Oeste ou Leste, Vermelho ou Violeta, mas pode tornar− se e imediatamente se torna em ó dio, e do mesmo modo, o ó dio pode ser transformado em Amor, pela mudanç a da polaridade. A Coragem pode ser mudada em Medo e vice− versa. As coisas duras podem ficar moles. As coisas agudas podem ficar lisas. As coisas frias podem ficar quentes. E assim por diante, a transmutaç ã o sendo sempre entre coisas da mesma natureza, porém de graus diferentes. Tomemos o caso de um homem medroso. Elevando as suas vibraç õ es mentais na linha do Medo e da Coragem, pode chegar a possuir maior grau (e Coragem e Intrepidez. E de igual modo um homem preguiç oso pode mudar− se em um indivíduo ativo, enérgico, simplesmente pela polarizaç ã o na direç ã o da qualidade desejada.

O estudante que estáfamiliarizado com os processos pelos quais as diversas escolas de Ciência mental, etc., produzem modificaç õ es nos estados mentais dos que empregam os seus ensinos, poderánã o compreender o princípio que opera estas mudanç as. Contudo,

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quando o Princípio de Polaridade écompreendido, ele vêque as mudanç as mentais sã o ocasionadas por uma mudanç a de polaridade, uma descida na mesma escala: o assunto é facilmente compreendido. A mudanç a nã o éda natureza de uma transrnutaç ã o de uma coisa em outra coisa inteiramente diferente, mas ésimplesmente uma mudanç a de grau nas mesmas coisas, uma diferenç a muito importante. Por exemplo, tomando uma analogia do Plano Físico, éimpossível mudar o Calor em Agudeza, Ruído, Altura, etc., mas o Calor pode ser transmutado em Frio, simplesmente pela diminuiç ã o dás 'vibraç õ es. Da mesma forma o ó dio e o Amor sã o mutuamente transmutáveis; assim também o Medo e a Coragem. Mas o Medo nã o pode ser mudado em Amor, nem a Coragem em Mo. Os estados mentais pertencem a inúmeras classes, cada classe deles tem dois pó los opostos, entre os quais a transmutaç ã o épossível.

O estudante reconheceráfacilmente que nos estados mentais, bem como nos fenô menos do Plano Físico, os dois pó los podem ser classificados como Positivo e Negativo, respectivamente. Assim o Amor é Positivo para o ó dio, a Coragem para o Medo, a Atividade para a Indolência, etc. E também pode− se dizer ainda que aos que nã o estã o familiarizados com o Princípio de Vibraç ã o, o pó lo Positivo parece ser de um grau mais elevado que o pó lo Negativo, e dominá− lo imediatamente. A tendência da Natureza é na direç ã o da atividade dominante do pó lo Positivo.

Para acrescentar mais alguma coisa à mudanç a dos pó los dos pró prios estados mentais de cada um pela operaç ã o da arte de, Polarizaç ã o, os fenô menos da Influência mental, nas suas diversas fases, nos mostram que este princípio pode estender− se até ao fenô meno da influência de uma mente sobre outra, de que muito se tem escrito nos últimos anos. Quando se compreende que a Induç ã o mental épossível, isto é, que estes estados mentais sã o produzidos pela induç ã o de outros, entã o se pode ver imediatamente como um certo grau de vibraç ã o, ou a polarizaç ã o de um certo estado mental, pode ser comunicado a outra pessoa, e assim se muda a sua polaridade nesta classe de estados mentais. É conforme este princípio que os resultados de muitos tratamentos mentais sã o obtidos. Por exemplo, uma pessoa éazul, melancó lica e cheia de medo. Um cientista mental adestrando pela sua pró pria vontade a sua mente à desejada vibraç ã o, obtém a desejada polarizaç ã o no seu pró prio caso, entã o produz um estado mental semelhante no outro por induç ã o, o resultado sendo que as vibraç õ es sã o elevadas e a pessoa polarizada no lado Positivo da escala em vez do lado Negativo, transmutadas em e o seu Medo e outras emoç õ es negativas sã o , Coragem e nos estados mentais positivos similares. Um pequeno estudo mostrar− vos− áque estas mudanç as mentais sã o quase todas de conformidade com a linha de Polarizaç ã o, a mudanç a sendo de grau e nã o de espécie.

O conhecimento da existência deste grande Princípio hermético habilitaráo estudante a compreender melhor os seus pró prios estados mentais e o das outras pessoas. Ele verá que estes estados sã o todos questã o de graus, e vendo assim, ele poderáelevar ou a− baixar a vibraç ã o à vontade, mudar os seus pó los mentais, em vez de ser o seu servo e escravo. E por este conhecimento poderáauxiliar inteligentemente os seus semelhantes, e pelo método apropriado mudar a − polaridade quando desejar.

Aconselhamos todos os estudantes a famliarizarem− se com este Princípio de Polaridade, porque uma exata compreensã o dó mesmo esclarecerámuitos assuntos difíceis.

CAPÍTULO XI

O RITMO

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"Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilaç õ es compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; a ritmo éa compensaç ã o." O CAIBALION

O Quinto Grande Princípio Hermético − o Princípio de Ritmo − encerra a verdade que em tudo se manifesta um movimento proporcional, um movimento de um lugar para outro, um fluxo e refluxo, um movimento para diante e para trás, um movimento semelhante ao do pêndulo, uma marébaixa e uma maréalta entre os dois Pó los que se manifestam nos planos físico, mental e espiritual. O Princípio de Ritmo estáem relaç ã o com o Principio de Polaridade descrito rio capítulo precedente. O Ritmo se manifesta entre os dois Pó los estabelecidos pelo Princípio de Polaridade. Isto nã o significa, porém, que o pêndulo do Ritmo vibra nos pó los extremos, porque isto raramente acontece; com efeito, na maioria dos casos, émuito difícil estabelecer o extremo polar Oposto. Mas a vibraç ã o vai primeiro para o lado de um Pó lo e depois para o do outro.

Hásempre uma aç ã o e uma reaç ã o, uma marcha e uma retirada, uma alta e uma baixa, manifestadas em todos os tons e, fenô menos do Universo. Os só is, os mundos, os homens, os animais, as plantas, os minerais, as forç as, a energia, a mente a matéria e mesmo o Espírito manifestam este Princípio. O Princípio se manifesta na criaç ã o e destruiç ã o dos,mundos, na elevaç ã o e queda das naç õ es, na vida histó rica de todas as coisas, e finalmente nos estados mentais do Homem.

Começ ando com as manifestaç õ es do Espírito ou do TODO, pode− se dizer que existem a Elusã o e a Infusã o; a "Expiraç ã o e a Inspiraç ã o de Brahm", como diz a expressã o dos Brâ manes. Os Universos sã o criados; eles chegam ao ponto mais baixo de materialidade, e logo começ am a sua vibraç ã o para cima. Os só is nascem à existência, e sendo atingida a sua maior forç a, o processo de retrocesso começ a, e depois de eons de tempo eles se tornam inertes massas de matéria, esperando um outro impulso que novamente ponha as suas energias interiores na atividade e começ a um novo ciclo de vida solar. E assim é com todos os mundos; nasceram, viveram e morreram: é só renascer. E,assitn écom todas as coisas de figura e forma; elas vibram da aç ã o para a reaç ã o, do nascimento para a morte, da atividade para a inatividade voltam para trás.

Assim é com todas as coisas viventes; nasceram, cresceram, morreram, e depois tomaram a nascer. Assim écom todos os grandes movimentos, as filosofias, os credos, os costumes, os governos, as naç õ es e todas as outras coisas: nascer, crescer, amadurecer, decair, morrer e depois renascer. A vibraç ã o do pêndulo estásempre em evidência.

A noite segue o dia, e o dia segue a noite. O pêndulo vibra do Outono ao Inverno, e depois volta para trás. Os corpúsculos, os átomos, as moléculas e todas as massas de matéria vibram ao redor do círculo da sua natureza. Nã o hácoisa alguma de absoluta inércia ou cessaç ã o de movimento, e todo movimento − participa do Ritmo. O princípio éde aplicaç ã o universal. Pode ser aplicado a qualquer questã o ou fenô meno de qualquer dos diversos planos de vida. Pode ser aplicado a todas as fases da atividade humana.

Sempre existe a vibraç ã o rítmica de um pó lo a outro. O Pêndulo Universal sempre está em movimento. As marés da Vida sobem e descem de acordo com a Lei.

O Princípio de Ritmo acha− se bem entendido pela ciência moderna, e é considerado como uma lei universal aplicada à s coisas materiais. Mas os hermetistas levam o princípio muito além, e sabem que as suas manifestaç õ es e influências se estendem à s atividades mentais do Homem, e que isto se explica pela contínua sucessã o de condiç õ es, estados, emoç õ es e outras incô modas e embaraç osas mudanç as que

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observamos em nó s mesmos. Mas os hermetístas, estudando as operaç õ es deste Princípio, aprenderam a escapar da sua atividade pela Transmutaç ã o.

Os Mestres hermetistas hámuito tempo descobriram que, conquanto o Princípio de Ritmo seja invariável, e sempre esteja em evidência nos fenô menos mentais, ainda existem dois planos de sua manifestaç ã o tanto quanto os fenô menos mentais estã o incluídos. Descobriram que existem dois planos gerais de Consciência, o Inferior e o Superior, o conhecimento deste fato habilita− os a subir ao plano superior e assim escapar da vibraç ã o do pêndulo rítmico que se manifesta no plano inferior. Em outras palavras, a vibraç ã o do pêndulo se realiza no Plano Inconsciente, e a Consciência nã o é afetada. A isto eles chamam a Lei de Neutralizaç ã o. As suas operaç õ es consistem na elevaç ã o do Ego acima das vibraç õ es do Plano Inconsciente da atividade mental, de modo que a vibraç ã o negativa do pêndulo nã o émanifestada na consciência, e por esta razã o eles nã o sã o afetados, É semelhante à elevaç ã o acima de uma coisa, deixando− a passar debaixo de vó s. Os Mestres hermetistas, ou os estudantes adiantados, polarizando− se no pó lo desejado, e por um processo semelhante à recusa de participar da vibraç ã o que desce, ou, se preferis, à negaç ã o da sua influência sobre eles, sustêm− se firmes na sua posiç ã o polarizada, e deixam o pêndulo mental vibrar para trás no plano inconsciente. Todas as pessoas que atingiram todos os graus do domínio pró prio realizam isto mais ou menos inconscientemente, e recusando deixar as suas condiç õ es e os seus estados mentais negativos dominá− las, aplicam a Lei de Neutralizaç ã o.

O Mestre, contudo, leva− os a um grau muito elevado de progresso, e pelo uso da sua Vontade atinge um grau de Equilíbrio e Firmeza mental quase impossível de ser crido pelos que deixam mover− se à direita e à esquerda pelo pêndulo mental das condiç õ es e emoç õ es.

A importâ ncia disto pode ser apreciada por qualquer pensador que compreende que a maioria das pessoas sã o criaturas de condiç õ es, emoç õ es e sensaç õ es, e que só manifestam um domínio pró prio muito insignificante. Se quiserdes deter− vos e examinar um momento, vereis como muitos movimentos de Ritmo vos afetaram em vossa vida, como um período de Entusiasmo foi invariavelmente seguido por uma sensaç ã o e condiç ã o de Depressã o. Do mesmo modo, as vossas condiç õ es e períodos de Coragem foram seguidos por iguais condiç õ es de Medo. E assim sempre aconteceu com a maioria das pessoas: tempos de sensaç ã o sempre apareceram e desapareceram com elas, mas elas nã o suspeitaram a causa ou razã o do fenô meno mental. A compreensã o das operaç õ es deste Princípio daráà pessoa a chave para o Domínio destes movimentos rítmicos de emoç õ es, e habilitá− la− áa conhecer melhor a si mesma e a evitar de ser levada por estes fluxos e refluxos. A Vontade é superior à manifestaç ã o consciente deste Princípio, todavia o pró prio Princípio nã o pode ser destruído. Podemos escapar dos seus efeitos, porém, apesar disso, o Princípio estáem operaç ã o. O pêndulo sempre se move, porém, nó s podemos escapar de sermos levados por ele.

Háoutras espécies de operaç õ es deste Princípio de Ritmo ,ck− que queremos falar agora. Acha− se na sua aç ã o aquilo que éconhecido como a Lei de Compensaç ã o. Uma das definiç õ es ou significaç õ es da palavra Compensaç ã o é contrabalanç ar, que é o sentido em que os hermetistas empregam o termo. É a esta Lei de Compensaç ã o a que se refere o Caibalion, quando diz:

"A medida do movimento à direita éa medida do movimento à esquerda; o ritmo éa compensaç ã o."

A Lei de Compensaç ã o éque o movimento numa direç ã o determi na o movimento na direç ã o oposta, ou para o pó lo oposto; um balanç a ou contrabalanç a o outro. No Plano

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Físico vemos − muitos exemplos desta Lei. O pêndulo do reló gio move− se em certa distâ ncia à direita, e depois numa igual distâ ncia à esquerda. As estaç õ es balanç am− se umas à s outras da mesma forma. As marés seguem a mesma Lei. E a mesma Lei é manifestada em todos os fenô menos de Ritmo. O pêndulo com brevidade move− se numa direç ã o, e com a mesma brevidade na outra; um movimento extenso à direita representa invariavelmente um movimento extenso à esquerda. Um objeto atirado para cima a uma certa altura tem uma igual distâ ncia para atravessar na volta. A forç a com que um projétil é arremessado uma milha para cima é reproduzida quando o projétil volta à terra. Esta Lei éconstante no Plano Físico, como vos mostraráuma referência à s autorídades− modelos.

Porém, os hermetistas levam isto muito mais longe. Eles ensinam que os estados mentais de um homem estã o sujeitos à mesma Lei. O homem que goza sutilmente está sujeito a sofrimentos sutis; ao passo que aquele que sente poucas penas só écapaz de sentir pouco gozo. O porco sofre porém muito pouco mentalmente, e também goza muito pouco: é compensado. E do outro lado, temos outros animais que gozam sutilmente, mas cujo organismo nervoso e temperamento lhes faz sofrer esquisitos graus de penas. E assim é com o Homem. Existem temperamentos que permitem um grau muito inferior de gozo, e igualmente um grau inferior de sofrimento− ) enquanto que há outros que permitem um gozo mais intenso, mas também um sofrimento mais intenso. A verdade é que a capacidade para o sofrimento ou gozo é contrabalanç ada em cada indivíduo. A Lei de Compensaç ã o estáaí em constante operaç ã o.

Contudo, os Hermetistas ainda vã o mais além neste assunto. Eles ensinam que antes que alguém possa gozar um certo grau de prazer, deveráter movido, proporcionalmente para o outro pó lo da sensaç ã o. Dizem, contudo, que o Negativo é procedente do Positivo, nesta questã o, quer dizer que experimentando um certo grau de prazer nã o se segue que se deverápagar por isto com um grau correspondente de sofrimento; pelo contrário, o prazer éo movimento rítmico, concordando com a Lei de Compensaç ã o, para um grau de sofrimento precedentemente experimentado na vida presente, ou numa encamaç ã o precedente. Isto traz nova luz sobre o Problema do sofrimento.

Os Hermetistas consideram a cadeia das vidas como contínua, e como formando parte de uma vida do indivíduo, demodo que, por, conseguinte, o movimento rítmico por esta forma é compreendido enquanto que nã o teria significaç ã o sem que fosse admitida a verdade da reencarnaç ã o.

Porém, os hermetistas pregam que o Mestre ou o estudante adiantado estáhabilitado' em grau elevado, a escapar o movimen,to para o Sofrimento, pelo processo de Neutralizaç ã o antes mencionado. Elevando− se ao plano superior do Ego, muitas das experiências que acontecem aos que vivem no plano inferior sã o evitadas e escapadas.

A lei da Compensaç ã o toma uma parte importante nas vidas dos homens e das mulheres. É sabido que geralmente uma pessoa paga o preç o de ttdo o que possui ou carece. Se tem alguma coisa, carece de outra: a balanç a éequilibrada. Ninguém pode guardar o seu dinheiro e ter a migalha de pã o ao mesmo tempo. Todas as coisas têm os seus lados prazenteiro e desprazenteiro. As coisas que se ganham sã o sempre pagas pelas coisas que se perdem. O rico possui muito do que falta ao pobre, ao mesmo tempo que o pobre também possui coisas que estã o fora do alcance dos ricos. O milionário poderáter inclinaç ã o para muitos festins, e a opulência com que sustentar todas as delícias e luxúrias da mesa, mas carece do apetite para gozar dela; ele inveja o apetite e a digestã o do trabalhador, que carece da opulência e das inclinaç õ es do milionário, e

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O CAIBALION

que tem mais prazer com o seu simples alimento do que o milionário poderia ter, se o seu apetite nã o fosse mau, nem a sua digestã o arruinada, porque as necessidades, os hábitos e as inclinaç õ es diferem. E assim éatravés da vida. A Lei de Compensaç ã o está sempre em aç ã o, esforç ando− se para balanç ar e contrabalanç ar, e sempre vindo a tempo, sendo necessário diversas vidas para o movi mento de volta do Pêndulo do Ritmo.

CAPÍTULO XII

A CAUSALIDADE

"Toda Causa tem seu Efeito; todo Efeito tem sua Causa; todas as coisas acontecem de acordo com a Lei; o Acaso ésimplesmente um nome dado a uma Lei nã o reconhecida; existem muitos planos de causalidade, mas nada escapa à Lei." − O CAIBALION −

O Sexto Grande Princípio hermético − o Princípio de Causa e Efeito − contém a verdade que a Lei domina o Universo, nada acontece por Acaso, que este é simplesmente um termo para indicar a causa existente, porém nã o reconhecida ou percebida; 'que os fenô menos sã o contínuos, sem interrupç ã o ou exceç ã o.

O Princípio de Causa e Efeito estáoculto em todas as idéias científicas antigas e modernas, e foi anunciado pelos Instrutores Herméticos nos primitivos dias. Quando se levantaram muitas e variadas disputas entre as diversas escolas de pensamento, estas disputas foram principalmente sobre os detalhes das operaç õ es do Princípio, e ainda à s mais das vezes sobre a significaç ã o de certas palavras. O Princípio obscuro de Causa e Efeito foi aceito como exato praticamente por todos os pensadores de nomeada do mundo inteiro. Pensar de outro modo seria subtrair os fenô menos do universo do domínio da Lei e da Ordem, e proscrevê− lo ao domínio de uma causa imaginária que os homens chamaram o Acaso.

Uma − pequena consideraç ã o mostraráa todos que em realidade nã o existe coisa alguma de puro. Acaso. Webster define a palavra Acaso do modo seguinte: "Um suposto agente ou r,,íodo de atividade diferente da forç a, lei ou propó sito; a operaç ã o de atividade de tal agente; o suposto eleito deste agente; um acontecimento fortuito, uma causalidade, etc." Porém, um pequeno exame ' mostrar− vos− áque nã o existe um agente como Acaso, no sentido de uma coisa fora da lei, uma coisa fora de Causa e Efeito. Como poderia ser uma coisa que agisse no universo fenomenal, independente das leis, da ordem e da continuidade deste último? Tal coisa seria inteiramente independente do movimento ordenado do universo, e portanto superior a este. Nã o podemos imaginar nada fora do TODO que esteja fora da Lei, e isto somente porque o ToDo éa pró pria LEI. Nã o hálugar no universo para uma coisa fora e independente da Lei. A existência de tal Coisa tomaria sem efeito todas as Leis Naturais, e mergulharia o universo em uma desordem e ilegalidade caó tica.

Um exame cuidadoso mostraráque aquilo que chamamos Acaso é simplesmente um modo de exprimir as causas obscuras; as causas que nã o podemos compreender. A palavra Acaso derivada de uma palavra que significa cair (como a caída dos dados) 1 dando a idéia de que a caída dos dados (e de muitos jogos de azar) ésimplesmente um acontecimento que nã o tem relaç ã o com qualquer causa. E é este o sentido em que geralmente é empregado o termo. Mas quando o assunto é examinado secretamente, vè− se que nã o hánenhum acaso na caída dos, dados.i Todos os dias 'cal uma morte, que desagrada a um certo número de pessoas; ela obedece a uma lei do infalível como a que governa a revoluç ã o dos planetas ao redor do sol. Atrás da vinda da morte estã o as causas, ou cadeias de causas, movendo− se além do lugar que a mente pode alcanç ar. A

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O CAIBALION

posiç ã o da morte no box, a reduç ã o da energia muscular expendida nos golpes, a condiç ã o da mesa, etc., etc., todas sã o causas, cujo efeito pode ser visto. Mas atrás destas causas observadas existem cadeias de causas de procedência nã o observada, todas as quais têm uma influência sobre o número da morte predominante.

Se uma morte dura uma grande quantidade de tempo, isto procederáde que os números manifestados serã o quase iguais) isto é, haveráum número igual de uma mancha, duas manchas, etc., que sã o predominantes. Lanç ai uma moeda ao ar, e ela cairásobre quaisquer cabeç as ou rabos, mas fazei um bom número de arremessos e as cabeç as e rabos cairã o logo. Esta éa operaç ã o da lei proporcional. Mas apesar da proporç ã o e dos simples arremessos estarem debaixo da Lei de Causa e Efeito, se fô ssemos capazes de examinar nas precedentes causas, seria claramente observado que era simplesmente impossível para a morte vir de outro modo, nas mesmas circunstâ ncias e no mesmo tempo. Dadas as mesmas causas, os mesmos resultados advírã o.

Sempre háuma causa e um porquêpara todos os acontecimentos. Nada acontece sem uma causa, ou uma cadeia de causas. Muita confusã o houve nas mentes de pessoas que consideraram este Princípio, porque nã o eram capazes de explicar como uma coisa poderia causar outra coisa, isto é, ser a criadora da segunda coisa. Com efeito, como matéria, nenhuma coisa pode causar ou criar outra coisa. A Causa e o Efeito sã o distribuídos simplesmente como eventualidades. Uma eventualidade é aquilo que acontece ou advém, como um resultado ou uma conseqü êncía de diversos eventos procedentes. Nenhum evento cria outro evento, mas ésimplesmente um elo precedente na grande cadeia ordenada de eventos procedentes da energia criativa do TODO. Há.uma continuidade entre todos os acontecimentos precedentes, conseqü entes e subseqü entes. Háuma relaç ã o entre tudo o que veio antes, e tudo o que vem agora.

Uma pedra é deslocada de um lugar montanhoso e quebra o teto de uma cabana lá embaixo no vale. A princípio consideramos isto como um acontecimento casual, mas quando examinamos o assunto encontramos uma grande cadeia de causas. Em primeiro lugar estáa chuva que amoleceu a terra que suportava a pedra e que a deixou cair; em segundo lugar atrás desta está a influência do sol, de outras chuvas, etc., que gradualmente desintegraram o pedaç o de rocha de um pedaç o maior, estã o as causas que motivaram a formaç ã o da montanha e o seu levantamento pelas convulsõ es da natureza, e assim atéo infinito.

Entã o poderíamos procurar as causas atrás da causa da chuva, etc. Poderíamos considerar a existência do teto. Enfim, logo nos envolveríamos em uma rede de acontecimentos, causas e efeitos, de cujas malhas intrincadas nã o nos poderíamos desembaraç ar.

Do mesmo modo que um homem tem dois pais, quatro avó s, oito bisavó s, dezesseis trisavó s, e assim por diante atéque em quarenta geraç õ es calcula− se o número dos avó s remontarem a muitos milhares. Assim écom o número de causas que se ocultam sob o mais trivial acontecimento ou fenô meno, tal como a passagem de uma delgada fuligem pelos vossos olhos. Nã o é coisa agradável descrever o pedaç o de fuligem desde o período primitivo da histó ria do mundo desde quando ele formava uma parte de um tronco maciç o de árvore, que foi primeiramente transformado em carvã o e depois até que passou agora pelos vossos olhos no seu caminho para outras aventuras. E uma grande cadeia de acontecimentos, causas e efeitos, trouxe− o à sua condiç ã o presente, e a última é simplesmente uma cadeia dos acontecimentos que poderã o produzir outros eventos centenas de anos depois deste momento. Uma série de acontecimentos procedentes do delgado pedaç o de fuligem foi a escrita destas linhas que fez o

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O CAIBALION

tipó grafo− mestre reformar certa palavra, o revisor fazer a mesma coisa, e que produzirá certos pensamentos na vossa mente, e de outros, que por sua vez afetarã o outras e assim por diante conforme a habilidade do homem para raciocinar: e tudo isto da passagem de um delgado pedaç o de fuligem, o que mostra a relatividade e associaç ã o das coisas, e o fato anterior que "nã o hácoisa grande, nã o, bácoisa pequena, na mente que causa tudo".

Detende− vos a pensar um momento. Se certo moç o nã o tivesse encontrado uma certa moç a, no obscuro período da Idade da Pedra, vó s, que agora estais lendo estas linhas,

nã o existiríeis agora. E,

talvez, se o mesmo casal nã o

se

encontrasse, nó s

que

escrevemos estas linhas,

nã o existiríamos também agora.

E

o verdadeiro ato

de

escrever, da nossa parte, e o ato de ler, da vossa, poderánã o só afetar as respectivas vidas nossas e vossas, mas também poderáter uma influência direta ou indireta sobre muitas outras pessoas que agora vivem e que viverã o nas idades futuras. Toda idéia que pensamos, todo ato que fazemos, tem o seu resultado direto ou indireto que se adapta à grande cadeia de Causa e Efeito.

Nã o queremos entrar em consideraç ã o sobre o Livre− Arbítrio ou o determinismo, nesta obra, por várias razõ es. Entre as diversas razõ es, a principal é que nenhum lado da controvérsia é inteiramente verdadeiro; com efeito, ambos os lados sã o parcialmente verdadeiros, de acordo com os Preceitos herméticos. O Princípio de Polaridade mostra que ambos sã o Meias− Verdades: pó los opostos da Verdade. Os Preceitos sã o que o homem pode ser Livre e ao mesmo tempo limitado pela Necessidade, dependendo isto da significaç ã o dos termos e elevaç ã o da Verdade cuja significaç ã o é examinada. Os escritores antigos expressam este assunto, assim: "A criaç ã o que estámais distante do Centro éa mais limitada; quanto mais pró ximo chega do Centro, tanto mais Livre é."

A maioria das pessoas sã o mais ou menos escravas da hereditariedade, dos que as rodeiam, etc., e manifestam muito pouca Liberdade. Sã o guiadas pelas opiniõ es, os costumes e as idéias dc, mundo exterior, e também pelas suas emoç õ es, sensaç õ es e condiç õ es, etc. Nã o manifestam domínio algum, digno de nome. Indignamente repudiam esta asserç ã o, dizendo: ,pois eu certamente sou livre para agir e fazer como me apraz; faç o justamente o que quero fazer", mas deviam explicar melhor o quero e o como me, apraz. Que os faz querer fazer uma coisa de preferência a outra; que lhes faz aprazer fazer isto e nã o aquilo? Nã o existe por que para a seu prazer e desejo? O Mestre pode mudar estes prazeres e vontades em Outros no lado Oposto do Pó lo mental. Ele é capaz de Querer por querer, sem querer por causa das condiç õ es, emoç õ es meio, sem tendência ou desejo. , sensaç õ es ou sugestõ es do A maioria das pessoas sã o arrastadas como a pedra que cai, obediente ao meio, à s influências exteriores e à s condiç õ es e desejos internos, nã o falando dos desejos e das vontades de outros mais fortes que elas, da hereditariedade, da sugestã o, que as levam sem resistência da sua parte, sem exercício da Vontade. Movidas, como os peõ es no jogo de xadrez da vida, elas tomam parte neste e sã o abandonadas depois que o, jogo terminou. Mas os Mestres, conhecendo a regra do jogo, elevam− se acima do plano da vida material, e colocando− se em relaç ã o com as mais elevadas forç as da sua natureza dominam as suas pró prias condiç õ es, os caracteres, as qualidades e a polaridade, assim como o meio em que vivem, e deste modo tornam− se Motores em vez de Peõ es: Causas em vez de Efeitos. Os Mestres nã o escapam da Causalidade dos planos mais elevados, mas concordam com as leis superiores, e assim dominam as circunstâ ncias no plano inferior. Eles formam parte consciente da Lei, sem serem simples instrumentos. Enquanto servem nos

Planos Superiores, governam no Plano Material.

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O CAIBALION

Porém, tanto nos superiores como nos inferiores, a Lei estásempre em aç ã o. Nã o hác oisa do Acaso. As deusas cegas foram abolidas pela Razã o. Agora podemos ver com olhos esclarecidos pelo conhecimento que tudo é governado pela Lei Universal − o infinito número de leis ésimplesmente uma manifestaç ã o da única Grande Lei − a LEI que é O TODO. É verdade, contudo, que nem mesmo um pardal fica descuidado à Mente do TODO, assim como os cabelos da nossa cabeç a sã o contados, como disseram as escrituras. Nada háfora da Lei; nada do que acontece écontrário a ela. Contudo, nã o cometais o erro de supor que, por causa disso, o Homem é simplesmente um cego autô mato. Os Preceitos Herméticos ensinam que o Homem pode usar a Lei contra as leis, e que a vontade superior prevalece contra a inferior, até que por fim procure refúgio na pró pria LEI, e olhe com desprezo as leis inferiores. Sois capaz de compreender a mais íntima significaç ã o disto?

CAPÍTULO XIII

O GÊ NERO

"O Gênero estáem tudo; tudo tem os seus Princípios Masculino e Feminino; o Gênero se manifesta em todos os planos." − O CAIBALION

O Sétimo Grande Princípio hermético − o Princípio de Gênero − contém a verdade que háGênero manifestado em tudo, que os Princípios Masculino e Feminino estã o sempre presentes e em aç ã o em todas as fases dos fenô menos e todos os planos da vida. Neste ponto achamos bom chamar a vossa atenç ã o para o fato que o Gênero, no seu sentido Hermético, e o Sexo no uso ordinariamente aceitado do termo, nã o sã o a mesma coisa.

A palavra Gênero éderivada da raiz latina que significa gerar, procriar, produzir. Uma consideraç ã o momentâ nea mostrar− vos− á que a palavra tem um significado mais extenso e mais geral que o termo Sexo, o último referindo− se à s distinç õ es físicas entre as coisas viventes machos e fêmeas. O sexo é simplesmente uma manifestaç ã o do Gênero em certo plano ( o Grande Plano Físico: o plano da vida orgâ nica. Desejamos fixar esta distinç ã o nas vossas mentes, porque certos escritores, que adquiriram uma simples noç ã o da Filosofia hermética, pretenderam identificar este sétimo Princípio hermético com as disparatadas, fantásticas e muitas vezes repreensíveis teorias e ensinos a respeito do Sexo.

O ofício do Gênero é somente de criar, produzir, gerar, ,etc., e as suas manifestaç õ es sã o visíveis em todos os planos de fenô menos. É um tanto difícil dar provas disto nas linhas científicas, pela razã o que a ciência ainda nã o reconheceu este Princípio como de aplicaç ã o universal. Mas ainda assim várias provas têm provindo de fontes científicas. Em primeiro lugar, encontramos uma distinta manifestaç ã o do Princípio de Gênero entre os corpúsculos, íons ou elétrons, que constituem a base da Matéria como a ciência conhece por último, e que formando combinaç õ es formam o Á tomo, que atéhápouco tempo era considerado como final e indivisível.

A última palavra da ciência éque o átomo écomposto de uma multidã o de corpúsculos, elétrons ou íons (sendo aplicados vários nomes por autoridades diferentes), que giram uns ao redor dos outros e vibram num elevado grau de intensidade. Mas as explicaç õ es que seguem mostram que a formaç ã o do átomo érealmente devida ao agrupamento de corpúsculos negativos ao redor de um positivo; parecendo que os corpúsculos positivos exercem certa influência sobre os corpúsculos negativos, fazendo estes formarem certas combinaç õ es e assim cria ou gera um átomo. Isto estáem relaç ã o com os mais antigos

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Preceitos herméticos que sempre identificaram o principio masculino de Gênero com o pó lo Positivo, ao Feminino com o pó lo Negativo da Eletricidade.

Agora uma palavra a respeito desta identificaç ã o. A mente do público formou uma idéia inteiramente errô nea a respeito das qualidades do chamado pó lo Negativo da Matéria magnetizada ou eletrizada. Os termos Positivo e Negativo sã o em verdade erroneamente aplicados a este fenô meno pela ciência. A palavra Positivo significa tudo o que éreal e forte, comparado com a Negativa irrealidade e fraqueza. Nada éulterior aos fatos reais dos fenô menos elétricos. O chamado pó lo Negativo da bateria é realmente o pó lo no qual e pelo qual se manifesta a geraç ã o ou produç ã o de novas formas de energia. Nada háNegativo ao redor dele. As maiores autoridades científicas agora usam a palavra Cató dico " em lugar de Negativo. Do pó lo Cató dico procedem a imensidade de elétrons ou corpúsculos; do mesmo pó lo saem estes maravilhosos raios que revolucionaram as concepç õ es científicas nos últimos dez anos. O pó lo cató dico é a mã e de todos os fenô menos estranhos, que tornaram inúteis os velhos livros, e que fizeram muitas teorias admitidas serem proscritas do programa da especulaç ã o científica. O pó lo cató dico ou negativo éo Princípio materno dos fenô menos elétricos, e das formas mais sutis da matéria, jáé conhecido pela ciência. Assim vedes que temos razã o quando recusamos usar o termo Negativo nas nossas consideraç õ es sobre o assunto, e insistindo na substituiç ã o da palavra Feminino pelo antigo termo. Os fatos da condiç ã o nos levam a isto, sem mesmo tomarmos em consideraç ã o os Preceitos herméticos. E assim usaremos a palavra Feminino em lugar de Negativo falando deste pó lo de atividade.

Os últimos ensinos científicos sã o que os corpúsculos criadores ou elétrons sã o Femininos (a ciência diz que eles sã o compostos de eletricidade negativa, e nó s dizemos que sã o compostos de energia Feminina). Um corpúsculo feminino abandona um corpúsculo Masculino e toma uma, nova direç ã o. Ele ativamente procura uma uniã o com um corpúsculo Masculino, sendo incitado a isso pelo impulso natural de criar novas formas de. Matéria ou Energia. Um escritor costuma atéempregar a frase "ele a um dado tempo procura, de sua pró pria voliç ã o, uma uniã o", etc.

Este destacamento e esta uniã o formam a base da maior parte das atividades do mundo

químico.

Quando

o corpúsculo Feminino une− se com um corpúsculo Masculino,

começ a

um certo

processo. As partículas Femininas vibram rapidamente sob as

influências da Energia masculina, e giram ao redor da última. O resultado é o nascimento de um novo átomo. Este novo átomo é realmente composto da uniã o dos elétrons ou corpúsculos Masculinos e Femininos, mas quando a uniã o é formada, o átomo torna− se uma coisa separada, tendo certas propriedades, mas nã o manifestando muito a propriedade da eletricidade independente. O processo de destacamento ou separaç ã o dos elétrons Femininos échamado ionizaç ã o. Estes elétrons ou corpúsculos sã o os mais ativos trabalhadores no campo da Natureza. Provenientes das suas uniõ es ou combinaç õ es, se manifestam os diversos fenô menos da luz, do calor, da eletricidade, do magnetismo, da atraç ã o, repulsã o, afinidade química e o inverso, e outros fenô menos semelhantes. E tudo isto procede do. aç ã o do Princípio de Gênero no plano da Energia.

A parte do princípio Masculino parece ser a de dirigir uma certa energia inerente pua o princípio Feminino e assim pô r em atividade o processo criativo. Mas o princípio Feminino ésempre o único que faz a ativa obra criadora, e isto éassim em todos os planos. E ainda, cada princípio éincapaz da energia operativa sem o outro. Em muitas formas da vida, os dois princípios estã o combinados em um só organismo. Por esta

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razã o, tudo no mundo orgâ nico manifesta ambos os gêneros: hásempre o Masculino na forma Feminina, e o Feminino na forma Masculina.

Os Ensinos herméticos contêm muita coisa a respeito da aç ã o dos dois princípios de Gênero na produç ã o e manifestaç ã o das diversas formas de energia, etc., mas nã o julgamos conveniente entrar em detalhes a respeito dos mesmos neste ponto, porque nã o podemos sustentá− los com provas científicas, pela razã o que a ciência ainda nã o progrediu o necessário para isso. Mas o exemplo que vos demos dos fenô menos dos elétrons ou corpúsculos vos mostram que a ciência estáno caminho reto, e poderia também dar− vos uma idéia geral dos princípios ocultos.

Diversos dos principais investigadores científicos declararam a sua

opiniã o que na

formaç ã o dos cristais foi descoberta alguma coisa que corresponde à

atividade sexual,

que éuma outra bagatela mostrando a direç ã o em que sopram os ventos científicos. E cada ano traz outros fatos para corroborar a exatidã o do Princípio hermético de Gênero. Seria estabelecido que o Gênero estáem aç ã o e manifestaç ã o constante no campo da matéria inorgâ nica e no campo da Energia ou Forç a. A eletricidade éagora geralmente considerada como alguma coisa em que todas as outras formas de energias parecem dissolver. A Teoria Elétrica do Universo é a última doutrina científica, e ela está crescendo rapidamente em popularidade e aceitaç ã o geral. E assim segue− se que se

pudermos descobrir nos fenô menos da eletricidade −

levados ao seu princípio e fonte de

manifestaç õ es − uma clara e infalível evidência

da presenç a do Gênero e suas

atividades, estamos justificados vos fazendo crer que a ciência enfim deu provas da existência em todos os fenô menos universais deste grande Princípio hermético: o Princípio de Gênero.

Nã o énecessário gastar o nosso tempo com o muito conhecido fenô meno da atraç ã o e repulsã o dos átomos, afinidade química, os amares e ó dios das partículas atô micas, as atraç õ es ou coesõ es entre as moléculas da matéria. Estes fatos sã o muito bem conhecidos para necessitar extensos comentários' nossos. Mas considerasses alguma vez que todas estas coisas sã o,manifestaç õ es do Princípio de Gênero? Nã o vedes que estes fenô menos andam ao Par com os dos corpúsculos ou elétrons? E ainda mais que isto, nã o vedes a racionalidade dos Ensinos herméticos que afirmam que a verdadeira Lei da Gravitaç ã o − esta estranha atraç ã o pela qual todas as partículas e corpos de matéria no universo tendem para outras simplesmente outra manifestaç ã o do Princípio de Gênero, que opera na direç ã o de atraç ã o da energia Masculina para a Feminina, e vice− versa? Nã o poderemos dar− vos provas científicas disto agora; mas vamos examinar os fenô menos à luz dos Ensinos herméticos sobre o assunto, e veremos se nã o tereis uma mais útil hipó tese que as oferecidas pela ciência física. Submetei todos os fenô menos físicos ao texto, e vereis sempre em evidência o Princípio de Gênero.

Permiti− nos agora passarmos à consideraç ã o da aç ã o do Princípio no Plano Mental. Muitas idéias interessantes têm nele a sua examinaç ã o.

CAPÍTULO XIV

O GÊ NERO MENTAL

Os estudantes de psicologia que seguiram o modo moderno de pensar a respeito dos fenô menos mentais ficaram surpreendidos pela persistência da dupla idéia mental que se tem manifestado tã o fortemente durante os dez anos passados do último meio século, e que deu origem a um grande número de teorias plausíveis a respeito da natureza e

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constituiç ã o destas duas mentes. Recentemente Thompson J. Hudson atingiu grande popularidade em 1893, avanç ando a sua bem conhecida teoria das "mentes objetiva e subjetiva", que ele afirmou existir, em cada indivíduo. Outros escritores atraíram também a atenç ã o pelas teorias sobre as "mentes consciente e subconsciente", mentes voluntária e involuntária", "mentes ativa e passiva", etc., etc. As teorias dos diversos escritores diferem entre si, mas permanece o princípio oculto da dualidade da mente.

O estudante de Filosofia hermética tem provocaç ã o de riso quando lêe ouve qualquer coisa destas novas teorias a respeito da dualidade da mente, cada escola aderindo tenazmente à sua pró pria teoria favorita e clamando ter descoberto a verdade. O estudante volta para trás as páginas da histó ria oculta e, nos primeiros elementos dos preceitos ocultos, encontra referências à antiga doutrina hermética do Princípio de Gênero no Plano Mental: a manifestaç ã o do Gênero Mental. E examinando mais ele conclui que a antiga filosofia tinha conhecimento dos fenô menos da mente dual e deu conta disto pela teoria do Gênero Mental, Esta idéia de Gênero Mental pode ser explicada em poucas palavras aos estudantes que estã o familiarizados com as modernas teorias hápouco aludidos. O Princípio Masculino da Mente corresponde à chamada Mente Objetiva, Mente Consciente, Mente Voluntária, Mente Ativa, etc. E o Princípio Feminino da Mente corresponde à chamada Mente Subjetiva, Mente Subconsciente, Mente Involuntária, Mente Passiva, etc. Certamente que os Preceitos herméticos nã o concordam com as diversas teorias modernas sobre a natureza das duas fases da mente, nem admitem muitos fatos considerados como sendo respectivamente dos dois aspectos, porque muitas teorias e afirmaç õ es sã o alambicadas e incapazes de resistir ao toque da experiência e da demonstraç ã o. Apontamos as fases de concordâ ncia simplesmente para o fim de ajudar o estudante a assimilar os seus conhecimentos jáadquiridos com os Preceitos da Filosofia hermética.

Os estudantes de Hudson encontrarã o no princípio do seu segundo capítulo da Lei dos Pensamentos Psíquicos", a proposiç ã o que: "A mística algaravia dos filó sofos herméticos desenvolve a mesma idéia", isto é, a dualidade da mente.

Se o Dr. Hudson empregasse o tempo em decifrar um pouco da "mística algaravia da Filosofia Hermética", ele teria obtido grande esclarecimento sobre a funç ã o da "mente dual"; porém, naquele tempo, as suas obras mais interessantes ainda nã o tinham sido escritas. Vamos agora considerar os Preceitos herméticos sobre o Gênero Mental.

Os Instrutores Herméticos dã o as suas instruç õ es a respeito deste assunto fazendo os seus estudantes examinarem a relaç ã o da sua consciência a respeito do seu Ego. Os estudantes aprendem a pô r a sua atenç ã o no Ego que habita em cada um de nó s. Cada estudante aprende a ver que sua consciência lhe dáuma primeira relaç ã o da existência do seu Ego: à relaç ã o é "O Eu sou". A princípio isto parece ser a última palavra da consciência, mas um exame um, pouco mais profundo descobre que este "Eu sou" pode ser separado ou dividido em duas partes distintas, dois aspectos, os quais, apesar de agirem em uníssono e em conjunto, podem ser separados na consciência.

Apesar de a princípio parecer existir um só Ego, um exame mais cuidadoso e mais profundo mostra que existe um Ego e um Eu. Estes gêmeos mentais diferem em característicos e natureza, e um exame das suas naturezas e dos fenô menos que procedem da mesma darámuita luz sobre muitos problemas da influência mental.

Permiti− nos começ ar com uma consideraç ã o sobre o Eu, que éusualmente tomado pelo Ego pelo estudante, até que ele investigue nos acessos da consciência. Um homem

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pensa do seu Ego (no seu aspecto de Eu) como sendo composto de certos estados, modos, hábitos, característicos, etc., tudo o que faz sobressair a sua personalidade, ou a Seidade conhecida a si e aos outros.

Conhece que estas emoç õ es e sensaç õ es mudam, nascem e morrem, estã o sujeitas aos Princípios de Ritmo e de Polaridade, que as levam de um extremo ao outro. Pensam também que o Eu é formado de certos conhecimentos reunidos nas suas mentes e formando entã o uma parte deles mesmos. Tal éo Eu de um homem.

Porém, falamos muito apressadamente. O Eu de muitos homens pode ser considerado como consistindo da sua consciência corpó rea e dos seus apetites

físicos, etc. A sua consciência sendo presa à sua natureza corpó rea, eles praticamente vivem nela. Muitos homens ainda consideram o seu vestuário como parte do seu Eu e atualmente parecem considerá− lo como uma parte de si mesmos. Um escritor disse humoristicamente que os "homens se compõ em de três partes: o espírito, o corpo e a roupa".

Estas pessoas ou roupas conscientes perderiam a sua personalidade se fossem despidas da sua roupa, por selvagens, na ocasiã o de um naufrágio. Porém, mesmo muitos dos que estã o presas à idéia do vestuário pessoal afirmam fortemente que a consciência do seu corpo é o seu Eu. Eles nã o podem ter a idéia de uma Seidade independente do corpo. A sua mente pareceIhes ser praticamente uma coisa pertencente ao seu corpo: o que ésempre o contrário.

Mas, conforme o homem sobe na escala de consciência, ele se torna capaz de distinguir o seu Eu da sua idéia do corpo e de pensar que este éuma coisa pertencente à sua parte mental. Mas, só entã o poderáidentificar inteiramente o Eu com os estados mentais, as emoç õ es, etc., que ele sente existir dentro de si.

É capaz de considerar estes estados internos como idênticos a ele mesmo, em vez deles serem simplesmente coisas produzidas por uma parte da sua mentalidade e existindo dentro dele: sendo suas, estando nele, mas nã o sendo ele mesmo. Compreende que pode mudar estes estados mentais de emoç õ es por um esforç o da vontade e que pode do mesmo modo produzir uma emoç ã o ou um estado de uma natureza exatamente oposta, e, contudo, existe o mesmo Eu. E assim atéque seja capaz de pô r de parte estes vários estados mentais, as emoç õ es, os hábitos, as qualidades, os característicos e outras faculdades mentais: écapaz de pô − las no nã o− eu, coleç ã o de curiosidade e embaraç os, como uma posse de valor. Isto requer muita concentraç ã o mental e poderes de análise mental da parte do estudante. Porém, mesmo assim a tarefa é possível para os estudantes avanç ados, e mesmo os nã o muito adiantados podem ver, na imaginaç ã o, como pode ser realizado o processo.

Depois que o processo de pô r. de parte foi executado o estudante pô r− se− áem posse consciente de uma Seidade que pode ser considerado nos seus dois aspectos de Eu e Ego. O Eu seráconsiderado como sendo uma coisa mental em que os pensamentos, as idéias, as emoç õ es, as sensaç õ es, e outras condiç õ es sã o produzidas. Pode ser considerado como a matriz como o disseram os antigos, capaz de fazer a geraç ã o Manifesta− se à consciência como um Ego Feminino com latentes de criaç ã o e geraç ã o das progênies mentais de todas as espécies e reinos. Sente− se que as suas forç as de energia criativa sã o enormes. Contudo, parece ser consciente que ele recebe muitas formar, de energias' do seu Ego companheiro, ou de outro Ego, quando écapaz de dar

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existência à s criaç õ es mentais. Esta consciência traz consigo a realizaç ã o de uma enorme capacidade para a operaç ã o . mental e a habilidade criativa.

Porém, o estudante descobre logo que isto nã o é tudo o que percebe dentro da sua consciência interior. Percebe que existe uma Coisa mental que écapaz de querer que o Ego Feminino acione na direç ã o de certa linha criativa, e que também é capaz de sustentar e provar a criaç ã o mental. Esta parte deles mesmos, dizem ser chamada Ego. É capaz de ficar na sua consciência à vontade. Nã o tem uma consciência de habilitaç õ es para gerar e criar ativamente, no sentido do processo que acompanha as operaç õ es mentais, mas sim no sen timento e consciência de uma facilidade para projetar uma energia do Ego Masculino ao Ego Feminino − um processo de desejo que a criaç ã o mental comece e continue. Compreende também que o Ego Masculino é capaz de sustentar e abrigar as opera~ da criaç ã o mental do Ego Feminino. Na mente de cada pessoa existe estes dois aspectos.

O Eu representa o Princípio Masculino de Gênero e o Eu representa o Feminino. O Ego representa o aspecto de Existência; o Eu o aspecto de Estado. Deveis saber que o Principio de Correspondência opera neste plano do mesmo modo que o faz no grande plano em que é feita a criaç ã o dos Universos. Ambos sã o semelhantes, porém muito diferentes em grau. "O que estáem cima écomo o que estáem baixo, e o que estáem baixo écomo a que estáem cima".

Estes aspectos da mente − os Princípios Masculino e Feminino − o Ego e o Eu − considerados em relaç ã o com' os conhecimentos dos fenô menos mentais ou físicos, dã o a chave,mestra destas pouco conhecidas regiõ es da operaç ã o e manifestaç ã o mental. O Princípio de Gênero Mental manifesta a verdade que se oculta debaixo do campo total dos fenô menos de influência mental, etc.

A tendência do Princípio Feminino é sempre em receber impressõ es, ao passo que a tendência do Princípio Masculino é sempre em dá− Ias ou exprimi− Ias. O Princípio Feminino tem um campo de operaç ã o mais variado que o Princípio Masculino. O Princípio Feminino dirige a obra da geraç ã o de novos pensamentos, conceitos, idéias, incluindo a obra da imaginaç ã o. O Princípio Masculino contenta− se com a obra da Vontade, nas suas várias fases. E assim, sem o auxílio ativo da vontade do Princípio Masculino, o Princípio Feminino pode contentar− se com a geraç ã o de imagens mentais que sã o o resultado de impressõ es recebidas de fora, em vez de produzir criaç õ es mentais originais.

As pessoas que prestam urna contínua atenç ã o a um assunto empregam ativamente ambos os Princípios Mentais: o Feminino na obra da ativa geraç ã o mental, e a Vontade Masculina na estimulaç ã o e fortificaç ã o da porç ã o criativa da mente. A maioria das pessoas empregam realmente o Princípio Masculino mas pouco, e contentam− se com viver de acordo com os pensamentos e as idéias insinuadas no Eu pelo Ego das outras mentes. Porém, o nosso propó sito nã o édemorarmo− nos na consideraç ã o desta fase do assunto, que pode ser estudada num bom livro de psicologia, com a chave que nó s vos demos sobre o Gênero Mental.

O estudante dos Fenô menos Psíquicos está ciente dos admiráveis fenô menos classificados sob o título de Telepatia, Transmissã o de Pensamento, Influência Mental, Sugestã o, Hipnotismo, etc. Muitos procuraram para uma explicaç ã o destas várias fases de fenô menos as teorias dos diversos instrutores da mente dupla. Em certa medida estã o certos, porque háclaramente uma manifestaç ã o de duas fases distintas da atividade mental. Porém, se esses estudantes considerarem estas mentes duplas à luz dos Preceitos

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herméticos a respeito das Vibraç õ es e do Gênero Mental, compreenderã o que têm na mã o a chave com que tanto esforç o procuravam.

Nos fenô menos de Telepatia vê− se como a Energia Vibrató ria do Princípio Masculino é projetada para o Princípio Feminino de outra pessoa e este toma o pensamento− semente e o desenvolve atéa madureza. Pela mesma forma operam a Sugestã o e o Hipnotismo. O Princípio Masculino da pessoa dando as sugestõ es dirige uma exalaç ã o da Energia Vibrató ria ou Forç a− Vontade para o Princípio Feminino da outra pessoa, e esta última aceítando− a, recebe− a em si mesma e age e pensa de conformidade com ela. Uma idéia assim recolhida na mente de uma pessoa, cresce e se desenvolve, e com o tempo é considerada como a melhor produç ã o mental do indivíduo, porquanto, em realidade, é como o ovo do cuco colocado no ninho do pardal, quando este destró i a produç ã o direta, e se põ e no ninho. O método normal épara os Princípios Masculino e Feminino na mente de uma pessoa coordenar e agir harmoniosamente em conjunç ã o com a de outra.

Mas, infelizmente, o Princípio Masculino nas pessoas médias émuito lento em agir − o estendimento da Forç a− Vontade émuito vagaroso − e a conseqü ência éque tais pessoas sã o quase inteiramente dirigidas pelas mentes e os desejos das outras pessoas, à s quais ela permite que faç am as suas idéias e os seus desejos. Quã o poucas aç õ es ou pensamentos originais sã o realizados pelas pessoas médias? Nã o sã o a maioria das pessoas simples sombras e ecos de outras que têm vontades ou mentes mais fortes que elas? Isto acontece porque a pessoa média vive mais na consciência do seu Eu do que na do Ego.

Estápolarizada no seu Princípio Feminino da Mente, e o Princípio Masculino, em que se acha a Vontade, éobrigado a ficar inativo e sem emprego.

O homem e a mulher fortes do mundo manifestam invariavelmente o Princípio Masculino da Vontade, e a sua forç a materialmente depende deste fato. Em vez de viver das impressõ es dadas à s suas mentes pelos outros, dominam a sua pró pria mente pela sua Vontade, obtendo a espécie desejada de imagens mentais, e ainda mais dominam do mesmo modo as mentes dos outros. Vede as pessoas fortes, como implantam os seus pensamentos− sementes nas mentes das massas do povo, fazendo assim este pensar de acordo com os desejos e as vontades destes indivíduos fortes. Isto éporque as massas do povo sã o como que criaturas− carneiros, nã o dando origem a uma idéia pró pria e nã o empregando as suas pró prias forç as de atividade mental.

A manifestaç ã o do Gênero Mental pode ser observada ao redor de nó s todos os dias da vida. As pessoas magnéticas sã o as que podem empregar o Princípio Masculino com o fim de imprimir as suas idéias nos outros. O ator que faz o povo chorar ou rir como quer, o faz empregando este princípio. E assim ésucessivamente o orador, o político, o pregador, o escritor ou qualquer pessoa que tenha a atenç ã o do público. A influência particular exercida por algumas pessoas sobre outras édevida à manifestaç ã o do Gênero Mental, na direç ã o da linha vibrató ria acima indicada. Neste princípio acha− se oculto o segredo do magnetismo pessoal, da influência pessoal, da fascinaç ã o, etc., assim como os fenô menos geralmente agrupados sob o nome de Hipnotismo.

O estudante que familiarizou− se com os fenô menos geralmente chamados psíquicos, poderádescobrir a importante parte tomada nos ditos fenô menos por esta forç a que a ciência denominou Sugestã o, termo pelo qual se quer significar o processo ou método pelo qual uma idéia étransmitida à mente de outro, fazendo a segunda mente agir de acordo com ela. Uma exata compreensã o da Sugestã o énecessária para se compreender com inteligência os variados fenô menos psíquicos que a Sugestã o encobre.

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Porém, o conhecimento da Vibraç ã o e do Gênero Mental éainda mais necessário para o estudante da Sugestã o. Porque todo o princípio da Sugestã o depende do princípio de Gênero Mental e de Vibraç ã o.

É costume dos escritores e instrutores da Sugestã o explicar que éa mente objetiva ou voluntária que faz a impressã o mental, ou sugestã o na mente subjetiva ou involuntária. Porém, nã o descrevem o processo ou nã o nos dã o uma analogia na natureza pela qual possamos compreender melhor a idéia. Mas, se quiserdes raciocinar sobre o assunto à luz dos Preceitos Herméticos, sereis capaz de ver que o fortalecimento do Princípio Feminino pela Energia Vibrató ria do Princípio Masculino estáem concordâ ncia com as leis universais da natureza, e que o universo natural oferece inúmeras analogias pelas quais o princípio pode ser compreendido. Com efeito, os Preceitos Herméticos mostram

que a verdadeira criaç ã o do Universo segue

a mesma lei, e que em todas as

manifestaç õ es criativas, nos planos espiritual,

mental e psíquico, está sempre em

operaç ã o o princípio de Gênero: manifestaç ã o dos Princípios Masculino e Feminino. "O que estáem cima écomo o que estáem baixo, e o que estáem baixo écomo o que está em cima."

E mais ainda, quando se compreende o princípio de Gênero Mental, os variados fenô menos de psicologia tornam− se imediatamente adaptáveis a uma classificaç ã o e estudo inteligente, em vez de serem muito obscuros. O princípio se realiza na prática, porque ébaseado nas imutáveis leis universais da vida.

Nã o entraremos em extensa discussã o ou descriç ã o dos variados fenô menos da influência mental ou atividade psíquica. Existem muitos livros bons, escritos e publicados sobre este assunto nos últimos anos. Os principais fatos dados nesses vários livros sã o corretos, apesar dos escritores intentarem explicar os fenô menos por diversas teorias que lhes sã o favoritas. O estudante pode instruir a si pró prio nestas matérias, e empregando a teoria do Gênero Mental serácapaz de pô r em ordem no caos das teorias e doutrinas contrárias, e poderátomar− se

mestre no assunto se for inclinado à ele. O fim desta obra nã o édar uma extensa relaç ã o dos fenô menos psíquicos, mas sim dar ao estudante uma chave− mestra com a qual possa abrir as diversas portas que conduzem à s partes do Templo do Conhecimento que ele quiser explorar. julgamos que nesta considero.ç ã o dos preceitos do Caibalion, encontrar− se− á uma explicaç ã o que servirá para esclarecer muitas dificuldades embaraç osas: ela seráuma chave que abrirámuitas portas.

Qualquer que seja o costume de fazer detalhes a respeito das muitas formas de fenô menos psíquicos e da ciência mental, colocamos providencialmente na mã o do estudante as idéias pelas quais ele pode instruir− se muito a respeito de cada fase do assunto que o interessar. Com o auxílio do Caibalion pode− se fazer uma livraria oculta, a velha Luz do Egito iluminando as páginas e os assuntos obscuros. Este éo fim deste livro.

Nã o queremos expor uma nova filosofia, mas sim fornecer o bosquejo de um grande preceito do mundo antigo, que poderáesclarecer as doutrinas de outros, que serviráde Grande Reconciliador das diferentes teorias e doutrinas opostas.

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CAPÍTULO XV

AXIOMAS HERMÉ TICOS

"A posse do Conhecimento sem ser acompanhada de uma manifestaç ã o ou expressã o em Aç ã o é como o amontoamento de metais preciosos, uma coisa vã e tola. O Conhecimento é, como a riqueza., destinado ao Uso. Lei do Uso éUniversal, e aquele que viola esta lei sofre por causa do seu conflito com as forç as naturais." − O CAIBALION −

Os Preceitos herméticos, conquanto sempre tenham sido bem guardados na mente dos seus afortunados possuidores, pelas razõ es que jádissemos, nunca foram destinados a ser simplesmente acumulados e ocultados. A Lei do Uso estácontida nos preceitos, como podeis ver pela referência à citaç ã o acima do

Caibalion, que a estabelece energicamente. O Conhecimento sem o Uso e a Expressã o é uma coisa vã , que nã o traz bem algum ao seu possuidor ou à sua raç a. Guardai− vos da avareza mental e expressar em Aç ã o aquilo que aprendesses. Estudai os Axiomas e Aforismos, mas praticai− os também.

Damos a seguir alguns dos mais importantes Axiomas herméticos do Caibalion, com alguns comentários juntos a cada um deles. Fazei− os vó s mesmos, praticai− os e usai− os, porque eles nã o sã o realmente vossos enquanto nã o os tiverdes Usado.

.'Para mudar a vossa disposiç ã o ou vosso estado mental, mudai a vossa vibraç ã o." − O CAIBALION

Todos podem mudar as suas vibraç õ es mentais por um esforç o da Vontade na direç ã o determinada, fixando a Atenç ã o sobre um estado mais desejável. A Vontade dirige a Atenç ã o, e a Atenç ã o muda a Vibraç ã o. Cultivai a Arte da Atenç ã o, por meio da Vontade, e aprendereis o segredo do Domínio das Disposiç õ es e dos Estados mentais.

"Para destruir uma desagradável ordem de vibraç ã o mental, ponde em movimento o Pripicípio de Polaridade e concentrai− vos sobre o Pó lo Oposto ao que desejais suprimir. Destruí o desagradável mudando a sua polaridade." − O CAIBALION

Esta éuma das mais importantes das fó rmulas herméticas. É baseada em verdadeiros princípios científicos. Nó s vos dissemos que um estado mental e o seu oposto eram simplesmente os dois pó los de uma só coisa, e que a polaridade pode ser invertida pela Transmutaç ã o Mental. Este princípio é conhecido pelos psicó logos modernos, que o aplicam para a destruiç ã o de hábitos desagradáveis, mandando os seus discípulos concentrarem sobre a qualidade oposta. Se fordes possuídos pelo medo, nã o percais tempo tratando de destruir esse medo, mas cultivai imediatamente a qualidade da Coragem, e o Medo desaparecerá. Muitos escritores exprimiram esta idéia muito claramente empregando o exemplo do quarto escuro. Nã o deveis tirar a Escuridã o, mas simplesmente abrindo as janelas e entrando a Luz, a Escuridã o desaparece. Para destruir uma qualidade Negativa, concentrai− vos sobre o Pó lo Positivo dessa mesma qualidade, e as vibraç õ es se mudarã o gradualmente do Negativo ao Positivo, atéque finalmente fiqueis polarizado no 010 Positivo em vez de no Negativo. O inverso é também verdade, como muitos criaram as suas mágoas, quando puseram− se a vibrar constantemente no pó lo Negativo das coisas, Pela mudanç a da vossa polaridade podeis dominar os vossos defeitos, mudar os vossos estados mentais, refazer as vossas disposiç õ es, e formar o caráter. Muitos dos Domínios Mentais dos hermetistas avanç ados sã o devidos a esta aplicaç ã o da Polaridade, que éum dos mais importantes

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aspectos da Transmutaç ã o Mental. Lembrai− vos do Axioma Hermético (citado previamente), que diz:

"A Mente (tã o bem como os metais e elementos) pode ser transmutada de estado em estado, de grau em grau, de condiç ã o em condiç ã o, de pó lo em pó lo, de vibraç ã o em vibraç ã o." − O CAIBALION −

O domínio da Polarizaç ã o éo domínio dos princípios fundamentais da Transmutaç ã o Mental ou Alquimia Mental, porque, a nã o ser que adquira a arte de mudar a sua pró pria polaridade, ninguém poderáinfluir sobre os que o rodeiam. A compreensã o perfeita deste princípio tornaráa pessoa apta a mudar a sua pró pria Polaridade, bem como a dos outros, se ela quiser empregar o tempo no estudo e na prática necessária para possuir a arte. O princípio éverdadeiro, mas os resultados obtidos dependem da paciência e da prática persistente do estudante.

O Ritmo pode ser neutralizado pela aplicaç ã o da Arte de Polarizaç ã o." − O CAIBALION −

Como explicamos nos capítulos antecedentes, os hermetistas ensinam que o Princípio de Ritmo se manifesta no Plano Mental tanto como no Plano Físico, e que a contínua sucessã o de disposiç õ es, sensaç õ es, emoç õ es e outros estados mentais, é devida ao movimento à direita e à esquerda, por assim dizer, do pêndulo mental que nos leva de um extremo de sensaç ã o a outro extremo. Os hermetistas ensinam também que a Lei de Neutralizaç ã o habilita a pessoa a dominar, em grande parte, a aç ã o do Ritmo no conhecimento interior ou consciência. Como explicamos, háum Plano Superior de Consciência, do mesmo modo que um Plano Inferior ordinário, e o Mestre elevando− se mentalmente ao Plano Superior faz um movimento do chamado pêndulo mental manifestar− se no Plano Inferior, e ele, estando. no Plano Superior, escapa conscientemente do movimento inferior. Isto efetua− se pela polarizaç ã o na Seidade Superior, e depois transportando as vibraç õ es mentais do Ego acima das do plano ordinário de consciência. Isto é semelhante ao elevamento acima de uma coisa, deixando− a passar por baixo de vó s. O hermetista avanç ado polariza− se no Pó lo Positivo do seu Ente: o pó lo "Eu sou", ao contrário do pó lo da personalidade, e pela recusa e negaç ã o da aç ã o do Ritmo, eleva o seu pró prio plano de consciência, e permanentemente firme na Manifestaç ã o do seu Ente, deixa o pêndulo mover− se no Plano Inferior sem mudar a sua Polaridade. Isto érealizado por todas as pessoas que atingiram todos os graus do domínio pró prio, quer compreendam a lei quer nã o. Tais pessoas simplesmente recusam deixar− se mover pelo pêndulo das condiç õ es ou emoç õ es, e, afirmando constantemente a sua superioridade, permanecem polarizadas no polo Positivo. O Mestre, por conseguinte, atinge um grau muito grande de progresso, porque compreende a lei que estádominando por uma lei superior, e pelo emprego da sua Vontade alcanç a um equilíbrio e estabilidade Mental quase impossível de ser acreditado pelos que se deixam mover à direita e à esquerda pelo pêndulo mental das condiç õ es e emoç õ es.

Contudo, lembrai− vos sempre que nã o podeis destruir realmente o Princípio de Ritmo, porque ele é indestrutível, Podeis simplesmente vencer uma lei contrabalanç ando− a com outra, e assim manter− vos em equilíbrio. As leis do balanç o e contrabalanç o estã o em aç ã o tanto nos planos mentais como nos físicos, e a compreensã o destas leis habilita o homem a parecer destruir as leis, quando ele simplesmente exerce um contrabalanç o.

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"Nada escapa do Princípio de Causa e Efeito, mas existem vários Planos de Causalidade, e pode− se empregar as leis do plano superior para vencer as leis do inferior." − O CAIBALION Pela compreensã o das práticas da Polarizaç ã o, os hermetistas elevam− se a um plano superior de Causalidade e assim contrabalanç am as leis dos planos inferiores de Causalidade. Tornando− se aptos a dominar as suas condiç õ es e emoç õ es e a neutralizar o Ritmo, como jáexplicamos, eles podem escapar de uma grande parte das operaç õ es de Causa e Efeito do plano ordinário.

As massas

populares sã o impulsionadas,

obedientes

aos

seus guias,

à s vontades

e

desejos dos

outros mais fortes que elas,

aos efeitos

das

tendências

hereditárias,

à s

sugestõ es dos que as rodeiam, e a outras coisas exteriores, que tendem a move− Ias no tabuleiro de xadrez da vida como simples peõ es. Elevando− se sobre estas causas influentes, os hermetistas avanç ados alcanç am um plano elevado de aç ã o mental, e dominando as suas condiç õ es, seus impulsos e suas sensaç õ es, criam para si novos caracteres, qualidades e poderes, pelos quais dominam os que ordinariamente o rodeiam, e assim tomam− se praticamente jogadores em vez de simples peõ es. Tais pessoas ajudam inteligentemente a jogar a partida da vida, sem serem movidas no seu caminho e caminhando com mais forç a e vontade. Empregam o Princípio de Causa e Efeito, sem serem empregados por este. Sem dúvida que ainda as mais elevadas estã o sujeitas ao Princípio como ele se manifesta nos planos superiores, mas nos planos inferiores da atividade sã o Senhores em vez de Escravos. Diz o Caibalion:

"Os Sábios servem no plano superior, mas governam no inferior. Obedecem à s leis que vêm de cima deles, mas no seu pró prio plano e nos inferiores a eles, governam e dã o ordens. E assim fazendo formam uma parte do Princípio, sem se oporem a este. O sábio concorda com a Lei, e compreendendo o seu movimento, ele o opera em vez de ser cego escravo. Do mesmo modo que o hábil nadador volta o seu caminho e jaz este caminho, conforme a sua vontade, sem ser como a barca que élevada para cáe para lá: assim éo sábio em comparaç ã o do homem ordinário; e, contudo, o nadador e a barca, o sábio e o ignorante, estã o sujeitos à Lei. Aquele que compreende isto está, bem no caminho do Domínio." − O CAIBALION −

Em conclusã o, permiti− nos chamar a vossa atenç ã o para o Axioma Hermético: "A verdadeira Transmutaç ã o Hermética éuma Arte Mental." − O CAIBALION −

No axioma acima, os hermetistas ensinam que a grande obra de influenciar a sua pró pria roda é realizada pelo Poder Mental. O Universo sendo totalmente mental, é claro que só poderáser governado pela Mentalidade. E nesta verdade acha− se contida uma explicaç ã o dos diversos poderes mentais que estã o tomando muita atenç ã o e estudo nestes primeiros anos do Vigésimo Século. Debaixo e atrás do véu das doutrinas dos diversos cultos e escolas, acha− se ainda constantemente o princípio da Substâ ncia Mental do Universo. Se o Universo éMental na sua natureza substancial, segue− se que a Transmutaç ã o Mental pode mudar as condiç õ es e os fenô menos do Universo. Se o Universo éMental, a Mente seráo poder mais elevado que produz os seus fenô menos. Se se compreender isto, tudo o que échamado milagres e prodígios seráconsiderado pelo que realmente é.

"O TODO éMENTE; o Universo éMental." O CAIBALION

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